Função emotiva (ou expressiva) - O emissor atribui maior valor a si mesmo, através do uso predominante de:
• primeira pessoa verbal:
Quando estive em sua casa, convivi com sua ausência.
Nunca pensamos em tudo.
• exclamações:
Que maravilha!
• interjeições:
Ai! esqueci tudo em casa.
A função emotiva predomina nas letras de música, nos poemas, nas cartas pessoais, nos cordéis, nas novelas, nas memórias, nas biografias, nos depoimentos e nas entrevistas.
Função conativa (apelativa ou imperativa) - Demonstra a preocupação do emissor com o receptor, o que se manifesta no predomínio de:
• Receptor em função de sujeito:
Vossa Senhoria não me deferiu o pedido.
Toda dia, você me repete a mesma ladainha.
Esqueceste o favor que te pedi?
• Vocativos:
Por favor, Mariana, não me desaponte.
Obrigada, Maria.
• Imperativos:
Se quiseres ser aprovado, estuda.
Pare, olhe e siga.
A função conativa predomina nas propagandas, nos sermões religiosos, nos discursos políticos, nos textos de horóscopo e autoajuda, nas preces e orações.
Função referencial (denotativa ou informativa) - Sobressai a importância que o emissor dedica ao Referente e se manifesta no uso predominante de sujeitos de terceira pessoa:
Tatiana não desapontou a mim, nem a você.
Sua Excelência, o Senhor Presidente, telefonou para você e para mim.
A função referencial predomina nos trabalhos científicos, nos livros didáticos, nos documentos oficiais, nas correspondências comerciais, nas redações, nos manuais de instruções, nas bulas de remédio, nas receitas, nas revistas, jornais e telejornais.
Função fática - Há momentos na comunicação, em que o emissor demonstra querer chamar a atenção do receptor, desligá-la, ou mesmo testá-la. Predomina a preocupação do emissor com o canal, com a atenção.
• Testando o canal:
Alô, alô, você está me ouvindo?
• Procurando colocar o canal em funcionamento:
Ei! Você aí. Psiu.
• Tentando desviar o canal:
Lúcio: - Rita, você se casaria comigo?
Rita: - Estou precisando dormir...
Inúmeras fórmulas de cumprimento, com o tempo, foram perdendo sua comunicabilidade e tiveram seus significados esvaziados.
Quando se diz "Bom dia", ninguém está mais pensando em desejar um dia agradável a seu receptor.
É comum dois conhecidos encontrarem-se, trocarem saudações:
- Como vai?
- Bem obrigado. E você?
- Tudo bem...
e despedirem-se sem mesmo perceberem o que falaram.
Também representam a função fática as expressões estereotipadas como "né", "viu?", "entende"? e outras semelhantes.
Logo, conclui-se que o referente da função fática é a própria comunicação.
A função fática predomina nas saudações, nos cumprimentos, nas vinhetas, nas despedidas e nas conversas telefônicas.
Função metalinguística - Tem maior importância a atenção que o emissor dirige ao código ou língua. É a linguagem voltada sobre si mesma, é a mensagem que tem como referente a própria linguagem.
• O emissor pode indagar a respeito do código:
"O que significa estultícia?"
• O emissor pode afirmar a respeito do código:
"Estultícia significa tolice, imbecilidade..."
Os dicionários, nas gramáticas e nos programas de TV que falam sobre a própria TV são exemplos de metalinguagem.
Função poética (ou estética) - A atenção do emissor está fixada, fundamentalmente, na busca de melhor elaboração da mensagem. Escrever uma frase e riscá-la para substituir por outra de mesmo sentido só porque é mais eufônica, caracteriza justamente a procura do poético linguístico. Quando os pais estão discutindo se darão à filha o nome de Maria Ana ou Ana Maria, estão exatamente buscando o estético, o mais sonoro, o de melhor ritmo, e essa preocupação é poética."
A função poética predomina nos poemas, nas propagandas, nas letras de música, nas piadas, nos trocadilhos, nos provérbios, nas expressões idiomáticas e nas histórias em quadrinhos.
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