Milenium - Paraíba: Domingo, 01 de março de 2020 / F1
Ações da Alibaba sobem quase 8% em seu primeiro dia na Bolsa de Hong Kong
Ações da Alibaba sobem quase 8% em seu primeiro dia na Bolsa de Hong Kong
O preço das ações da Alibaba aumentou 7,7% durante sua primeira manhã de negociação na Bolsa de Valores de Hong Kong. Logo após a abertura do pregão, as ações subiram do preço de cotação de HKD$ 176 ou US$ 22,49 (um desconto de 2,9% em relação ao preço de fechamento da bolsa de valores de Nova Iorque na terça-feira) para HKD$ 189,50 ou US$ 24,21. Vale lembrar, porém, que esta não é a primeira vez que a gigante chinesa está presente no mercado de ações de Hong Kong. Em 2007, sua plataforma de comércio eletrônico B2B, a Alibaba.com, abriu mercado por lá, antes que a empresa se tornasse uma companhia fechada novamente em 2012.
Cada um dos recibos de depósitos americanos da Alibaba na bolsa de Nova Iorque é equivalente a cerca de oito ações de Hong Kong. A Alibaba emitiu 500 milhões de novas ações ordinárias para a oferta secundária, além de uma opção geral de cotação para 75 milhões de ações, que permitirão angariar ainda mais dinheiro caso sejam compradas. Suas ações em Hong Kong estão sendo negociadas sob o código 9988, um jogo de palavras para "prosperidade a longo prazo" em chinês.
A estreia da Alibaba na Bolsa de Nova York em 2014 arrecadou um total de US$ 25 bilhões, tornando-a a maior oferta pública da história. A empresa havia inicialmente considerado realizar seu IPO em Hong Kong, mas, na época, sua bolsa de valores não permitia ações de classe dupla, uma estrutura frequentemente usada por startups de tecnologia, porque permite que detentores de uma classe de ações tenham mais direitos a voto do que acionistas ordinários. Com isso, se garante que as empresas continuem a ter o controle mesmo depois que forem abertas.
No ano passado, a Bolsa de Valores de Hong Kong mudou suas regras para acomodar ações deste tipo, permitindo que empresas de tecnologia, como a Meituan e Xiaomi, abrissem mercado por lá também.
Evento que marcou a "reentrada" da ALibaba na bolsa de Hong Kong / Imagem: VCG / Getty Images
“Como resultado da inovação contínua e das mudanças no mercado de capitais de Hong Kong, somos capazes de perceber o que lamentavelmente perdemos há cinco anos. Hoje, entendemos melhor o passado e o que dissemos: ‘Quando as condições permitirem, voltaremos a Hong Kong", disse o CEO da Alibaba, Daniel Zhang, em comunicado à imprensa.
A listagem em Hong Kong também facilitará para que mais investidores chineses comprem e vendam ações da Alibaba, já que existe uma colaboração entre as bolsas de valores de lá com Xangai e Shenzhen.
No meio da confusão
A estreia de Alibaba na bolsa de valores de Hong Kong ocorre depois de meses de tumultuadas manifestações pró-democracia (a instituição em questão permaneceu estável, apesar dos protestos). Além disso, ela ocorreu no dia em que mais da metade dos 452 assentos para votação nas eleições do conselho distrital local deixou de ser maioria do governo comunista para candidatos a favor da democracia.
F2
Organização de golpistas de Bitcoins é detida no Paraná
Na última quinta-feira (5), a Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu uma organização criminosa que aplicava golpes em investidores de Bitcoins. Ao todo, nove pessoas envolvidas foram presas, estando por trás de um prejuízo estimado em R$ 1,5 bilhão.
Cerca de 500 vítimas foram identificadas, distribuídas por seis estados: Paraná, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Maranhão e Amapá. No entanto, a estimativa é que o número de investidores lesados possa chegar a cinco mil. O grupo criminoso vai responder por estelionato, associação criminosa, lavagem de dinheiro e falsificação de documento particular.
A operação foi intitulada Midas — rei da mitologia grega que teria recebido o dom de transformar em ouro tudo o que tocava — e envolveu 62 mandados judiciais (11 mandados de prisão temporária, 11 de busca e apreensão, 16 de bloqueio de contas bancárias e 24 de sequestro de veículos, e esses mandados foram cumpridos em Curitiba, Pinhais e Piraquara – municípios da Região Metropolitana de Curitiba, além de Pontal do Paraná, no Litoral do Estado e em São Paulo), além de 50 policiais civis, 20 viaturas e até o helicóptero da PCPR.
