Capitais do Brasil
O Brasil é um país localizado na América do Sul, formado por 26 estados e o Distrito Federal. Dessa forma, as 27 capitais do Brasil estão espalhadas pelas cinco regiões do país: norte, nordeste, sul, sudeste e centro-oeste.
Cada estado brasileiro e o Distrito Federal são compostos por capitais, que normalmente são consideradas as maiores cidades, mais desenvolvidas, com mais ofertas de trabalho e que recebem mais recursos públicos.
Mapa de localização do Brasil na América do Sul
A seguir, veremos as principais informações sobre cada uma das 27 capitais brasileiras.
Mapa do Brasil com seus estados e capitais
Capitais da Região Norte
Rio Branco
A capital do Acre (AC), Rio Branco, é conhecida por seus atributos naturais e, por isso, é chamada de "Cidade Verde" ou "Capital da Natureza".
Localiza-se nas margens do Rio Acre e possui uma população de aproximadamente 363.928 mil habitantes (IBGE 2014).
Localização de Rio Branco no Acre
Rio Acre, que corta a cidade
Vista parcial de Rio Branco
Macapá
Capital do Amapá (AP), Macapá é a maior cidade do estado e está localizada às margens do Rio Amazonas, com uma população de aproximadamente 446 757 mil habitantes (IBGE/2014).
Localização de Macapá no Amapá
Vista noturna de Macapá
Manaus
Capital do maior estado do Brasil, o Amazonas (AM), Manaus está localizada no centro da Floresta Amazônica e possui aproximadamente 2.020.301 milhões de habitantes (IBGE 2014). Além disso, é considerado o maior centro econômico e financeiro da região norte.
Localização de Manaus no Amazonas
Vista parcial de Manaus durante a noite
Belém
Capital do estado do Pará (PA), Belém é considerada a capital com maior qualidade de vida da região norte e conta com uma população de aproximadamente 1.432.844 de habitantes (IBGE 2014).
Localização de Belém no Pará
Vista da região central da cidade
Porto Velho
Capital de Rondônia (RO), Porto Velho está localizada às margens do rio Madeira, fazendo fronteira com a Bolívia e cidades de outros estados do Brasil. Considerado a cidade mais populosa do estado, Porto Velho possui uma população de aproximadamente 494.013 mil habitantes (IBGE 2014).
Localização de Porto Velho em Rondônia
Vista aérea da cidade e área portuária de Porto Velho
Boa Vista
Capital de Roraima (RR), Boa vista está localizada às margens do rio Branco, sendo o município mais populoso do estado, com uma população de 314.900 mil habitantes (IBGE 2014).
Localização de Boa Vista em Roraima
Centro Cívico de Boa Vista
Palmas
Capital do Tocantins (TO), Palmas é conhecida como a "Caçula das Capitais" ou a "Princesinha do Brasil", uma vez que esse estado é o mais novo do Brasil. Além disso, Palmas é o maior município do estado e possui uma população de 265.409 mil habitantes (IBGE 2014).
Localização de Palmas no Tocantins
Vista noturna da cidade de Palmas
Capitais da Região Nordeste
São Luís
Capital do Maranhão (MA), São Luís é a única cidade brasileira fundada por franceses. Está localizada na ilha de Upaon-Açu, entre as baías de São Marcos e de São José do Ribamar, sendo banhada pelo Oceano Atlântico.
Possui uma população de aproximadamente 1.014.837 milhão de habitantes (IBGE 2014), o que lhe confere o atributo de ser a cidade mais populosa do estado.
Localização da cidade de São Luís no Maranhão
Localização da cidade de São Luís, entre as baías de São Marcos e de São José do Ribamar
Vista aérea da cidade de São Luís
Teresina
Capital do Piauí (PI), Teresina, chamada de "Cidade Verde" por ser bastante arborizada, é o município mais populoso do estado do Piauí, com uma população aproximada de 840.600 mil habitantes (IBGE 2014). Além disso, é a única capital da região nordeste que não está junto ao mar.
Localização da cidade de Teresina no Piauí
Fortaleza
Capital do Ceará (CE), Fortaleza, chamada de "Terra da Luz" ou "Capital Alencariana" (cidade natal do escritor José de Alencar) é a cidade mais populosa do estado, com uma população de aproximadamente 2,5 milhões de habitantes (IBGE 2014). Com grande destaque para o turismo, é considerada um importante centro industrial e comercial do país. Localizada no litoral Atlântico, apresenta 34 km de praias.
Localização da cidade de Fortaleza no estado do Ceará
Praia do Futuro - famoso ponto da orla de Fortaleza (Ceará)
Parque Ecológico do Cocó, considerado um dos maiores parques urbanos da América Latina, é a mais importante área verde da cidade.
O rio Cocó corta a região e é responsável por manter áreas de manguezal.
Natal
Capital do Rio Grande do Norte (RN), Natal é denominada a "Capital Espacial”, visto que possui uma base para o lançamento de foguetes, denominada de "Barreira do Inferno". Além disso, é um grande centro turístico do Brasil, composto de belas praias e imensas dunas. Está localizada às margens do rio Potengi e possui uma população de 862 044 mil habitantes (IBGE 2014).
Localização da cidade de Natal no estado do Rio Grande do Norte
Vista da cidade de Natal (RN)
Praia do Forte (dos Reis Magos) - destaque turístico na cidade – O forte foi construído com pedras de granito trazidas de Portugal, cal e óleo de baleia. Foi o ponto inicial de colonização da cidade e serviu como base americana durante a Segunda Guerra Mundial. Em cada uma das pontas da estrela, há até hoje canhões originais que pesam entre 400 e 800 kg.
Entrada da Barreira do Inferno. Base militar da Força Aérea Brasileira para lançamentos de foguetes. Fundada em 1965, se tornou a primeira base aérea de foguetes da América do Sul.
João Pessoa
Capital da Paraíba (PB), João Pessoa ou a "Capital das Acácias" como ficou conhecida, é um importante centro financeiro e econômico do estado. Em 1992, foi considerada a segunda capital mais verde do mundo, ficando atrás de Paris, capital da França. Com uma população estimada de aproximadamente 780 mil habitantes (IBGE 2014), João Pessoa apresenta o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Paraíba e proporciona melhores condições e qualidade de vida para a população.
Localização da cidade de João Pessoa no estado da Paraíba
Ponta do Seixas, ponto mais oriental do continente americano e da parte continental do Brasil.
