EU é pronome pessoal reto. Sempre exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.
MIM é pronome pessoal oblíquo tônico. Exerce a função de objeto direto preposicionado, objeto indireto, complemento nominal, adjunto adverbial e agente da passiva e obrigatoriamente deve ser usado com preposição: a mim, de mim, contra mim, entre mim, para mim, por mim. Se vier precedido da preposição com, adquire a forma comigo.
Exemplos:
EU li o jornal. (sujeito)
Ela trouxe o jornal para MIM. (não é sujeito)
Entretanto, observe:
Ela trouxe o jornal para EU ler.
Nesse caso são duas orações. “Ela trouxe o jornal” é a oração principal e “para EU ler” é oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para que eu lesse).
Devemos usar o pronome pessoa reto (EU), porque exerce a função de sujeito do verbo no infinitivo (LER). Essa função só pode ser exercida pelos pronomes pessoais retos, nunca por pronomes pessoais oblíquos, como é o caso do pronome MIM.
Conclusão:
A diferença entre PARA MIM e PARA EU está na presença ou não de um verbo (sempre no infinitivo) após o pronome.
A regra é clara: PARA + EU + INFINITIVO.
Este documento é PARA MIM.
Este documento é PARA EU escrever.
O abacaxi é PARA MIM.
O abacaxi é PARA EU descascar agora.
Entregou o bilhete PARA MIM.
Entregou o bilhete PARA EU ler depois.
Portanto, sempre que houver um verbo no infinitivo, devemos usar os pronomes pessoais retos. Isso ocorrerá com qualquer preposição.
Ela fez isso POR EU estar cansada.
Ela chegou antes DE EU sair.
Pode-se encontrar PARA MIM diante de um infinitivo sem que esteja errado, como nestes enunciados:
É importante PARA MIM fazer alongamento numa academia.
Está sendo difícil PARA MIM aceitar sua transferência.
Foi mais interessante PARA MIM ler sua redação do que para você escrevê-la.
Veja que nas frases acima aparentemente estamos contrariando a sequência para + eu + infinitivo. Revendo a regra, temos que o pronome é “reto” quando sujeito do infinitivo.
Acontece que nessas frases o infinitivo não tem um sujeito, ele (infinitivo) é o próprio sujeito da oração principal.
Veja agora na ordem direta:
Fazer alongamento numa academia é importante PARA MIM.
Aceitar sua transferência está sendo difícil PARA MIM.
Ler sua redação foi mais interessante PARA MIM do que (foi) para você escrevê-la.
Observe a sutileza:
PARA MIM estudar é uma alegria.
Como nos casos acima, o pronome oblíquo MIM não é sujeito de ESTUDAR.
Veja que houve apenas uma inversão na ordem natural da frase.
Em ordem direta, teríamos:
Estudar é uma alegria para mim. (Para mim funciona como complemento de estudar.)
Para deixar clara a função de complemento de para mim, convém separá-lo do verbo por uma vírgula. Assim:
PARA MIM, estudar é uma alegria.
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