Tomás Nota foi trocar seu dinheiro no Banco do Pronome.
- Desculpe, nós não trabalhamos com dinheiro aqui! - explicou o caixa do banco. Você pode trocar um substantivo por um pronome.
- Como assim? - espantou-se o bloquinho.
- Por exemplo: em vez de dizer "o banco não trabalha com dinheiro", eu disse "nós não trabalhamos com dinheiro".
- Deixa eu ver se entendi. Você está dizendo que trocou "banco", que é um substantivo, por "nós", que é um pronome.
O caixa se animou:
- Certo. Qual é seu nome?
- Tomás Nota.
- Seu nome é um substantivo, como o nome de todo mundo. Mas as pessoas podem chamá-lo de outro modo: você. A gente pode trocar o substantivo Tomás Nota pelo pronome você.
- E por quê tem de trocar? - perguntou, curioso.
- Para variar... já pensou ter de ficar repetindo seu nome em cada coisa que eu digo a você? E se eu fosse falar de você para outra pessoa, eu poderia dizer: "Ele tem um nome esquisito". "Ele" é um pronome que a gente usa para substituir Tomás Nota.
Ele se ofendeu um pouco com esse negócio de o caixa ficar falando mal do nome dele. Mas o caixa mudou de assunto.
- Bom, tem outra coisa que as pessoas fazem no Banco do Pronome.
- Ah, e o que é?
- Pegam pronomes para acompanhar substantivos.
- Ih, lá vem você de novo, resmungou o impaciente Tomás.
- Quando a gente fala "seu nome", ou o "nome dele", os pronomes vêm ao lado do nome (substantivo) para deixar claro de quem ele é.
Pronomes substituem, retomam ou acompanham substantivos, relacionando-os às pessoas do discurso ou situando-os no espaço, no tempo ou no texto*.
*Anjo Aurélio explica: "Pessoas do discurso são as pessoas que estão falando, 1ª pessoa = aquela que fala (falante), 2ª pessoa = aquela com quem se fala (interlocutor) e 3ª pessoa = aquela de quem se fala (referente)"
Mas Tomás Nota não ficou satisfeito, e queria saber mais sobre o tal do pronome. Você sabe como eles são classificados?
Os pronomes podem ser classificados em:
Pessoais: substitui os substantivos que representam as pessoas do discurso. Podemos usar os Pronomes pessoais retos: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas, em vez do nome de cada um. Sintaticamente funcionam como sujeito, predicativo do sujeito ou aposto*.
Exemplos: João e Maria foram ao supermercado = Eles foram ao supermercado.
Maria comprou batatas = Ela comprou batatas.
*Anjo Aurélio explica: Esses pronomes podem ter outras funções quando regidos por preposição, exceto no caso dos pronomes eu e tu. No contexto religioso, os pronomes tu e vós funcionam como vocativo.
Pronomes pessoais oblíquos: me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, a, lhe, se, si, consigo, ele, ela, nos, nós, conosco, vos, vós, convosco, os, as, lhes, se, si, consigo, eles, elas. Sintaticamente funcionam como objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, adjunto adverbial ou agente da passiva.
Exemplos: Eu dei um bombom ao João = Eu dei-lhe um bombom.
João, acompanhe o Joaquim e eu = João, acompanhe-nos.
*Anjo Aurélio explica: Esses pronomes podem funcionar como adjunto adnominal ou sujeito de verbo no infinitivo.
Pronomes pessoais de tratamento: representam a forma de se tratar as pessoas. De modo cerimonioso, cortês, familiar ou oficial. Você (pessoas íntimas), Senhor / Senhora (para tratamento de respeito), Senhorita (para moças solteiras), Vossa Senhoria (para funcionários graduados), Vossa Excelência (para altas autoridades), Vossa Majestade (para reis e imperadores), Vossa Santidade (para o Papa), Vossa Alteza (para príncipes e duques), Vossa Eminência (para cardeais), Vossa Reverendíssima (para sacerdotes), Meritíssimo (para juízes).