Recife
Capital de Pernambuco (PE), Recife é conhecida como a "Veneza Brasileira", uma vez que está localizada numa planície aluvial cercada de rios e pontes. Com uma população estimada de 1.608.488 de habitantes (IBGE 2014), Recife é um grande centro comercial e administrativo do país, que se destaca sobretudo por seu elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), comparado aos outros estados da região.
Localização da cidade de Recife no estado de Pernambuco
Vista parcial aérea do bairro de Boa Viagem, zona sul do Recife
O Porto Digital, no Recife Antigo, é o maior parque tecnológico do Brasil.
É referência mundial na produção de softwares e um dos pilares da nova economia do Estado de Pernambuco.
Maceió
Capital do estado do Alagoas (AL), Maceió, o "Paraíso das Águas" ou o "Caribe Brasileiro" como ficou conhecida, é a cidade mais populosa do estado, com uma população de 1.005.319 milhão de habitantes (IBGE 2014). Considerada um importante setor industrial do país, destaca-se também no turismo, devido suas belas praia de águas quentes e suas tradicionais festividades.
Localização da cidade de Maceió no estado de Alagoas
Vista aérea parcial da cidade de Maceió - Praia da Ponta verde
Vista ao entardecer parcial aérea da orla de Maceió
Aracaju
Capital do Sergipe (SE), Aracaju ou a "Cidade do Caju" está localizada no litoral brasileiro, às margens do rio Sergipe e Poxim. Centro econômico e político do país, possui uma população estimada em 623.766 mil habitantes (IBGE 2014), sendo considerada a cidade menos populosa dentre as capitais da região nordeste.
Localização da cidade de Aracaju no estado de Sergipe
Vista aérea parcial da orla de Aracaju
Vista aérea parcial da cidade de Aracajúu
Salvador
Capital da Bahia (BA), Salvador foi a primeira capital do Brasil. Sofreu grande influência da cultura africana e possui uma população estimada em 2.902.927 milhões de habitantes (IBGE 2014). Apresenta mais de 800 casarões no Centro Histórico do Pelourinho, de arquitetura colonial portuguesa, destacando-se assim por sua intensa atividade turística e cultural.
Localização da cidade de Salvador no estado da Bahia
Vista aérea parcial da cidade de Salvador
Foto do Elevador Lacerda (primeiro elevador urbano do mundo. Em 8 de dezembro de 1873, quando foi inaugurado, era o mais alto do mundo, cerca de 63 metros de altura. Localizado na cidade de Salvador, cumpre a função de transporte público entre a Praça Cairu, na Cidade Baixa, e a Praça Thomé de Souza, na Cidade Alta. Hoje é um dos principais pontos turísticos e cartão postal da cidade) e o Forte de São Marcelo ao fundo.
Imagem do Terreiro de Jesus e Igreja de São Francisco, no Pelourinho, nome de um bairro de Salvador. Se localiza no Centro Histórico da cidade, na área que abrange apenas as ruas que vão do Terreiro de Jesus até o Largo do Pelourinho, o qual possui um conjunto arquitetônico colonial barroco português preservado e integrante do Patrimônio Histórico da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. O bairro costuma ser carinhosamente chamado pela população simplesmente como Pelô. A palavra "pelourinho" se refere a uma coluna de pedra, localizada normalmente ao centro de uma praça, onde criminosos eram expostos e castigados. No Brasil Colônia, era principalmente usado para castigar escravos.
Capitais da Região Sudeste
São Paulo
Capital do estado de São Paulo (SP), a cidade de São Paulo ou a "Terra da Garoa" é a cidade mais populosa do país, da América e do Hemisfério Sul, com uma população estimada de 11,89 milhões de habitantes (IBGE 2014).
Ficou conhecida por ser o motor do país, sendo um importante centro financeiro, econômico e político do Brasil e o principal da América do Sul.
Localização da cidade de São Paulo no estado de São Paulo
Vista aérea parcial da cidade de São Paulo - SP
Vista aérea parcial da cidade de São Paulo - SP
Monumento no Parque da Independência, situado no local onde foi proclamada a independência do Brasil
Belo Horizonte
Capital de Minas Gerais (MG), Belo Horizonte é o município mais populoso do estado com uma população estimada de 2.491.109 milhões de habitantes (IBGE 2014). Com intensa vida cultural, a cidade é conhecida mundialmente e já foi considerada a melhor capital da América Latina no tocante à qualidade de vida.
Localização da cidade de Belo Horizonte no estado de Minas Gerais
Vista panorâmica da cidade de Belo Horizonte
Rio de Janeiro
Capital do estado do Rio de Janeiro (RJ), a cidade do Rio de Janeiro é conhecida como a "Cidade Maravilhosa" e possui uma população estimada de 6.453.682 milhões de habitantes (IBGE 2014). Conhecida mundialmente, Rio de Janeiro já foi capital do Brasil, sendo a segunda maior cidade do país e com maior rota turística internacional. Além disso, é considerada um grande centro cultural, econômico e financeiro do país.
Localização da cidade do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro
O Corcovado é um dos morros da cidade do Rio de Janeiro, célebre no Brasil e no
mundo pela sua estátua do Cristo Redentor de 38 metros de altura
Vitória
Capital do Espírito Santo (ES), Vitória é a ilha capital, conhecida como "Ilha do Mel" ou "Cidade Sol", com população estimada de 352.104 mil habitantes (IBGE 2014). Dentre as capitais do Brasil, possui a maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita e elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Localização da cidade de Vitória, no estado do Espírito Santo
Vista aérea da cidade de Vitória, no estado do Espírito Santo
Fachada do Palácio Anchieta, uma das sedes de governo mais antigas do Brasil. Foi construído no século XVI pelos padres jesuítas e até 1760 abrigou o Colégio de São Tiago. Situado na Cidade Alta, de frente para a baía de Vitória, guarda o túmulo simbólico do padre José de Anchieta.
Capitais da Região Centro-Oeste
Brasília
Capital do Distrito Federal (DF) e o menor território autônomo do país, Brasília, localizada no Planalto Central, é conhecida como a "Capital Federal" ou "Capital Mundial das Águas". É também a capital do país, sendo portanto a sede do governo. Foi fundada na década de 60 e possui população estimada de 2.852.372 milhões de habitantes (IBGE 2014).
Localização do Distrito Federal
Plano Piloto de Brasília
Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal
Edifício-sede do Congresso Nacional
Goiânia
Capital de Goiás (GO), Goiânia é chamada de "Capital do Cerrado"; está localizada no Planalto Central e tem população estimada em 1.412.364 milhão de habitantes (IBGE 2014). É a segunda cidade mais populosa da região (depois de Brasília) e destaca-se por ser uma cidade com extensas áreas verdes.