Golpistas geraram cerca de R$ 1,5 bilhão em prejuízo
A Agência de Notícias do Paraná revela que o golpe era operado através de e-mails e mensagens via aplicativo. Uma das vítimas conta que o responsável por angariar investidores prometia rendimentos de 3% a 4% ao dia, e o golpe acontecia, na prática, quando as vítimas transferiam o dinheiro para contas bancárias gerenciadas pelos suspeitos. As vítimas suspeitaram de que aquilo era um golpe quando receberam uma mensagem da empresa (no caso, a organização de golpistas), informando que em um prazo de seis meses os investidores não poderiam fazer nenhum saque. A justificativa era de que a empresa teria sido vítima de uma fraude de cerca de R$ 20 milhões na Argentina. Passado esse período de seis meses, o prazo para sacar foi prorrogado.
Com o desenrolar da investigação, a polícia descobriu que a movimentação financeira da empresa não era compatível com a sua atividade econômica. Durante os quatro meses de investigação, a movimentação financeira do grupo alcançou R$ 156 milhões. Ao longo do golpe, os criminosos utilizavam diversas contas de pessoa física, jurídica e de “laranjas”. Nenhum dos envolvidos possuía autorização para operar no mercado financeiro.
F3
Conheça o projeto que leva mais mulheres negras ao Vale do Silício
A representatividade é importante em todos os setores, principalmente naqueles que são comandados, em sua maioria, por homens brancos. Felizmente, de acordo com a série de artigos Into the Valley, do OneZero, que conta um pouco sobre a vida de quem trabalha no Vale do Silício, local que abriga algumas das maiores companhias de tecnologia do mundo, o cenário de predominância masculina está mudando.
A publicação destaca a história de Stephanie Lampkin que, após 14 anos trabalhando com tecnologia, decidiu em 2016 criar uma ferramenta chamada Blendoor, que visa mitigar preconceitos enraizados na hora da contratação, além de um projeto que tem o objetivo de ajudar mulheres negras empreendedoras a arrecadarem mais investimentos: o Visible Figures.
O artigo ainda mostra em dados como mulheres negras costumam ser mal representadas no mundo da tecnologia. Segundo uma pesquisa realizada pela organização não-governamental digitalundivided, que apoia a carreira de mulheres latinas e negras, startups que possuem negras como fundadoras arrecadam, em média, US$ 36 mil em financiamento, com apenas 12 delas acumulando pelo menos um milhão de dólares.
Em comparação com outras startups, dados obtidos pela empresa de pesquisas CB Insights descobriu que até as empresas que falham, mas que não têm como líderes mulheres negras ou latinas, conseguem acumular US$ 1,3 milhão em média. Um dos exemplos citados aconteceu com a Juicero, startup de máquinas de suco, que faliu mesmo acumulando US$ 100 milhões.
Stephanie Lampkin (Imagem: Reprodução)
Enquanto isso acontecia, Lampkin diz ter conhecido na época, em 2016, várias mulheres negras que fundaram empresas de tecnologia e saúde que estavam motivadas a resolver grandes problemas que afetam o mundo, mas sem a chance de obter um capital. "Eu senti como se estivesse implorando por dinheiro, mentoria e recursos. Com o calibre daquelas mulheres, os outros eram quem deveriam aparecer e nos implorar", conta a empresária.
Com o Visible Figures, então, mulheres negras podem compartilhar dicas e recursos para mergulhar no Vale do Silício, basicamente funcionando como um clube exclusivo para elas. O nome do projeto foi dado em referência ao filme Hidden Figures (Estrelas Além do Tempo), que conta a história de três mulheres negras que trabalharam na NASA nos anos 1960.
O projeto se iniciou como uma lista privada (Listserv) em 2016, com Lampkin convidando mulheres negras fundadoras de startups de tecnologia para compartilhar dicas para conseguir financiamentos, contratações, além de acesso a eventos e organizações que, em sua maioria, são dominados por homens não-negros. Nessa comunidade, que segue firme e forte até hoje, as mulheres membros podem se dar prêmios, feedbacks ou ainda investir e recomendar programas de aceleração para o benefício dessas empresas que estão surgindo.