Possessivos: meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, seu, sua, seus, suas, nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua, seus, suas, dele, dela, deles, delas. Indicam posse, ou seja, relacionam possuidor à coisa possuída, indicam que determinada coisa, pertence à alguém. Exemplos: meu casaco, tua mãe, suas mãos.
Demonstrativos: acompanham substantivos para situá-los no espaço, no tempo ou no próprio texto, em relação à pessoa do discurso. Este, esta, estes, estas, esse, essa, esses, essas, aquele, aquela, aqueles, aquelas, isto, isso, aquilo, mesmo, mesma, mesmos, mesmas, próprio, própria, próprios, próprias, semelhante, semelhantes, tal, tais, o, a, os, as.
Exemplos:
Espaço - função espacial
Este carro é meu (indica que o carro está próximo da pessoa que fala)
Esse carro é meu (indica que o carro está próximo da pessoa que ouve)
Aquele carro é meu (indica que o carro está longe das duas pessoas)
Tempo - função temporal
Este ano está maravilhoso (indica o ano presente)
Este ano foi/será maravilhoso (indica um ano recente ou futuro)
Aquele ano foi maravilhoso (indica um ano muito distante)
Discurso
- Desculpe, nós não trabalhamos com dinheiro aqui! - explicou o caixa do banco. Você pode trocar um substantivo por um pronome.
- Como assim? - espantou-se o bloquinho.
- Por exemplo: em vez de dizer "o banco não trabalha com dinheiro", eu disse "nós não trabalhamos com dinheiro".
- Deixa eu ver se entendi. Você está dizendo que trocou "banco", que é um substantivo, por "nós", que é um pronome.
O caixa se animou:
- Certo. Qual é seu nome?
- Tomás Nota.
- Seu nome é um substantivo, como o nome de todo mundo. Mas as pessoas podem chamá-lo de outro modo: você. A gente pode trocar o substantivo Tomás Nota pelo pronome você.
- E por quê tem de trocar? - perguntou, curioso.
- Para variar... já pensou ter de ficar repetindo seu nome em cada coisa que eu digo a você? E se eu fosse falar de você para outra pessoa, eu poderia dizer: "Ele tem um nome esquisito". "Ele" é um pronome que a gente usa para substituir Tomás Nota.
Ele se ofendeu um pouco com esse negócio de o caixa ficar falando mal do nome dele. Mas o caixa mudou de assunto.
- Bom, tem outra coisa que as pessoas fazem no Banco do Pronome.
- Ah, e o que é?
- Pegam pronomes para acompanhar substantivos.
- Ih, lá vem você de novo, resmungou o impaciente Tomás.
- Quando a gente fala "seu nome", ou o "nome dele", os pronomes vêm ao lado do nome (substantivo) para deixar claro de quem ele é.
Pronomes substituem, retomam ou acompanham substantivos, relacionando-os às pessoas do discurso ou situando-os no espaço, no tempo ou no texto*.
*Anjo Aurélio explica: "Pessoas do discurso são as pessoas que estão falando, 1ª pessoa = aquela que fala (falante), 2ª pessoa = aquela com quem se fala (interlocutor) e 3ª pessoa = aquela de quem se fala (referente)"
Mas Tomás Nota não ficou satisfeito, e queria saber mais sobre o tal do pronome. Você sabe como eles são classificados?
Os pronomes podem ser classificados em:
Pessoais: substitui os substantivos que representam as pessoas do discurso. Podemos usar os Pronomes pessoais retos: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas, em vez do nome de cada um. Sintaticamente funcionam como sujeito, predicativo do sujeito ou aposto*.
Exemplos: João e Maria foram ao supermercado = Eles foram ao supermercado.
Maria comprou batatas = Ela comprou batatas.
*Anjo Aurélio explica: Esses pronomes podem ter outras funções quando regidos por preposição, exceto no caso dos pronomes eu e tu. No contexto religioso, os pronomes tu e vós funcionam como vocativo.