Localização de Goiânia, no estado de Goiás
Vista parcial da cidade de Goiânia e do Parque Vaca Brava, um dos parques de Goiânia
Cuiabá
Capital do Mato Grosso (MT), Cuiabá, a chamada "Cidade Verde", é o maior município do estado, com população estimada de 575.480 mil habitantes (IBGE 2014). Cuiabá é considerada um importante centro político, administrativo e comercial do estado. Destaca-se também pelo seu intenso calor, onde a temperatura média, no decorrer do ano, é de 32 graus Celsius.
Localização da cidade de Cuiabá no estado do Mato Grosso
Aspecto da área central da cidade de Cuiabá, parte do centro histórico (abaixo) e os bairros residenciais
Campo Grande
Capital do Mato Grosso do Sul (MS), Campo Grande, chamada de "Cidade Morena", devido a sua "terra roxa", apresenta uma população estimada de 843.120 mil habitantes (IBGE 2014). Importante centro administrativo e econômico, financeiro e cultural do estado, possui grandes áreas verdes e uma vida noturna agitada.
Localização da cidade de Campo Grande no estado do Mato Grosso do Sul
Parque das Nações Indígenas. É considerado um dos maiores parques (dentro de um perímetro urbano) do mundo, com uma extensão de 119 hectares. Oferece infraestrutura adequada para a prática de lazer, diversão e esporte.
Vista parcial da cidade de Campo Grande
Capitais da Região Sul
Curitiba
Capital do Paraná, Curitiba é cidade mais populosa da região sul do país, com população estimada em 1.864.416 habitantes (IBGE 2014).
Conhecida mundialmente, o município apresenta baixas taxas de analfabetismo e elevado nível de educação, sendo considerado um centro econômico muito importante do estado do Paraná.
Localização da cidade de Curitiba no estado do Paraná
Imagem aérea da região central da cidade de Curitiba
Jardim Botânico de Curitiba
Cataratas do Iguaçu, localizada entre o Parque Nacional do Iguaçu, Paraná, no Brasil (20%), e o Parque Nacional Iguazú em Misiones, na Argentina (80%), na fronteira entre os dois países.
Florianópolis
Capital de Santa Catarina, Florianópolis, chamada de "Floripa" ou "Ilha da Magia", possui uma população estimada em 461.524 mil habitantes (IBGE 2014). O município é composto pela ilha principal, a parte continental e algumas pequenas ilhas circundantes.
Apresenta grande destaque para o setor turístico, com suas belas praias e paisagens, sendo considerada a capital brasileira com melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A economia de Florianópolis é fortemente baseada na tecnologia da informação, no turismo e nos serviços. A cidade tem 42 praias e é um centro de atividade de navegação.
Localização da cidade de Florianópolis no estado de Santa Catarina
Vista aérea de Florianópolis
Ponte de acesso à ilha, cidade de Florianópolis
Paias de Florianópolis – Praia Daniela
Praias de Florianópolis - Praia Campeche
Porto Alegre
Capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre é uma grande cidade com população estimada em 1.472.482 milhões de habitantes (IBGE 2014), sendo portanto a maior cidade do estado. Apresenta uma geografia diversificada, com morros, baixadas e um grande lago, o Guaíba.
É a capital do estado mais meridional do Brasil, distante 2.027 quilômetros de Brasília, a capital nacional. A cidade possui um alto nível de qualidade de vida, é uma das cidades mais arborizadas e alfabetizadas do país. É um polo regional de atração de migrantes em busca de melhores condições de vida, trabalho e estudo.
Localização da cidade de Porto Alegre no estado do Rio Grande do Sul
Vista aérea da cidade de Porto Alegre
O centro da cidade junto ao lago Guaíba, vendo-se em laranja a linha de armazéns históricos do Cais Mauá e à direita a alta chaminé da Usina do Gasômetro, ambos ícones arquitetônicos de Porto Alegre.
Rua Gonçalo de Carvalho, em Porto Alegre, carinhosamente apelidada pelos moradores como "Rua Mais Bonita do Mundo", considerada "patrimônio ambiental" pela prefeitura da capital.
Por do sol às margens do lago Guaíba - um dos cartões postais de Porto Alegre
Diversidade cultural
A diversidade cultural representa as diferentes culturas que existem no planeta. Como cultura, compreende-se o conjunto de costumes e tradições de um povo transmitidas de geração em geração.
Sendo assim, como elementos culturais representativos de um determinado povo destacam-se: língua, crença, valores, costumes, comportamento, religião, folclore, dança, culinária, arte, entre outros.
Desta forma, o que distingue uma cultura das outras são os elementos constitutivos que consequentemente compõem o conceito de identidade cultural, ou seja, o individuo pertencente aquele grupo se identifica com os fatores que determinam sua cultura.
Uma vez que a diversidade cultural engloba o conjunto de culturas que existem, são esses fatores de identidade que distinguem o conjunto dos elementos simbólicos presentes nas culturas, reforçando as diferenças culturais que existem entre os seres humanos.
Muitos pesquisadores concordam ao afirmar que o processo de globalização interfere na diversidade cultural, uma vez que existe uma intensa troca econômica e cultural entre os países, que muitas vezes buscam a homogeneidade.
No ano de 2001, foi aprovado por 185 Estados-Membros a "Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural", que representa o primeiro instrumento destinado a preservar e promover a diversidade cultural dos povos e o diálogo intercultural, sendo a diversidade reconhecida como "herança comum da humanidade".
Declaração universal sobre a diversidade cultural
Adaptada pela Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura na sua 31.ª sessão, a 2 de Novembro de 2001.
IDENTIDADE, DIVERSIDADE E PLURALISMO
Artigo 1.º
Diversidade cultural: um patrimônio comum da Humanidade
A cultura assume diversas formas ao longo do tempo e do espaço. Esta diversidade está inscrita no caráter único e na pluralidade das identidades dos grupos e das sociedades que formam a Humanidade. Enquanto fonte de intercâmbios, inovação e criatividade, a diversidade cultural é tão necessária para a Humanidade como a biodiversidade o é para a natureza. Neste sentido, constitui o patrimônio comum da Humanidade e deve ser reconhecida e afirmada em benefício das gerações presentes e futuras.
Diversidade cultural: um patrimônio comum da Humanidade
A cultura assume diversas formas ao longo do tempo e do espaço. Esta diversidade está inscrita no caráter único e na pluralidade das identidades dos grupos e das sociedades que formam a Humanidade. Enquanto fonte de intercâmbios, inovação e criatividade, a diversidade cultural é tão necessária para a Humanidade como a biodiversidade o é para a natureza. Neste sentido, constitui o patrimônio comum da Humanidade e deve ser reconhecida e afirmada em benefício das gerações presentes e futuras.
