Gramática corresponde ao conjunto de regras que sustentam o funcionamento de uma língua. Existe a gramática normativa, que dita as regras da variedade padrão (formal ou culta), a gramática descritiva, que descreve os fenômenos de uma língua observando o modo como ela de fato se realiza e a gramática internalizada, que é a habilidade da qual dispõe o falante desde o momento em que ele começa a se mostrar apto a exercer os primeiros contatos com a linguagem propriamente dita.
Os sons orais são aqueles produzidos por uma corrente de ar que faz vibrar as cordas vocais e saem apenas pela boca, enquanto os sons nasais são aqueles em que a corrente de ar é liberada parcialmente pelo nariz. Com exceção de m, n e nh, todas as consoantes são orais.
A reforma ortográfica, que está valendo desde janeiro de 2009, reintroduziu no alfabeto as letras k, w e y. Trata-se de uma oficialização, pois essas letras continuam sendo usadas em abreviaturas, siglas, símbolos, unidades de medida, palavras estrangeiras de uso internacional, derivados portugueses de nomes próprios estrangeiros, na sequência de enumeração e grafia em assinaturas e firmas.
Este trecho aponta para a relação arbitrária entre significado, que corresponde ao conceito, e significante, que corresponde ao som, à entonação, à intensidade, ao ritmo, à sequência dos fonemas. Juntos, formam o signo.
Significado é a parte abstrata e significante é a parte física.
Embora não seja mais falada por nenhum povo, a língua latina deu origem a muitas línguas, como o português, o francês, o espanhol e o italiano. Na língua portuguesa, várias palavras mantêm prefixos, sufixos ou mesmo radicais latinos. Algumas palavras e expressões latinas ainda são usadas na linguagem jurídica, médica, filosófica e religiosa.
Prefixos, sufixos e radicais gregos estão presentes na formação de várias palavras do português.
As denominações 'aguda', 'grave' e 'esdrúxula' não são mais adotadas pelas gramáticas brasileiras e estas mudaram para 'oxítona', 'paroxítona' e 'proparoxítona'.
Hoje, os neologismos são entendidos como um processo natural de renovação da língua.
Ao contrário do que ocorria na época de Monteiro Lobato, a gíria é considerada um processo legítimo da língua, desde que usada em um contexto adequado. Por exemplo, nas situações formais de comunicação, como em uma entrevista de emprego ou na homilia do padre, o uso da gíria é inadequado, o que não ocorre em uma conversa informal entre amigos.
As gírias deixaram de ter a conotação negativa que Emília revela. Elas integram uma variedade tão legítima quanto a língua padrão. Inclusive, fazem parte do processo de renovação da língua, e seu uso deve considerar os contextos adequados. Situações formais, como trabalhos científicos, notícias e reportagens de jornal, noticiários de TV, dissertações de concursos e vestibulares, cartas comerciais, requerimentos, memorandos e ofícios, cartas para autoridades, por exemplo, não admitem o uso de gírias.
Os estrangeirismos, assim como os neologismos e as gírias, contribuem para a renovação das línguas.
São várias as diferenças entre o português do Brasil e de Portugal. As mais evidentes são os vocábulos e a fonética: o modo de falar as palavras é bastante diferente, mas também há diferenças na sintaxe. A reforma ortográfica uniformizou a grafia das palavras
Linguagem é toda e qualquer forma de expressão verbal ou gestual que o ser humano usa para se comunicar e transmitir uma mensagem. Ela pode ser verbal (palavra - falada e escrita), não verbal (imagens / gestos) e mista (união dos dois tipos).
A palavra ouro é classificada como substantivo comum.
Muitas vezes, as palavras compostas são grafadas com hífen. O uso desse sinal está entre as principais alterações da nova reforma ortográfica.
Em português, o gênero é uma classificação gramatical e não designa necessariamente o sexo, que é uma questão biológica, embora isso coincida na maioria dos casos dos substantivos relativos a pessoas e animais em geral. Só existem dois gêneros: o masculino e o feminino, diferente do inglês e do alemão, línguas essas que possuem o gênero neutro, que serve para designar animais ditos irracionais, noções abstratas e objetos.