Resultados
A chegada do Visible Figures fez com que os investimentos em empresas fundadas por mulheres negras aumentassem consideravelmente. Segundo informações do digitalundivided, entre os anos de 2015 e 2017, o número de empresas lideradas por mulheres negras aumentou de 88 a 227, com o total arrecadado de investimento passando de US$ 50 milhões para US$ 250 milhões.
Ainda durante este período, 22 mulheres negras conseguiram arrecadar um milhão de dólares ou mais em financiamento de risco. Os resultados são satisfatórios, mas ainda precisa de muito para se igualar à realidade geral. O arrecadado por essas empresárias negras representam apenas 0,0006% dos US$ 424,7 bilhões investidos em startups entre os anos de 2009 e 2017.
Atualmente, o Visible Figures conta com mais de 100 membros, com previsão de crescimento em curto prazo.
F4
Inédito: neurônios artificiais e cerebrais se comunicam pela internet
Se você ainda se lembra do som da internet discada ao se conectar, está na hora de reprogramar seu cérebro. Isso porque pesquisadores já investigam e até mesmo desenvolvem a próxima era do sistema global de redes de computadores. É a Internet da Neuroeletrônica, onde neurônios humanos estarão conectados e trabalhando ao lado de neurônios artificias, a partir dos nanoeletrônicos, em uma fusão inédita entre homem e máquina.
Afinal, as funções cerebrais só são possíveis através de circuitos de neurônios, que estão conectados entre si por ligações microscópicas, mas altamente complexas, chamadas sinapses. Ainda, hoje, as sinapses nervosas são, em alguns pontos, misteriosas para a ciência. No entanto, em estudo publicado pela revista científica Nature Scientific Reports, cientistas criaram uma rede neural híbrida em que neurônios biológicos e artificiais, em diferentes partes do mundo, foram capazes de se comunicar pela Internet.
Através de um hub, construído a partir sinapses artificiais e nanotecnologia de ponta, foi a primeira vez que três importantes tecnologias emergentes trabalharam juntas: interfaces cérebro-computador, redes neurais artificiais e tecnologias avançadas de memória — também conhecidas como memristores.
Colaboração entre cientistas europeus permite a primeira conexão entre neurônios biológicos e artificiais pala internet (Foto: Reprodução/ Brain Tech)
A vida imita a ficção | Cientistas conseguem transferir cérebro para computador
Para o estudo, pesquisadores da Universidade de Pádua, na Itália, cultivaram neurônios de camundongos em seu laboratório, enquanto parceiros da Universidade de Zurique e da ETH Zurique, ambos espaços na Suíça, criaram neurônios artificiais em microchips de silício.
Nesse processo, um laboratório virtual foi formado através de uma configuração elaborada de controle de sinapses nanoeletrônicas desenvolvida, por sua vez, na Universidade de Southampton, na Inglaterra.
Entenda a conexão
Os pesquisadores ingleses capturaram os sinais enviados pela internet a partir de neurônios biológicos, na Itália, e depois os distribuíram pela rede neural. As respostas dessa "conversa" foram enviadas aos neurônios artificiais de Zurique. Esse processo também funcionou, simultaneamente, em sentido inverso, ou seja, de Zurique até Pádua.
Assim, neurônios artificiais e biológicos foram capazes de se comunicar bidirecionalmente e em tempo real pela primeira vez. Mesmo que seja um processo, por enquanto, simples, é uma descoberta e tanto para a ciência.
A partir de conexões entre Itália, Suíça e Inglaterra, neurônios se comunicam pela internet (Foto: Reprodução/ Nature)
Themis Prodromakis, professor de nanotecnologia e diretor do Centro de Fronteiras Eletrônicas da Universidade de Southampton, disse que "um dos maiores desafios na realização de pesquisas desse tipo e nesse nível tem sido a integração de tecnologias de ponta distintas e conhecimentos especializados que não são, normalmente, encontrados no mesmo espaço. Ao criar um laboratório virtual, conseguimos isso."
Após a conexão pioneira, os pesquisadores acreditam que esse feito deve despertar o interesse de outras áreas, acelerando o ritmo da inovação e do avanço científico no campo da pesquisa de interfaces neurais. Dessa maneira, essa nova descoberta também abre caminhos para novos desenvolvimentos significativos na pesquisa de inteligência neural e artificial.