Artigo 2.º
Da diversidade cultural ao pluralismo cultural
Nas nossas sociedades cada vez mais diversas, é fundamental garantir uma interação harmoniosa entre pessoas e grupos com identidades culturais plurais, variadas e dinâmicas, bem como a sua vontade de viver em conjunto. Políticas visando a inclusão e participação de todos os cidadãos são garantias de coesão social, de vitalidade da sociedade civil e de paz. Assim definido, o pluralismo cultural dá expressão política à realidade da diversidade cultural. Sendo indissociável de um ambiente democrático, o pluralismo cultural favorece os intercâmbios culturais e o florescimento das capacidades criativas que suportam a vida pública.
Da diversidade cultural ao pluralismo cultural
Nas nossas sociedades cada vez mais diversas, é fundamental garantir uma interação harmoniosa entre pessoas e grupos com identidades culturais plurais, variadas e dinâmicas, bem como a sua vontade de viver em conjunto. Políticas visando a inclusão e participação de todos os cidadãos são garantias de coesão social, de vitalidade da sociedade civil e de paz. Assim definido, o pluralismo cultural dá expressão política à realidade da diversidade cultural. Sendo indissociável de um ambiente democrático, o pluralismo cultural favorece os intercâmbios culturais e o florescimento das capacidades criativas que suportam a vida pública.
Artigo 3.º
Diversidade cultural como um fator de desenvolvimento
A diversidade cultural alarga o leque de opções à disposição de todos; é uma das fontes do desenvolvimento, entendido não apenas em termos de crescimento econômico, mas também como meio para alcançar uma existência intelectual, emocional, moral e espiritual mais satisfatória.
Diversidade cultural como um fator de desenvolvimento
A diversidade cultural alarga o leque de opções à disposição de todos; é uma das fontes do desenvolvimento, entendido não apenas em termos de crescimento econômico, mas também como meio para alcançar uma existência intelectual, emocional, moral e espiritual mais satisfatória.
DIVERSIDADE CULTURAL E DIREITOS HUMANOS
Artigo 4.º
Os direitos humanos como garantias da diversidade cultural
A defesa da diversidade cultural é um imperativo ético, indissociável do respeito pelos direitos humanos. Implica um compromisso para com os direitos humanos e liberdades fundamentais, em particular os direitos das pessoas pertencentes a minorias e dos povos indígenas. Ninguém pode invocar a diversidade cultural para justificar a violação dos direitos humanos garantidos pelo direito internacional, nem para restringir o seu âmbito.
Os direitos humanos como garantias da diversidade cultural
A defesa da diversidade cultural é um imperativo ético, indissociável do respeito pelos direitos humanos. Implica um compromisso para com os direitos humanos e liberdades fundamentais, em particular os direitos das pessoas pertencentes a minorias e dos povos indígenas. Ninguém pode invocar a diversidade cultural para justificar a violação dos direitos humanos garantidos pelo direito internacional, nem para restringir o seu âmbito.
Artigo 5.º
Os direitos culturais como enquadramento propício à diversidade cultural
Os direitos culturais são parte integrante dos direitos humanos, os quais são universais, indivisíveis e interdependentes. O florescimento da diversidade criativa exige a plena realização dos direitos culturais conforme definidos no artigo 27.º da Declaração Universal dos Direitos do Homem e nos artigos 13.º e 15.º do Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Todas as pessoas devem assim ter a possibilidade de se exprimir e de criar e divulgar o seu trabalho numa língua da sua escolha, e particularmente na sua língua materna; todas as pessoas devem ter direito a uma educação e a uma formação de qualidade, que respeitem plenamente a sua identidade cultural; e todas as pessoas têm o direito de participar na vida cultural da sua escolha e de realizar as suas próprias práticas culturais, sem prejuízo do respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais.
Os direitos culturais como enquadramento propício à diversidade cultural
Os direitos culturais são parte integrante dos direitos humanos, os quais são universais, indivisíveis e interdependentes. O florescimento da diversidade criativa exige a plena realização dos direitos culturais conforme definidos no artigo 27.º da Declaração Universal dos Direitos do Homem e nos artigos 13.º e 15.º do Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Todas as pessoas devem assim ter a possibilidade de se exprimir e de criar e divulgar o seu trabalho numa língua da sua escolha, e particularmente na sua língua materna; todas as pessoas devem ter direito a uma educação e a uma formação de qualidade, que respeitem plenamente a sua identidade cultural; e todas as pessoas têm o direito de participar na vida cultural da sua escolha e de realizar as suas próprias práticas culturais, sem prejuízo do respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais.
Artigo 6.º
No sentido do acesso de todos à diversidade cultural
Ao mesmo tempo em que se garante o livre fluxo de ideias pela palavra e pela imagem, deverá ter-se o cuidado de assegurar que todas as culturas se possam exprimir e dar-se a conhecer. A liberdade de expressão, o pluralismo dos meios de comunicação social, o multilinguismo, a igualdade de acesso às artes e ao conhecimento científico e tecnológico, nomeadamente sob forma digital, e a possibilidade de acesso de todas as culturas aos meios de expressão e divulgação, são garantias da diversidade cultural.
No sentido do acesso de todos à diversidade cultural
Ao mesmo tempo em que se garante o livre fluxo de ideias pela palavra e pela imagem, deverá ter-se o cuidado de assegurar que todas as culturas se possam exprimir e dar-se a conhecer. A liberdade de expressão, o pluralismo dos meios de comunicação social, o multilinguismo, a igualdade de acesso às artes e ao conhecimento científico e tecnológico, nomeadamente sob forma digital, e a possibilidade de acesso de todas as culturas aos meios de expressão e divulgação, são garantias da diversidade cultural.
DIVERSIDADE CULTURAL E CRIATIVIDADE
Artigo 7.º
O patrimônio cultural como fonte da criatividade
A criação tem as suas raízes na tradição cultural, mas floresce em contacto com outras culturas. Por esta razão, o patrimônio, sob todas as suas formas, deverá ser preservado, valorizado e transmitido às gerações futuras enquanto testemunho da experiência e das aspirações humanas, de forma a fomentar a criatividade em toda a sua diversidade e a inspirar um diálogo genuíno entre as culturas.