Pronomes pessoais oblíquos: me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, a, lhe, se, si, consigo, ele, ela, nos, nós, conosco, vos, vós, convosco, os, as, lhes, se, si, consigo, eles, elas. Sintaticamente funcionam como objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, adjunto adverbial ou agente da passiva.
Exemplos: Eu dei um bombom ao João = Eu dei-lhe um bombom.
João, acompanhe o Joaquim e eu = João, acompanhe-nos.
*Anjo Aurélio explica: Esses pronomes podem funcionar como adjunto adnominal ou sujeito de verbo no infinitivo.
Pronomes pessoais de tratamento: representam a forma de se tratar as pessoas. De modo cerimonioso, cortês, familiar ou oficial. Você (pessoas íntimas), Senhor / Senhora (para tratamento de respeito), Senhorita (para moças solteiras), Vossa Senhoria (para funcionários graduados), Vossa Excelência (para altas autoridades), Vossa Majestade (para reis e imperadores), Vossa Santidade (para o Papa), Vossa Alteza (para príncipes e duques), Vossa Eminência (para cardeais), Vossa Reverendíssima (para sacerdotes), Meritíssimo (para juízes).
Possessivos: meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, seu, sua, seus, suas, nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua, seus, suas, dele, dela, deles, delas. Indicam posse, ou seja, relacionam possuidor à coisa possuída, indicam que determinada coisa, pertence à alguém. Exemplos: meu casaco, tua mãe, suas mãos.
Demonstrativos: acompanham substantivos para situá-los no espaço, no tempo ou no próprio texto, em relação à pessoa do discurso. Este, esta, estes, estas, esse, essa, esses, essas, aquele, aquela, aqueles, aquelas, isto, isso, aquilo, mesmo, mesma, mesmos, mesmas, próprio, própria, próprios, próprias, semelhante, semelhantes, tal, tais, o, a, os, as.
Exemplos:
Espaço - função espacial
Este carro é meu (indica que o carro está próximo da pessoa que fala)
Esse carro é meu (indica que o carro está próximo da pessoa que ouve)
Aquele carro é meu (indica que o carro está longe das duas pessoas)
Tempo - função temporal
Este ano está maravilhoso (indica o ano presente)
Este ano foi/será maravilhoso (indica um ano recente ou futuro)
Aquele ano foi maravilhoso (indica um ano muito distante)
Discurso
Quando se redige um texto - função referencial:
O tema da reunião é este: reajuste salarial. (indica o que será citado no texto)
Se você se esqueceu de passar protetor solar, isso pode lhe causar problemas. (indica o que já foi citado no texto)
O tema da reunião é este: reajuste salarial. (indica o que será citado no texto)
Se você se esqueceu de passar protetor solar, isso pode lhe causar problemas. (indica o que já foi citado no texto)
Em um período ou parágrafo - função distributiva:
Matemática e Literatura me agradam: esta me desenvolve a sensibilidade; aquela, o raciocínio. (retoma dois elementos citados no texto)
*Anjo Aurélio explica: Quando um pronome anuncia, chama-se de catáfora ou elemento catafórico. Quando um pronome retoma, chama-se de anáfora ou elemento anafórico.
*Anjo Aurélio explica: Quando um pronome anuncia, chama-se de catáfora ou elemento catafórico. Quando um pronome retoma, chama-se de anáfora ou elemento anafórico.
Na retomada de dois substantivos, usa-se este para retomar o último elemento e aquele para retomar o primeiro elemento.
Se houver três ou mais elementos a serem retomados, usam-se numerais: o primeiro, o segundo, o terceiro, e não 'este' para o primeiro elemento, 'esse' para o do meio e 'aquele' para o último.
Relativos: o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas, que, quem, onde, como, quando. Os pronomes relativos retomam ou substituem termos citados anteriormente, evitando sua repetição.
Exemplos:
Esse é o seriado que eu mais gosto. "Que" é o pronome que acompanha o substantivo "seriado", relacionando-o à expressão "eu mais gosto".
Este é o livro cujas folhas estão amareladas.