Neurônio artificial é desenvolvido em Zurique e se comunica com neurônio biológico na Itália (Foto: Reprodução/ Nature)
Além disso, essa capacidade em conectar diferentes tecnologias (e conhecimentos) espalhadas pelo mundo, de modo colaborativo e eficiente, é um passo em direção à democratização da tecnologia, que desmistifica o preconceito em parcerias acadêmicas.
De acordo com o professor Prodromakis, "estamos muito empolgados com esse novo desenvolvimento. Por um lado, ele define as bases para um novo cenário que nunca foi encontrado durante a evolução natural, em que neurônios biológicos e artificiais são ligados e se comunicam através de redes globais, lançando as bases para Internet da Neuroeletrônica."
Prodromakis ainda destaca que a descoberta “abre o caminho para pesquisas sobre a substituição de partes disfuncionais do cérebro por chips de Inteligência Artificial”, ou seja, pode ser um caminho para a virada ciborgue da humanidade, onde sinais biológicos e digitais poderão ser igualmente lidos.
F5
Imagens impressionantes mostram rápido derretimento de gelo na Antártida
Não é à toa que uma das principais preocupações mundiais atualmente, além do novo coronavírus (Covid-19), são as mudanças climáticas. Estamos vendo muitos lugares com enchentes e problemas ambientais inesperados, e novas imagens liberadas pela NASA são preocupantes: há duas semanas, a Antártida registrou seu clima mais quente da história, com temperatura de 18,3 °C, o que provocou o rápido derretimento de uma grande área de gelo entre os dias 5 e 13 de fevereiro.
Comparando com outras fotos capturadas pelo satélite Landsat 8, é visível o que aconteceu em pouco mais de uma semana em Eagle Island, uma massa de terra na ponta da península, que fica a cerca de 40 quilômetros da Base Esperanza, onde foi registrada a temperatura recorde.
Imagem: Reprodução/NASA
À medida que as temperaturas quentes persistiam, a calota de gelo da ilha recuou rapidamente e a água derretida foi coletada em piscinas que cobriam cerca de 1,6 quilômetro quadrado. A onda de calor diminuiu em cerca de dez centímetros a espessura da neve, 25% dos quais derreteram no dia 6 de fevereiro. No total, a NASA estima que essa onda quente tenha derretido 20% de toda a acumulação sazonal de neve da região.
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Imagem: Reprodução/NASA
"Nunca vi lagoas de derretimento se desenvolverem rapidamente na Antártida. Você vê esses tipos de eventos de derretimento no Alasca e na Groenlândia, mas geralmente não na Antártida", afirmou Mauri Pelto, glaciologista do Nichols College que estuda o evento.
A onda de calor foi particularmente intensa neste ano por causa de padrões climáticos atípicos na costa da América do Sul. Na temperatura máxima, a Antártida esteve mais quente que Orlando, na Flórida. Por mais anômalo que isso possa parecer, os cientistas esperam que se torne uma ocorrência mais frequente devido aos impactos das mudanças climáticas provocadas pela ação do Homem.
F6
Explodir? Desviar? O que fazer se um asteroide gigante vier em direção à Terra?
O que fazer se um asteroide gigante vier em direção à Terra? Quais são as opções para salvar a humanidade de uma catástrofe? Bem, existem alguns métodos que podem evitar o pior e, caso uma ameaça iminente seja detectada, será preciso escolher a melhor alternativa. Para facilitar a decisão, uma equipe de pesquisadores criou uma espécie de guia para os futuros defensores do planeta.
Existem muitos asteroides na vizinhança da Terra sendo observados, e suas órbitas são razoavelmente bem conhecidas. Vários deles são considerados como potencialmente perigosos, mas nenhum já descoberto tem muitas chances de nos atingir nos próximos 100 anos. O problema é que constantemente descobrimos novos pedregulhos espaciais e, portanto, seria ingenuidade pensar que já conhecemos todos os objetos espaciais ameaçadores à nossa existência.
Caso algum desses objetos já conhecidos se aproxime perigosamente de nós, provavelmente ficaremos sabendo com antecedência o suficiente para agir. Os astrônomos observam as órbitas dessas rochas, principalmente quando se aproximam da Terra, para ver se há alguma probabilidade de atravessarem uma "fechadura" - regiões do espaço pelas quais o asteroide precisa passar ao se aproximar da Terra durante a órbita antes entrar em rota de colisão com nosso planeta.