O patrimônio cultural como fonte da criatividade
A criação tem as suas raízes na tradição cultural, mas floresce em contacto com outras culturas. Por esta razão, o patrimônio, sob todas as suas formas, deverá ser preservado, valorizado e transmitido às gerações futuras enquanto testemunho da experiência e das aspirações humanas, de forma a fomentar a criatividade em toda a sua diversidade e a inspirar um diálogo genuíno entre as culturas.
Artigo 8.º
Bens e serviços culturais: produtos diferentes de todos os outros
Face às atuais transformações de caráter econômico e tecnológico, que abrem amplas perspectivas de criação e inovação, deverá prestar-se particular atenção à diversidade da oferta criativa, ao devido reconhecimento dos direitos dos autores e artistas e à especificidade dos bens e serviços culturais que, enquanto portadores de identidade, valores e sentido, não podem ser tratados como meros produtos ou bens de consumo.
Bens e serviços culturais: produtos diferentes de todos os outros
Face às atuais transformações de caráter econômico e tecnológico, que abrem amplas perspectivas de criação e inovação, deverá prestar-se particular atenção à diversidade da oferta criativa, ao devido reconhecimento dos direitos dos autores e artistas e à especificidade dos bens e serviços culturais que, enquanto portadores de identidade, valores e sentido, não podem ser tratados como meros produtos ou bens de consumo.
Artigo 9.º
As políticas culturais como catalisadores da criatividade
Ao mesmo tempo em que asseguram a livre circulação das ideias e dos trabalhos, as políticas culturais deverão criar condições favoráveis à produção e difusão de bens e serviços culturais diversificados através de indústrias culturais com meios para se afirmar a nível local e global. Incumbe a cada Estado, tendo devidamente em conta as suas obrigações internacionais, definir a sua política cultural e executá-la através dos meios que considere adequados, seja prestando apoio operacional seja procedendo a uma regulamentação apropriada.
As políticas culturais como catalisadores da criatividade
Ao mesmo tempo em que asseguram a livre circulação das ideias e dos trabalhos, as políticas culturais deverão criar condições favoráveis à produção e difusão de bens e serviços culturais diversificados através de indústrias culturais com meios para se afirmar a nível local e global. Incumbe a cada Estado, tendo devidamente em conta as suas obrigações internacionais, definir a sua política cultural e executá-la através dos meios que considere adequados, seja prestando apoio operacional seja procedendo a uma regulamentação apropriada.
DIVERSIDADE CULTURAL E SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL
Artigo 10.º
Reforço das capacidades de criação e divulgação a nível mundial
Face aos atuais desequilíbrios nos fluxos e intercâmbios de bens e serviços culturais a nível mundial, é necessário reforçar a cooperação e solidariedade internacionais para que todos os países, especialmente países em vias de desenvolvimento e países em transição, possam estabelecer indústrias culturais viáveis e competitivas a nível nacional e internacional.
Reforço das capacidades de criação e divulgação a nível mundial
Face aos atuais desequilíbrios nos fluxos e intercâmbios de bens e serviços culturais a nível mundial, é necessário reforçar a cooperação e solidariedade internacionais para que todos os países, especialmente países em vias de desenvolvimento e países em transição, possam estabelecer indústrias culturais viáveis e competitivas a nível nacional e internacional.
Artigo 11.º
Estabelecimento de parcerias entre o sector público, o sector privado e a sociedade civil
As forças de mercado, só por si, não podem garantir a preservação e promoção da diversidade cultural, que é fundamental para um desenvolvimento humano sustentável. Desta perspectiva, deverá ser reafirmada a preponderância das políticas públicas, em parceria com o sector privado e a sociedade civil.
Estabelecimento de parcerias entre o sector público, o sector privado e a sociedade civil
As forças de mercado, só por si, não podem garantir a preservação e promoção da diversidade cultural, que é fundamental para um desenvolvimento humano sustentável. Desta perspectiva, deverá ser reafirmada a preponderância das políticas públicas, em parceria com o sector privado e a sociedade civil.
Artigo 12.º
O papel da UNESCO
A UNESCO, em virtude do seu mandato e das suas funções, tem as seguintes responsabilidades:
O papel da UNESCO
A UNESCO, em virtude do seu mandato e das suas funções, tem as seguintes responsabilidades:
a) Promover a incorporação dos princípios enunciados na presente Declaração nas estratégias de desenvolvimento delineadas no seio dos vários organismos intergovernamentais;
b) Servir como entidade de referência e fórum onde os Estados, as organizações internacionais governamentais e não governamentais, a sociedade civil e o sector privado possam juntar-se para a elaboração conjunta de conceitos, objetivos e políticas em prol da diversidade cultural;
c) Prosseguir as suas atividades de definição normativa, sensibilização e desenvolvimento de capacidades nas áreas relacionadas com a presente Declaração que se inscrevam nas suas esferas de competência;
d) Facilitar a aplicação do Plano de Ação, cujas linhas principais constam em anexo a presente Declaração.
b) Servir como entidade de referência e fórum onde os Estados, as organizações internacionais governamentais e não governamentais, a sociedade civil e o sector privado possam juntar-se para a elaboração conjunta de conceitos, objetivos e políticas em prol da diversidade cultural;
c) Prosseguir as suas atividades de definição normativa, sensibilização e desenvolvimento de capacidades nas áreas relacionadas com a presente Declaração que se inscrevam nas suas esferas de competência;
d) Facilitar a aplicação do Plano de Ação, cujas linhas principais constam em anexo a presente Declaração.
Diversidade cultural do Brasil
A diversidade cultural brasileira é o resultado da miscigenação de diversos grupos étnicos que participaram da formação da população do Brasil. A diversidade cultural predominante brasileira é consequência também da grande extensão territorial e das características geradas em cada região do país.
O elemento branco que participou da formação da cultura brasileira fazia parte de vários grupos, chegando ao país durante a época colonial. Além dos portugueses, vieram os espanhóis (de 1580 a 1640) durante a União Ibérica, período sob o qual Portugal ficou sob o domínio da Espanha.
Diversos grupos étnicos participaram da formação do povo brasileiro
Durante a ocupação holandesa no nordeste (de 1630 a 1654), vieram flamengos ou holandeses, que ficaram no país, mesmo depois da retomada da área pelos portugueses. Na colônia, chegaram ainda os franceses, ingleses e italianos.
No entanto, foi dos portugueses que recebemos a parcela maior de nossa herança cultural, onde a história da imigração portuguesa no Brasil confunde-se com nossa própria história. Foram eles, os colonizadores, os responsáveis pela formação inicial da população brasileira, através do processo de miscigenação com índios e negros africanos, de 1500 a 1808, consequentemente por três séculos, eram os únicos europeus que podiam entrar livremente no Brasil.