Indefinido: refere-se à 3ª pessoa (ele, ela, eles, elas) de modo impreciso, vago ou genérico. Algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, muito, muita, muitos, muitas, pouco, pouca, poucos, poucas, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, vário, vária, vários, várias, bastante, bastantes, qualquer, quaisquer, alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, cada, algo, quem, mais, menos, demais, fulano, sicrano, beltrano
Exemplos:
Ninguém sabe o que aconteceu. (Em vez de dizer "eles não sabem o que aconteceu").
Você tem algo a dizer?
Interrogativo: usado em perguntas diretas ou indiretas*. Quem, qual, quais, que, quanto, quanta, quantos, quantas.
Exemplo:
Qual é o seu nome?
Quantos anos você tem?
*Anjo Aurélio explica: Pergunta direta é aquela que começa com ponto de interrogação, pergunta indireta é aquela que supõe um questionamento, mas começa com verbos próprios para interrogar e termina com ponto final.
Ao ver Tomás Nota passeando pelo Bairro da Morfologia, um garoto veio perguntar:
- Você está perdido?
- Não, só passeando.
- Ah, então vou levar você a um lugar legal. Meu nome é Morfeu, e o seu?
- Tomás Nota.
E os dois garotos de nomes esquisitos foram ao Bazar do Artigo.
- Que artigos vocês têm aí? - perguntou Tomás Nota.
A dona do bazar, que não era de fazer rodeios, foi logo dizendo:
- O, a, os, as, um, uma, uns, umas.
- E para que servem?, provocou Morfeu, dando uma piscadinha para o bloquinho. Afinal, Morfeu era do bairro e conhecia muito bem aquele lugar.
- Se você tem um substantivo, o artigo pode dizer se ele está no singular ou no plural. Por exemplo, o carrinho, os carrinhos.
E ela desandou a falar:
- Do mesmo modo, o artigo pode identificar o substantivo como masculino ou feminino, pode individualizar, particularizar ou generalizar, determinar ou indeterminar, definir ou indefinir. Como o substantivo "boneca" é feminino, usamos a antes dele: a boneca. Se é boneco, dizemos o boneco.
A mulher continuou seu discurso:
- Se eu me refiro a um ser qualquer de uma espécie, uso os artigos indefinidos: um gato, uma xícara, uns cadernos, umas árvores. Mas se, por outro lado, eu quero falar seres definidos, eu uso os artigos definidos: o gato Xavier, a xícara quebrada, os cadernos de Matemática, as árvores que caíram!
No meio do passeio, Tomás Nota passou no Correio.
Pensou nos seus pais e no Sandoval, seu cachorro tão leal, e resolveu mandar um cartão postal.
- Quero mandar um cartão saudade casa!, disse ao funcionário, que quase teve um desmaio.
"Xi! Que cara burro", o funcionário pensou, mas não disse, com medo de ganhar um murro.
- Você quer mandar um cartão DE saudades? - perguntou o funcionário.
Tomás Nota achou que era má-vontade.
- Você quer enviar um cartão PARA casa? - implicou o funcionário.
Tomás Nota se sentiu um otário.
- Aqui é o Correio da Preposição. Enviamos pacote COM presente, e todo tipo de cartão. Mandamos também cartas POR via aérea e telegramas PARA dizer parabéns.
Tomás Nota achou graça do funcionário, que fazia pose de competente.
Depois de escrever o cartão, entregou para o tal, que ainda disse:
- Ei! Está SEM o remetente!
Percebendo qual era o jogo, nosso herói resolveu ser peralta.
- EM VEZ DE escrever meu nome verdadeiro, vou assinar meu apelido!
E você, percebeu qual era o jogo?
O jogo era usar preposições corretamente!
Afinal, "Quero mandar um cartão saudade casa" não é frase que se apresente.
Entre "cartão" e "saudade" é preciso a preposição DE, como mostrou o funcionário do Correio. E entre "saudade" e "casa" também tem que haver uma palavra de ligação: PARA, que é uma preposição!