Em português, só existem dois números gramaticais: o singular e o plural. Nós não temos o dual, que existia no grego, é um tipo de plural que serve para designar dois elementos. Só temos um resquício, que é o numeral 'ambos', que indica dois seres. Da mesma forma, o substantivo só possui três flexões: gênero, número e grau. Nós não temos a flexão de caso, que existia no latim, no qual o substantivo, dependendo da função sintática que exercia na oração, possuía desinências diferentes.
Na verdade, embora o grau, tradicionalmente seja estudado como flexão, é um processo de derivação, pois as flexões são obrigatórias para estabelecer o mecanismo da concordância. O uso de afixos não se deve a uma obrigatoriedade, mas sim a uma opção, pois o grau é formado não por desinências, mas por sufixos.
Nem sempre, o grau aumentativo e o diminutivo, no uso da língua, aumento ou redução de tamanho. Podem indicar carinho, admiração, ironia, desprezo, coisa simples ou sem consequência e até mesmo sensualidade.
O que antes se chamava particípio presente hoje se chama gerúndio. Algumas formas derivadas do latim, como agenda, legenda, oferenda, fazenda, propaganda, memorando, referendo, subsistem como substantivos, por ter perdido o sentido verbal que tinha no latim.
Em português, o plural de referendo é referendos. No latim, o plural de referendum é referenda, porque o plural do neutro terminava em A. O inglês ainda mantém esses plurais: currículo > currículos (curriculum > curricula), ultimato > ultimatos (ultimatum > ultimata), memorando > memorandos (memorandums > memoranda), dado > dados (datum > data), estrato > estratos (stratum > strata), critério > critérios (criterion > criteria), bactéria > bactérias (bacterium > bacteria).
Os adjetivos articulares hoje são os artigos, os adjetivos demonstrativos são chamados de pronomes demonstrativos, os adjetivos conjuntivos hoje são conhecidos como pronomes relativos, os adjetivos possessivos hoje são conhecidos como pronomes possessivos, os adjetivos interrogativos hoje são conhecidos como pronomes interrogativos.
O que antes se chamava de axiônimos hoje se chamava de pronomes de tratamento ou formas de tratamento.
Os pronomes essoutro, estoutro e aqueloutro são mais usados em Portugal. No Brasil, prefere-se 'esse outro', 'este outro' e 'aquele outro', ou então, 'sem ser este', 'sem ser esse' ou 'sem ser aquele'.
Os adjetivos numerais são chamados apenas de numerais.
As formas migo, tigo, sigo, nosco e vosco foram substituídas por comigo, contigo, consigo, conosco e convosco. Com nós e com vós são usadas apenas quando houver um especificador: mesmos, próprios, todos, outros, ambos, um numeral ou uma frase inteira.
Enquanto o pronome vós é usado apenas no norte de Portugal e no discurso religioso, o pronome tu subsiste no português falado e escrito de algumas regiões do Brasil. Frequentemente, é usado sem fazer a correta concordância verbal. Também, na linguagem do dia a dia, é frequente a mistura de pronomes de 2ª e 3ª pessoa, como no anúncio da Caixa Econômica Federal (vem pra Caixa você também), no Telecurso (se liga aí, que é hora da revisão), no provérbio (diga-me com quem tu andas e te direi quem és), na Net (saia da Sibéria e vem pra Net já), na Copa do Mundo (sai que é sua, Taffarel) e na Embratel (você quer um desconto? faz um 21)
É comum falar-se o "tu" no Brasil nas seguintes regiões: no estado do Rio de Janeiro, em grande parte do estado de Minas Gerais (em geral nas cidades pequenas), nos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul e no sul do estado do Paraná, em toda a região Nordeste com exceção do estado da Bahia, em toda a região Norte, no Distrito Federal, e na região metropolitana de Santos no estado de São Paulo.
Contudo, em quase todos esses lugares se utiliza a conjugação verbal incorreta, de terceira pessoa do singular. Somente no litoral de Santa Catarina, em alguns lugarejos do Rio Grande do Sul e na região metropolitana de Belém do Pará é que se conjuga o verbo corretamente, na segunda pessoa do singular.
Os lugares onde praticamente não se usa o "tu" no dia a dia são a região Centro-Oeste na sua quase totalidade, o estado da Bahia, e a maior parte dos estados de São Paulo, Paraná e Espírito Santo.
O termo infinitivo é mais usual que infinito. Infinitivo é a forma nominal na qual o verbo se apresenta sem nenhuma conjugação, dando nome a ele.