A formação da cultura brasileira
A constituição da cultura brasileira, em seus vários aspectos, é o resultado da integração de elementos das culturas: indígena, do português colonizador, do negro africano, como também dos diversos imigrantes que vieram para o nosso país. Estudaremos a seguir cada uma delas.
Formação da cultura brasileira
Cultura indígena
Foram inúmeras as contribuições do povo indígena para a formação cultural e social do Brasil. Do ponto de vista étnico, contribuíram para o surgimento de um indivíduo tipicamente brasileiro: o caboclo (mestiço de branco e índio).
Na formação cultural, os índios contribuíram com o vocabulário, que possui inúmeros termos de origem indígena, como pindorama, anhanguera, ibirapitanga, Itamaracá, entre outros.
Com o folclore, permaneceram as lendas como o Curupira, o Saci-Pererê, o Boitatá, a Iara, entre outras.
Heranças indígenas
Personagens do folclore brasileiro - herança indígena
A influência indígena na culinária brasileira se fez mais presente em certas regiões do país, onde alguns grupos indígenas conseguiram se enraizar, como na região norte, onde os pratos típicos estão presentes, como o tucupi, o tacacá e a maniçoba.
Raízes como a mandioca são usadas para preparar a farinha, a tapioca e o beiju. Também pode ser citados utensílios de caça e pesca, como a arapuca e o puçá. Por fim, diversos outros utensílios foram deixados como herança, entre eles a cabaça, a gamela, as redes, canoas, jangadas e armadilhas de caça e pesca.
Limpeza de raízes de mandioca, usadas para preparar a farinha, a tapioca e o beiju
Rede – herança indígena
Formação da cultura brasileira (continuação)
Cultura portuguesa
Portugal foi o país europeu que exerceu maior influência na formação da cultura brasileira.
Os portugueses realizaram um transplante cultural para a colônia, destacando-se a língua portuguesa, falada em todo o país, e a religião católica, crença de grande parte da população, com extenso calendário religioso, com suas festas e procissões. As instituições administrativas, o tipo de construções dos povoados, vilas e cidades e a agricultura fazem parte da herança portuguesa deixada ao povo brasileiro.
No folclore brasileiro, é evidente o grande número de festas e danças portuguesas que foram incorporadas ao país, entre elas a cavalhada, o fandango, as festas juninas (uma das principais festas da cultura do nordeste) e a farra do boi. As lendas do folclore (a cuca e o bicho papão), as cantigas de roda (peixe vivo, o cravo e a rosa, roda pião etc.) permanecem vivas na cultura brasileira.
As quadrilhas são herança da corte francesa e foram introduzidas no Brasil no século XVII, pelos portugueses. Elas celebram as festas de São João Batista, Santo Antônio, São Pedro e São Paulo no mês de junho.
Cavalhadas de Pirenópolis (Pirenópolis, Goiás) de origem portuguesa - mascarados durante a execução do hino do Divino.
Formação da cultura brasileira (continuação)
Cultura africana
O negro africano foi trazido para o Brasil para ser empregado como mão de obra escrava. Conforme as culturas que representavam (ritos religiosos, dialetos, usos e costumes, características físicas, etc) formavam três grupos principais, os quais apresentavam diferenças acentuadas: os sudaneses, os bantos e o malês.
A cidade de Salvador, no nordeste do Brasil, foi a que recebeu o maior número de negros e onde sobrevivem vários elementos culturais como o "traje de baiana" (com turbante, saias rendadas, braceletes, colares), a capoeira, os instrumentos de música como o tambor, atabaque, cuíca, berimbau e afoxé.
De modo geral, a contribuição cultural dos negros foi grande: na alimentação (vatapá, acarajé, acaçá, cocada, pé de moleque, etc), nas danças (quilombos, maracatus e aspectos do bumba meu boi) e nas manifestações religiosas (o candomblé na Bahia, a macumba no Rio de Janeiro e o xangô em alguns estados do Nordeste).
Capoeira – herança africana presente no Brasil
O "traje de baiana" (com turbante, saias rendadas, braceletes, colares), elemento presente na cultura brasileira
Formação da cultura brasileira (continuação)
Cultura dos imigrantes
Os imigrantes deixaram contribuições importantes na cultura brasileira. A história da imigração no Brasil começou no ano de 1808, com a abertura dos portos às nações amigas, feita por D. João.
Para povoar o território, vieram famílias portuguesas, açorianas, que se estabeleceram no Rio Grande do Sul. Vieram ainda suíços, prussianos, espanhóis, franceses, sírios, libaneses, poloneses, ucranianos, japoneses e italianos.
Entre 1819 a 1940, franceses imigraram para o Brasil. Muitos destes chegaram por volta de 1884 a 1925, mais de 25.000 imigrantes franceses neste período.
O grande destaque, no entanto, foram os italianos e os alemães, que chegaram em grande número. Eles se concentraram nas regiões sul e sudeste do país, deixando importantes marcas de suas culturas, principalmente na arquitetura, na língua, na culinária, nas festas regionais e folclóricas.
Colonização italiana do sul do Brasil
A cultura vinícola do sul do Brasil se concentra principalmente na região da serra gaúcha e de Campanha, onde predomina descendentes de italianos e alemães.
Plantação de uvas em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul
Na cidade de São Paulo, em virtude do grande fluxo de italianos, surgiram bairros como o Bom Retiro, Brás, Bixiga e Barra Funda, onde é marcante a presença de italianos, seus aspectos culturais e seus restaurantes com as comidas típicas como a macarronada, a pizza, a lasanha, o canelone, entre outras.
Fachada de prédio no bairro do Bixiga em São Paulo
Aspectos culturais da Região Norte
A Região Norte do Brasil, formada pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, é a maior região territorial do país, abrigando uma diversidade cultural bastante rica, influenciada pelos indígenas, europeus, africanos, bem como pelos migrantes.
Festas
As festas mais conhecidas da região norte são:
Círio de Nazaré
A procissão, que tem lugar no estado do Pará, é uma homenagem à Nossa Senhora de Nazaré e se realiza em outubro. Milhares de fiéis caminham quilômetros em ruas enfeitadas, da Catedral de Belém até a Praça Santuário de Nazaré, onde a imagem fica durante quinze dias. Em 2004, o Círio de Nazaré passou a constar no registro de Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Círio de Nazaré: procissão em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré
Festival de Parintins
A festa é realizada no mês de junho, no estado do Amazonas, em um local chamado de Bumbódromo. A festa consiste na disputa dos bois Garantido (representado de vermelho) e o Caprichoso (representado de azul). A festa tem a duração de três dias e conta com alguns personagens definidos, bem como regulamento e julgamento com o objetivo de definir a melhor atuação. No fim, é conhecido o boi vencedor.