Isso porque alguém pode sentir saudades DE casa, pode sentir saudades EM casa (de alguém que está lá fora...). Tem que falar direito para ser entendido, não é?
Preposições fazem as ligações certas entre as palavras.
Você quer saber como as preposições trabalham e chegam a modificar uma oração?
Você já viu o que acontece quando alguém liga um aparelho de 110V na tomada de 220V? Além de não funcionar, quebra.
É preciso fazer a ligação correta.
Assim são as preposições: cada uma serve para dizer uma coisa diferente.
Veja como esta oração pode mudar, de acordo com a preposição colocada:
Este é um papo DE adultos.
Este é um papo SEM adultos.
Este é um papo COM adultos.
Este é um papo ENTRE adultos.
Este é um papo SOBRE adultos.
Relativos: o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas, que, quem, onde, como, quando. Os pronomes relativos retomam ou substituem termos citados anteriormente, evitando sua repetição.
Exemplos:
Esse é o seriado que eu mais gosto. "Que" é o pronome que acompanha o substantivo "seriado", relacionando-o à expressão "eu mais gosto".
Este é o livro cujas folhas estão amareladas.
Indefinido: refere-se à 3ª pessoa (ele, ela, eles, elas) de modo impreciso, vago ou genérico. Algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, muito, muita, muitos, muitas, pouco, pouca, poucos, poucas, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, vário, vária, vários, várias, bastante, bastantes, qualquer, quaisquer, alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, cada, algo, quem, mais, menos, demais, fulano, sicrano, beltrano
Exemplos:
Ninguém sabe o que aconteceu. (Em vez de dizer "eles não sabem o que aconteceu").
Você tem algo a dizer?
Interrogativo: usado em perguntas diretas ou indiretas*. Quem, qual, quais, que, quanto, quanta, quantos, quantas.
Exemplo:
Qual é o seu nome?
Quantos anos você tem?
*Anjo Aurélio explica: Pergunta direta é aquela que começa com ponto de interrogação, pergunta indireta é aquela que supõe um questionamento, mas começa com verbos próprios para interrogar e termina com ponto final.
Ao ver Tomás Nota passeando pelo Bairro da Morfologia, um garoto veio perguntar:
- Você está perdido?
- Não, só passeando.
- Ah, então vou levar você a um lugar legal. Meu nome é Morfeu, e o seu?
- Tomás Nota.
E os dois garotos de nomes esquisitos foram ao Bazar do Artigo.
- Que artigos vocês têm aí? - perguntou Tomás Nota.
A dona do bazar, que não era de fazer rodeios, foi logo dizendo:
- O, a, os, as, um, uma, uns, umas.
- E para que servem?, provocou Morfeu, dando uma piscadinha para o bloquinho. Afinal, Morfeu era do bairro e conhecia muito bem aquele lugar.
- Se você tem um substantivo, o artigo pode dizer se ele está no singular ou no plural. Por exemplo, o carrinho, os carrinhos.
E ela desandou a falar:
- Do mesmo modo, o artigo pode identificar o substantivo como masculino ou feminino, pode individualizar, particularizar ou generalizar, determinar ou indeterminar, definir ou indefinir. Como o substantivo "boneca" é feminino, usamos a antes dele: a boneca. Se é boneco, dizemos o boneco.
A mulher continuou seu discurso:
- Se eu me refiro a um ser qualquer de uma espécie, uso os artigos indefinidos: um gato, uma xícara, uns cadernos, umas árvores. Mas se, por outro lado, eu quero falar seres definidos, eu uso os artigos definidos: o gato Xavier, a xícara quebrada, os cadernos de Matemática, as árvores que caíram!
No meio do passeio, Tomás Nota passou no Correio.
Pensou nos seus pais e no Sandoval, seu cachorro tão leal, e resolveu mandar um cartão postal.
- Quero mandar um cartão saudade casa!, disse ao funcionário, que quase teve um desmaio.
"Xi! Que cara burro", o funcionário pensou, mas não disse, com medo de ganhar um murro.