Modernamente, a gramática não considera a existência de uma quarta conjugação. Em português, verbos terminados em OR - como o verbo pôr e seus derivados (impor, antepor, supor etc.), são considerados irregulares de 2ª conjugação ou anômalos, por sofrerem profundas alterações no radical.
O que antigamente se chama de verbo ativo, passivo ou reflexivo hoje se chama de voz ativa, passiva e reflexiva.
A nomenclatura verbo substantivo caiu em desuso, o verbo ser hoje é considerado verbo de ligação.
As palavras inflexivas hoje se chamam palavras invariáveis. Ou seja, que mantêm a mesma forma, é o caso dos advérbios, das preposições, das conjunções, das interjeições e das palavras denotativas. As que têm flexão, ou seja, variam de forma para indicar o singular e o plural, o masculino e o feminino, o aumentativo e o diminutivo, o comparativo e o superlativo, a 1ª, a 2ª e a 3ª pessoa, o indicativo, o subjuntivo e o imperativo, o presente, o pretérito e o futuro, a voz ativa, a passiva e a reflexiva, são chamadas variáveis. É o caso dos substantivos, dos artigos, dos adjetivos, dos numerais, dos pronomes e dos verbos.
Na língua, não existem sinônimos perfeitos. O uso de cada palavra tem sentido particular em cada texto, ou seja, interpretando-o. É possível estabelecer aproximações de significado.
No conceito de representação, as palavras designam as coisas, mas não são a realidade.
Os prefixos e sufixos podem se ligar às palavras através de hífen.
Toda classificação gramatical deve sempre considerar o contexto no qual as palavras estão inseridas.
Atualmente, a maior palavra da língua portuguesa é pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, que designa uma doença pulmonar rara causada pela aspiração de cinzas vulcânicas.
O que antes se chama atributo agora se chama de núcleo do predicado.
Os termos relacionados à sintaxe hoje mudaram de nome: o antigo complemento objetivo hoje é conhecido como objeto direto, o antigo complemento terminativo hoje é conhecido como objeto indireto, o antigo complemento circunstancial recebe o nome de adjunto adverbial, o antigo complemento atributivo passou a se chamar adjunto adnominal, o antigo complemento de causa eficiente hoje se chama agente da passiva.
Frases optativas são aqueles que expressam desejo ou vontade, enquanto as frases imperativas expressam ordem, pedido, súplica, conselho, convite, recomendação ou proibição. Quando a frase optativa expressa um desejo ruim, chama-se imprecativa.
Solecismo designa uma inadequação na sintaxe, que pode ser de concordância, de regência ou de colocação pronominal, por exemplo: 'houveram eleições' em vez de 'houve eleições', 'vamos no teatro' em vez de 'vamos ao teatro', 'tenho oferecido-lhe' em vez de 'tenho lhe oferecido'.
Os termos relacionados à colocação pronominal recebem nomes diferentes, o que antes se chamava de pronome proclítico recebe o nome de próclise, o que antes se chamava de pronome mesoclítico recebe o nome de mesóclise, e o que antes se chamava de pronome enclítico recebe o nome de ênclise.
A anfibologia é atualmente chamada de ambiguidade, o cacófato hoje é chamado de cacofonia, a prolixidade hoje é chamada de preciosismo.
Algumas figuras de linguagem recebem nomes diferentes: o que antes se chamava de símile hoje recebe o nome de comparação, o que antes se chamava de metagoge hoje recebe o nome de personificação ou prosopopeia, o que antes se chamava de antífrase hoje recebe o nome de ironia, o que antes se chamava de contraste hoje recebe o nome de antítese, o que antes se chamava de circunlóquio hoje recebe o nome de perífrase ou antonomásia, o que antes se chamava de clímax e anticlímax recebe o nome de gradação.
O que antes se chamava de período complexo hoje se chama de oração intercalada.
As orações independentes mudaram o nome para orações coordenadas, as orações dependentes, para orações subordinadas, as orações subordinantes, para orações principais, as orações explícitas, para orações desenvolvidas e as orações implícitas, para orações reduzidas.
As orações coordenadas são divididas em sindéticas e assindéticas, conforme a presença ou ausência de conjunção, as sindéticas podem ser aditivas, adversativas, alternativas, explicativas e conclusivas, de acordo com o que expressam.