Segundo a lenda, um homem, Pai Francisco, teria matado o melhor boi do patrão a fim de saciar o desejo da sua mulher, Mãe Catirina, que estava grávida. Ao descobrir o motivo da morte do seu animal preferido, o patrão chama um padre e um pajé para reanimar o boi, o qual volta a viver. Para comemorar, é feita uma festa.
Bumbódromo de Parintins
Personagens da tradicional festa folclórica de Parintins, no Amazonas
Além das duas festas de destaque, a região ainda conta com a Encenação da "Paixão de Cristo" em Jerusalém (segunda maior cidade cenográfica do mundo, localizada no estado do Amazonas), Folia de Reis, Festa do Divino, Congo ou Congada, Cavalhada e Festas Juninas.
Aspectos culturais da Região Norte (continuação)
Danças
As danças tradicionais da região Norte são: camaleão, dança do maçarico, desfeitera, marambiré, lundu, marajoara, marujada, dança do siriá, samba do cacete, retumbão, jacundá e carimbó.
Algumas destas danças são de origem indígena, outras de origem africana.
O Carimbó
A Marujada - festa em louvor a São Benedito
Aspectos culturais da Região Norte (continuação)
Culinária
A cozinha tradicional do norte do nosso país é rica em mandioca e peixe, herança dos costumes indígenas.
A variedade de frutas existentes na região, por sua vez, se destaca na culinária nacional, bem como na internacional. São exemplos o guaraná, o açaí, o cupuaçu e a graviola.
Açaí
O guaraná é uma planta genuína da Amazônia
Castanha-do-Pará
Alguns pratos típicos da região: tucupi - caldo de mandioca, maniçoba ou feijoada paraense, tacacá - caldo feito com goma de mandioca.
À base de peixe: caldeirada, gurijuba, pirarucu de casaca e camarão seco, goma de mandioca, jambu, pimenta de cheiro, biju, bolo de mandioca, castanha do Pará, carne de sol.
Pato no Tucupi – prato típico do Amazonas
Biju – prato típico da região Norte
Jambu - erva típica da região norte do Brasil, muito utilizada nas culinárias amazonense, rondoniense, acriana e paraense, podendo ser encontrada em iguarias como o tacacá e pato no tucupi.
Artesanato
O artesanato também recebeu grande influência da cultura indígena. Fazem parte do artesanato da Região Norte objetos feitos a partir de barro, cerâmica, couro, madeira, pedra-sabão e sementes, os quais dão forma a bijuterias, artigos de decoração, entre outros. A cerâmica marajoara, iniciada pelos índios da Ilha de Marajó, foi a primeira arte de cerâmica que surgiu no Brasil. Atualmente é conhecida também no exterior.
Cerâmica Marajoara
Aspectos culturais da Região Norte (continuação)
Lendas e mitos
Uma série de mitos e lendas faz parte do folclore da região norte, entre eles:
Boto - figura que durante a noite se transforma em homem, que se veste de branco e usa um chapéu para esconder o seu grande nariz de boto. Esse rapaz seduz as moças desacompanhadas, levando-as para o fundo do rio e, em alguns casos, engravidando-as. Por essa razão, quando um rapaz desconhecido aparece em uma festa usando chapéu, pede-se que ele o tire para garantir que não seja um boto. Daí deriva o costume de dizer, quando uma mulher tem um filho de pai desconhecido, que ele é "filho do boto".
Vitória-régia - trata-se de uma planta que originalmente teria sido uma índia que se apaixonou pela Lua (Jaci, para os índios) e ao ver o seu reflexo nas águas do rio se inclinou para lhe beijar, o que a fez cair e se afogar. Comovido com o acontecimento, Jaci transformou a índia em uma flor - a vitória-régia.
Flor vitória-régia
Outros mitos e lendas que pertencem ao folclore da região norte: bicho-papão, boitatá, caipora, cobra honorato, curupira, Iara, lobisomem, mapinguari, mula-sem-cabeça, onça maneta e saci-pererê. Leia detalhes sobre cada um desses mitos no site Só História.
Aspectos culturais da Região Nordeste
A cultura do nordeste apresenta características próprias herdadas da influência da cultura dos colonizadores portugueses, dos negros e dos índios.
Cabe destacar que a cultura representa uma complexa teia, na qual estão contidos os conhecimentos, os costumes, as artes, as crenças, os cultos religiosos, a literatura popular, as danças e os hábitos de determinado grupo ou região.
Sendo assim, a cultura do nordeste brasileiro, região formada pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, desenvolveu hábitos próprios com relação às demais regiões e às manifestações culturais, herdados de geração em geração.
Algumas das manifestações culturais que mais se destacam na região nordeste do Brasil são: a poesia popular, o artesanato, as festas juninas, o Reisado, a capoeira, o frevo, a culinária e as religiões afro-brasileiras.
Poesia popular
Na Região Nordeste, a poesia popular é representada pela literatura de cordel, recitada ou publicada em folhetos.
Esse tipo de poesia relata os costumes e as crenças do povo, no qual os personagens podem ser reais ou fictícios. Os repentistas são os cantadores que divulgam a poesia popular da cultura do nordeste.
Literatura de cordel
Artesanato
O artesanato da região nordeste é bastante diversificado, com a produção de trabalhos decorativos e utilitários, confeccionados em cerâmica, madeira, conchas, rendas, dentre outros materiais. A arte da renda foi trazida pelos portugueses, onde a mulher rendeira é uma personagem típica da cultura do nordeste.
Mulher rendeira do nordeste
Renda de bilro, também chamada renda da terra, é a renda típica do nordeste
Aspectos culturais da Região Nordeste (continuação)
Festas típicas
Festas juninas
As festas juninas ocorrem no mês de junho e são as principais festas representativas da cultura do nordeste. Festejadas com danças típicas como a quadrilha e o forró, bandeirolas, balões e fogos de artifício fazem homenagem aos santos católicos Santo Antônio (13/06), São João Batista (24/06), São Pedro e São Paulo (29/06).
Festa junina no nordeste
As comidas de milho e de coco são típicas da época, entre elas a canjica, a pamonha, o bolo de milho, o pé de moleque preparado com massa de mandioca, o milho assado, o milho cozido, o quentão, entre outras.