- Você quer mandar um cartão DE saudades? - perguntou o funcionário.
Tomás Nota achou que era má-vontade.
- Você quer enviar um cartão PARA casa? - implicou o funcionário.
Tomás Nota se sentiu um otário.
- Aqui é o Correio da Preposição. Enviamos pacote COM presente, e todo tipo de cartão. Mandamos também cartas POR via aérea e telegramas PARA dizer parabéns.
Tomás Nota achou graça do funcionário, que fazia pose de competente.
Depois de escrever o cartão, entregou para o tal, que ainda disse:
- Ei! Está SEM o remetente!
Percebendo qual era o jogo, nosso herói resolveu ser peralta.
- EM VEZ DE escrever meu nome verdadeiro, vou assinar meu apelido!
E você, percebeu qual era o jogo?
O jogo era usar preposições corretamente!
Afinal, "Quero mandar um cartão saudade casa" não é frase que se apresente.
Entre "cartão" e "saudade" é preciso a preposição DE, como mostrou o funcionário do Correio. E entre "saudade" e "casa" também tem que haver uma palavra de ligação: PARA, que é uma preposição!
Isso porque alguém pode sentir saudades DE casa, pode sentir saudades EM casa (de alguém que está lá fora...). Tem que falar direito para ser entendido, não é?
Preposições fazem as ligações certas entre as palavras.
Você quer saber como as preposições trabalham e chegam a modificar uma oração?
Você já viu o que acontece quando alguém liga um aparelho de 110V na tomada de 220V? Além de não funcionar, quebra.
É preciso fazer a ligação correta.
Assim são as preposições: cada uma serve para dizer uma coisa diferente.
Veja como esta oração pode mudar, de acordo com a preposição colocada:
Este é um papo DE adultos.
Este é um papo SEM adultos.
Este é um papo COM adultos.
Este é um papo ENTRE adultos.
Este é um papo SOBRE adultos.
Existem aquelas que nasceram para ser preposição. São as essenciais: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
Existem aquelas que não são preposições, mas podem funcionar como tal. São as acidentais: como, segundo, consoante, conforme, durante, exceto, salvo, tirante, mediante, senão, visto, menos, não obstante, feito, fora, que. Vêm de uma derivação imprópria.
*Dica do Anjo Aurélio: Derivação imprópria é a troca de classe gramatical, sem mudar a forma. É também chamada de conversão.
Muitas vezes, a preposição aparece junta em outras palavrinhas:
Combinação
Quando a preposição se junta à outra palavra e ninguém perde letra.
Veja:
Aonde você pensa que vai? AONDE = A + ONDE.
Outros exemplos: ao (a + o), aos (a + os)
Contração
Quando a preposição se junta com o termo e fica diferente.
Atente:
Coloque o destinatário NESTE cartão. NESTE= EM+ESTE
Outros exemplos: num (em + um), daquele (de + aquele)
Além de preposições juntas em outras palavras, há também as preposições que são formadas por várias palavras que andam uma do lado da outra. São as locuções prepositivas. Você viu como o Tomás Nota aprendeu o jogo da preposição que o funcionário do Correio quis jogar com ele? Até usou "em vez de"... que chique.
Exemplos de locuções prepositivas:
ALÉM DE não tomar banho, não fez lição de casa.
Eu empresto meu brinquedo, APESAR DE você ser chato.
EM VEZ DE assinar meu nome, vou usar meu apelido.
Locução prepositiva é o grupo de palavras que vale por uma preposição.
A crase (o acento grave) tem tudo a ver com preposição. Aliás, não há crase se não houver a preposição “a”, ok? O acento grave da crase serve para dizer que há duas letras “a” juntas. O “a” da preposição + o “a” do artigo.
Ocorre crase
Antes de palavras femininas com artigo, pronomes demonstrativos (aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo) e pronomes relativos, que estão depois de um verbo ou nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) que exija a preposição “a”.
Verbo Ir: Eu fui à festa (a + a). Eu fui àquela festa (a + aquela). Eu fui às reuniões (as + as). Esta é a menina à qual me referi.