As subordinadas se classificam em substantivas, adjetivas e adverbiais, de acordo com a função que exercem: adjetivas - adjunto adnominal, adverbiais - adjunto adverbial e substantivas - sujeito, predicativo, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, aposto e agente da passiva.
As substantivas são classificadas em subjetivas, predicativas, objetivas diretas, objetivas indiretas, completivas nominais, apositivas e agente da passiva, as adjetivas em explicativas e restritivas, e as adverbiais em causais, consecutivas, concessivas, condicionais, comparativas, conformativas, proporcionais, finais, temporais, modais e locativas.
Algumas conjunções mudaram de nome: as conjunções copulativas ou aproximativas para conjunções aditivas, as conjunções disjuntivas, para conjunções alternativas, as conjunções ilativas, para conjunções conclusivas, as conjunções modais, para conjunções conformativas, as conjunções correlativas, para conjunções consecutivas, as conjunções periódicas, para conjunções temporais.
O nome atual para modo condicional é futuro do pretérito, tempo verbal que expressa um fato futuro em relação a um fato passado, dúvida ou incerteza sobre fatos passados, desejo presente na linguagem polida em substituição ao imperativo, surpresa ou indignação em frases interrogativas e exclamativas e fatos não realizados, dependentes de condição.
O nome atual para modo conjuntivo é modo subjuntivo, que expressa incerteza, dúvida, condição, hipótese, desejo, etc.
Até a reforma ortográfica de 1971, se a palavra original tinha acento agudo, com o acréscimo do sufixo, esse mudava para acento grave. Hoje, esse acento indica exclusivamente a crase. Da mesma forma, qualquer palavra que tinha acento ou sinal gráfico, se fosse transformada mediante um sufixo, mantinha-o. O til permaneceu, porque não é acento, é sinal de nasalização.
O termo traço de união não é usado e sua denominação mudou para hífen.
As denominações 'semiditongo' e 'monotongo' não são mais usadas.
A última reforma ortográfica eliminou o trema da língua portuguesa, embora o u continue sendo pronunciado em palavras como cinquenta, frequente, consequência, tranquilo, sequestro, linguiça, aguentar, pinguim, bilíngue, ambiguidade, sequência e linguística. Esse sinal continua sendo usado em palavras estrangeiras e suas derivadas.
Na época em que Lobato escreveu esse livro, colocava-se um acento circunflexo nos timbres fechados: cor (pigmento) para diferenciar de cor (memorização), ele (pronome pessoal) e ele (nome da letra L), esse (pronome demonstrativo) e esse (nome da letra S), este (pronome demonstrativo) e este (Leste), piloto (substantivo) e piloto (verbo pilotar).
Na reforma ortográfica de 1943, foi eliminado o s do grupo inicial sc: cena, cenografia, ciência, cientista, cisão, cintilar. Esse s desapareceu em derivados recentes, como contracenar, encenação e anticientífico, mas se manteve em derivados antigos, como consciência, imprescindível e rescisão.
Os resquícios dos acentos diferenciais homógrafos são: têm e tem / vêm e vem (para diferenciar a 3ª pessoa do singular da 3ª pessoa do plural dos verbos ter e vir), pôr e por (verbo e preposição), porquê (substantivo) e porque (conjunção explicativa, causal e final), quê (interjeição, substantivo e pronome em fim de frase) e que (pronome, preposição, conjunção, advérbio ou partícula expletiva), pôde e pode (pretérito perfeito e presente), fôrma e forma (recipiente, formato e conjugação do verbo formar), esse último facultativo com a nova reforma ortográfica.
Também são facultativos os acentos diferenciais em dêmos (presente do subjuntivo) e demos (pretérito perfeito), amámos (pretérito perfeito) e amamos (presente do indicativo) - isso vale para todos os verbos regulares da 1ª conjugação.
Aceita-se acento ou agudo ou circunflexo em algumas palavras oxítonas terminadas em E: bebé ou bebê, bidé ou bidê, canapé ou canapê, caraté ou caratê, croché ou crochê, guiché ou guichê, matiné ou matinê, nené ou nenê, puré ou purê. E em algumas palavras paroxítonas e proparoxítonas: tênis / ténis, bônus / bónus, acadêmico / académico, Amazônia / Amazónia, fenômeno / fenómeno, gênero / género, Antônio / António