Como explica Sung Wook Paek, principal autor do estudo, "uma fechadura é como uma porta - uma vez aberta, o asteroide colidirá com a Terra logo depois, com alta probabilidade". Então, o momento ideal para impedir que um objeto atinja a Terra é antes que ele chegue a uma dessas áreas, de acordo com o estudo. Caso ele passe pela “fechadura”, salvar a Terra exigirá muito mais recursos e mais riscos.
Órbitas de asteroides potencialmente perigosos atualmente conhecidos (Imagem: NASA/JPL-Caltech)
Paek e seus colegas descartaram a maioria dos planos já elaborados por outros pesquisadores para desviar asteroides, e mantiveram apenas a explosão com bombas nucleares e impactadores como opções viáveis - ainda que a explosão nuclear também seja problemática porque não se sabe exatamente como um asteroide se comportará ao ser bombardeado. Além disso, há preocupações políticas sobre uso de armas nucleares no espaço, então seria bom se pudéssemos evitar essa abordagem.
No final, ficaram três opções de missões que poderiam ser preparadas em razoavelmente pouco tempo se um asteroide fosse visto indo em direção a uma “fechadura” do tipo:
1 - Lançar uma espaçonave pesada contra o objeto, usando todas as informações já disponíveis sobre sua composição e trajetória para desviá-lo da rota. O problema dessa abordagem é que os telescópios na Terra só conseguem reunir informações aproximadas sobre asteroides distantes, escuros e relativamente pequenos. Sem informações precisas sobre massa, velocidade ou composição física do objeto, a missão terá que confiar em estimativas subjetivas e corre um risco maior de não conseguir desviar adequadamente o objeto da “fechadura”.
2 - Lançar uma espécie de sonda primeiro para coletar dados sobre o asteroide antes de lançar o impactador principal. Com as informações adicionais, a missão deve obter um resultado ainda mais eficaz. Essa missão teria mais chances de sucesso porque poderia determinar a massa e a velocidade da rocha com muito mais precisão, mas exigiria mais tempo e recursos.
3 - Um pequeno impactador lançado ao mesmo tempo que a sonda para desviar um pouco o objeto de sua rota. Em seguida, todas as informações coletadas pela sonda e da nova rota criada pelo primeiro impacto são usadas para ajustar um segundo impacto que terminará o trabalho. Essa é a melhor abordagem, mas exigiria mais tempo e recursos para ser colocada em prática.
O asteroide Bennu. Com um diâmetro de aproximadamente 493 metros, Bennu tem oito chances de atingir a Terra entre 2169 e 2199 (Foto: NASA)
Novo método usa rede neural para detectar asteroides potencialmente perigosos
Asteroides potencialmente perigosos podem se esconder na sombra de Júpiter
Para resolver o problema da escolha, os autores do estudo desenvolveram um método para calcular qual missão é melhor baseada em duas variáveis: o tempo entre o início da missão e a data em que o asteroide alcançará a “fechadura”, e a dificuldade envolvida em desviar adequadamente o objeto de sua rota em direção ao nosso planeta.
Aplicando esses cálculos aos objetos espaciais Apophis e Bennu - dois conhecidos asteroides relativamente próximos da Terra e capazes de destruir planetas -, os pesquisadores criaram um conjunto complexo de instruções para quem quer que esteja no comando das missões de proteger a Terra caso um desses objetos comece a vir em nossa direção. Eles descobriram que, com tempo suficiente, o terceiro tipo de missão é a opção certa para desviar Bennu em quase todos os cenários simulados. Se o tempo for curto, uma missão do primeiro tipo é o ideal. Houve apenas alguns casos em que as missões do segundo tipo faziam mais sentido.
Já no caso de Apophis, as coisas ficam mais complicadas. Se o tempo fosse curto, uma missão do segundo tipo seria a melhor opção na maioria dos cenários. Com mais tempo disponível, as missões do último tipo poderiam ser melhores, dependendo da dificuldade de desviar o curso. Não houve situações em que uma missão do primeiro tipo fizesse sentido para lidar com o Apophis.
Essas diferenças entre as rochas acontecem por causa dos diferentes níveis de incerteza sobre suas massas, velocidades e sobre como seus materiais internos reagiriam a um impacto.
Estudos futuros podem incorporar outras opções de defesa nesses mesmos princípios, incluindo armas nucleares. Quanto mais complexa a lista de opções, mais difícil é o cálculo. Também seria útil treinar algoritmos de aprendizado de máquina para tomar decisões com base nos dados disponíveis, em qualquer cenário de destruição da Terra causada por asteroides.
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