Em locuções adverbiais femininas: Saímos à noite, Ele ficou à vontade, Sentou-se à direita de sua mulher. Elas podem ser de tempo (à tarde, às vezes), de lugar (à esquerda, à direita), de modo (às escuras, à toa) ou de intensidade (à beça).
*Anjo Aurélio explica: Em adjuntos adverbiais de meio ou instrumento, não há crase, a menos que cause ambiguidade (sentido duvidoso).
Na indicação de horas: Chegamos às dez horas.
*Anjo Aurélio explica: Saí a uma hora qualquer. (hora indeterminada - não há crase)
Em locuções prepositivas e conjuntivas formadas de palavras femininas: à procura de, à espera de, à beira de, à custa de, à moda de, à medida que, à proporção que.
Não ocorre crase
Antes de palavra masculina: Andava a cavalo.
*Anjo Aurélio explica: Antes de palavra masculina, a crase só ocorre quando a locução prepositiva à moda de estiver implícita: Elaborou a redação à Machado de Assis.
Antes da maioria dos pronomes (pessoais, demonstrativos, relativos, indefinidos, interrogativos e de tratamento): Diga a ele para não se atrasar.
*Anjo Aurélio explica: São exceções a essa regra pronomes de tratamento femininos, como senhora, senhorita, dona e madame, e alguns demonstrativos e indefinidos, como mesma, própria, outra, tal e demais.
Antes de verbos no infinitivo: Ela estava disposta a colaborar.
Antes de palavras no plural: Fui a reuniões chatíssimas.
*Anjo Aurélio explica: Quando o A vem seguido de S, usa-se a crase: Fui às importantes reuniões.
Entre palavras repetidas: Gota a gota, passo a passo. Exceções: 'é preciso declarar guerra à guerra' e 'é preciso dar mais vida à vida'
Na expressão “a distância”, quando indeterminada: A menina observava o menino a distância.
*Anjo Aurélio explica: Quando determinada, a expressão 'a distância' admite a crase: Observava tudo à distância de 15 metros. Já se admite o uso de 'a distância' quando indeterminada, para evitar ambiguidades: Estudo à distância.
Quando a crase é facultativa:
Diante de nomes próprios femininos: “Refiro-me a Rita” ou “Refiro-me à Rita”.
*Anjo Aurélio explica: Em referência a pessoas com quem não se tem intimidade, não há crase: ''Fiz homenagem a Irmã Dulce'', a menos que venha determinado: ''Fiz homenagem à religiosa Irmã Dulce''. Quando o nome próprio está qualificado, a crase é obrigatória: ''Sempre obedeço à notável Beatriz''.
Diante de pronomes possessivos femininos: “Refiro-me a sua irmã” ou “Refiro-me à sua irmã”.
*Anjo Aurélio explica: Havendo omissão do substantivo, a crase é obrigatória: ''Esta proposta é idêntica à sua''.
Depois da preposição até: ''Vou até a igreja'' ou ''Vou até à igreja''
*Anjo Aurélio explica: Em construções como ''Estudo até as línguas antigas'', o até é palavra denotativa de inclusão, sinônimo de inclusive, não possui a variante até a.
Muitas vezes, a preposição aparece junta em outras palavrinhas:
Combinação
Quando a preposição se junta à outra palavra e ninguém perde letra.
Veja:
Aonde você pensa que vai? AONDE = A + ONDE.
Outros exemplos: ao (a + o), aos (a + os)
Contração
Quando a preposição se junta com o termo e fica diferente.
Atente:
Coloque o destinatário NESTE cartão. NESTE= EM+ESTE
Outros exemplos: num (em + um), daquele (de + aquele)
Além de preposições juntas em outras palavras, há também as preposições que são formadas por várias palavras que andam uma do lado da outra. São as locuções prepositivas. Você viu como o Tomás Nota aprendeu o jogo da preposição que o funcionário do Correio quis jogar com ele? Até usou "em vez de"... que chique.
Exemplos de locuções prepositivas:
ALÉM DE não tomar banho, não fez lição de casa.
Eu empresto meu brinquedo, APESAR DE você ser chato.
EM VEZ DE assinar meu nome, vou usar meu apelido.
Locução prepositiva é o grupo de palavras que vale por uma preposição.
A crase (o acento grave) tem tudo a ver com preposição. Aliás, não há crase se não houver a preposição “a”, ok? O acento grave da crase serve para dizer que há duas letras “a” juntas. O “a” da preposição + o “a” do artigo.
Ocorre crase
Antes de palavras femininas com artigo, pronomes demonstrativos (aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo) e pronomes relativos, que estão depois de um verbo ou nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) que exija a preposição “a”.
Verbo Ir: Eu fui à festa (a + a). Eu fui àquela festa (a + aquela). Eu fui às reuniões (as + as). Esta é a menina à qual me referi.
Em locuções adverbiais femininas: Saímos à noite, Ele ficou à vontade, Sentou-se à direita de sua mulher. Elas podem ser de tempo (à tarde, às vezes), de lugar (à esquerda, à direita), de modo (às escuras, à toa) ou de intensidade (à beça).
*Anjo Aurélio explica: Em adjuntos adverbiais de meio ou instrumento, não há crase, a menos que cause ambiguidade (sentido duvidoso).
Na indicação de horas: Chegamos às dez horas.
*Anjo Aurélio explica: Saí a uma hora qualquer. (hora indeterminada - não há crase)
Em locuções prepositivas e conjuntivas formadas de palavras femininas: à procura de, à espera de, à beira de, à custa de, à moda de, à medida que, à proporção que.
Não ocorre crase
Antes de palavra masculina: Andava a cavalo.
*Anjo Aurélio explica: Antes de palavra masculina, a crase só ocorre quando a locução prepositiva à moda de estiver implícita: Elaborou a redação à Machado de Assis.
Antes da maioria dos pronomes (pessoais, demonstrativos, relativos, indefinidos, interrogativos e de tratamento): Diga a ele para não se atrasar.
*Anjo Aurélio explica: São exceções a essa regra pronomes de tratamento femininos, como senhora, senhorita, dona e madame, e alguns demonstrativos e indefinidos, como mesma, própria, outra, tal e demais.
Antes de verbos no infinitivo: Ela estava disposta a colaborar.
Antes de palavras no plural: Fui a reuniões chatíssimas.
*Anjo Aurélio explica: Quando o A vem seguido de S, usa-se a crase: Fui às importantes reuniões.
Entre palavras repetidas: Gota a gota, passo a passo. Exceções: 'é preciso declarar guerra à guerra' e 'é preciso dar mais vida à vida'
Na expressão “a distância”, quando indeterminada: A menina observava o menino a distância.
*Anjo Aurélio explica: Quando determinada, a expressão 'a distância' admite a crase: Observava tudo à distância de 15 metros. Já se admite o uso de 'a distância' quando indeterminada, para evitar ambiguidades: Estudo à distância.
Quando a crase é facultativa:
Diante de nomes próprios femininos: “Refiro-me a Rita” ou “Refiro-me à Rita”.
*Anjo Aurélio explica: Em referência a pessoas com quem não se tem intimidade, não há crase: ''Fiz homenagem a Irmã Dulce'', a menos que venha determinado: ''Fiz homenagem à religiosa Irmã Dulce''. Quando o nome próprio está qualificado, a crase é obrigatória: ''Sempre obedeço à notável Beatriz''.
Diante de pronomes possessivos femininos: “Refiro-me a sua irmã” ou “Refiro-me à sua irmã”.
*Anjo Aurélio explica: Havendo omissão do substantivo, a crase é obrigatória: ''Esta proposta é idêntica à sua''.
Depois da preposição até: ''Vou até a igreja'' ou ''Vou até à igreja''
*Anjo Aurélio explica: Em construções como ''Estudo até as línguas antigas'', o até é palavra denotativa de inclusão, sinônimo de inclusive, não possui a variante até a.
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