Comidas típicas servidas em festas juninas
A cidade de Caruaru, no estado de Pernambuco, é considerada a capital do forró, e a cidade de Campina Grande na Paraíba é reconhecida por realizar o maior São João do mundo.
Festa junina - Campina Grande chega a receber 100 mil pessoas por noite
Reisado
É uma festa católica que celebra a visita dos Reis Magos ao menino Jesus. Essa festa faz parte da cultura do nordeste, sendo festejada em alguns estados, entre eles Alagoas e Piauí. O Reisado ou Folia dos Reis reúne um grupo de foliões que, trajados com roupas típicas, enfeitadas de fitas e espelhos, visitam as casas das pessoas hospitaleiras, dançando e cantando as músicas típicas da festa.
Foliões do Reisado, festa típica do nordeste
Aspectos culturais da Região Nordeste (continuação)
Capoeira
A capoeira é uma expressão cultural brasileira que mistura arte marcial, esporte, cultura popular e música.
Desenvolvida no Brasil principalmente por descendentes de escravos africanos, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas, acrobacias em solo ou aéreas.
A roda de capoeira foi registrada como bem cultural pelo IPHAN no ano de 2008, com base em inventário realizado nos estados da Bahia, de Pernambuco e do Rio de Janeiro, considerados berços desta expressão cultural. Em novembro de 2014, a roda de capoeira recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Roda de capoeira - misto de dança e luta, criada e desenvolvida no Brasil pelos escravos e seus descendentes
Frevo
O frevo é a dança típica do carnaval pernambucano. Foi declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Essa dança se caracteriza pelo ritmo acelerado, onde os passistas realizam passos acrobáticos, levando numa das mãos a típica sombrinha colorida do frevo.
Passistas da escola de frevo do Recife
Aspectos culturais da Região Nordeste (continuação)
Culinária
A culinária nordestina foi desenvolvida sob a influência da comida portuguesa, africana e indígena.
O consumo de raízes, como macaxeira, inhame, batata doce, o preparo de comidas bem temperadas e apimentadas, como o acarajé, vatapá, bobó de camarão, moqueca de peixe, sururu; comidas de milho e coco, como o cuscuz, a pamonha e a canjica, é tudo uma herança que foi adaptada em cada estado.
Acarajé – prato típico da região nordeste (Bahia)
Moqueca de peixe - prato típico da região nordeste
Aspectos culturais da Região Nordeste (continuação)
Religiões afro-brasileiras
Entre os cultos africanos trazidos pelos escravos e enraizados na cultura do Nordeste, destacam-se o candomblé e a umbanda, com seus rituais, hierarquias e cerimônias que reverenciam suas divindades.
Religiões afro-brasileiras características da região nordeste
Lavagem do Bonfim - celebração religiosa que ocorre na Bahia - onde as baianas despejam água de cheiro nos degraus e no átrio da Igreja do Bonfim, "símbolo do sincretismo religioso da Bahia”, ao som de palmas, toque de atabaque e cânticos de origem africana.
Mitos e lendas
Entre os mitos e lendas da Região Nordeste, podemos citar: Alamoa, Bicho Homem, Cabeça de Cuia, Cuca, Negro d'água, Quibungo, Vaqueiro Misterioso. Para saber mais sobre cada um deles, clique aqui.
Aspectos culturais da Região Centro-Oeste
A Região Centro-Oeste do Brasil, formada pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, apresenta uma diversidade cultural ricamente influenciada pelas culturas indígena, boliviana e paraguaia, além da influência dos inúmeros migrantes que essa região recebeu, em razão dos limites que faz com todas as outras regiões do Brasil: nordeste, norte, sudeste e sul, fato que não acontece em nenhuma outra região.
Brasília, capital do nosso país, é a cidade que possui o maior número de habitantes da Região Centro-Oeste e é considerada pela UNESCO Patrimônio Cultural da Humanidade.
Brasília ao anoitecer
Festas
Cavalhada
É a festa mais conhecida da região. É uma celebração portuguesa tradicional e trata-se de uma encenação de uma batalha medieval realizada ao ar livre, onde um grupo de cavaleiros se veste de azul ( representando os cristãos) e um grupo de cavaleiros se veste de vermelho (representando os mouros). A festa tem a duração de três dias e o desfecho é a vitória dos cristãos sobre os mouros e a conversão destes para o cristianismo.
As Cavalhadas de Pirenópolis são reconhecidas como uma das mais significativas cavalhadas do Brasil. Esta festa virou símbolo e modelo para outras cidades.
Cavalhadas de Pirenópolis, no estado de Goiás
Fogaréu
É outra importante festa típica da Região Centro-Oeste, que também tem forte presença em Goiás e é atração turística. Trata-se de uma procissão em que é encenada a prisão de Jesus e, assim, se realiza na Semana Santa.
Foi introduzida em Goiás pelo padre espanhol Perestelo de Vasconcelos, em meados do século XVIII. A vestimenta utilizada pelos penitentes caracteriza-se por uma túnica comprida e por um longo capuz cônico e pontiagudo, guardando fortes semelhanças com as vestimentas que ainda hoje são comuns nas celebrações da semana santa na Espanha.
Procissão do Fogaréu - imagem na encenação da Última Ceia
Além dessas festas, são ainda comemoradas: Folia de Reis, Festa do Divino, Festa de São Benedito, Romarias do Divino Pai Eterno, Congada de Catalão, Nossa Senhora dos Navegantes, entre outras.
Aspectos culturais da Região Centro-Oeste (continuação)
Danças e música
Siriri
É uma dança folclórica que faz parte das festas tradicionais e festejos religiosos. É dançada por homens, mulheres e inclusive crianças, ao som da viola de cocho (instrumento típico da região e reconhecido como patrimônio nacional), do ganzá e do mocho. Ao dançar, os dançarinos parecem estar fazendo brincadeiras indígenas.
Siriri – dança típica da Região Centro-Oeste
Cururu
Dança folclórica, dançada exclusivamente por homens, ao som da viola de mocho, do reco-reco e do ganzá, bem como do desafio dos repentistas - herança dos migrantes paulistas. Também de caráter religioso, está presente especialmente nas festas do Divino Espírito Santo.
Cururu – dança e trova – faz parte do folclore da Região Centro-Oeste
Música
A música sertaneja é a principal marca de expressão musical da Região Centro-Oeste. Além dela, o rasqueado e a guarânia também estão presentes na região.
Zezé Di Camargo & Luciano é uma dupla sertaneja brasileira formada pelos irmãos Mirosmar José de Camargo e Welson David de Camargo, naturais de Capela do Rio do Peixe, distrito de Pirenópolis, no estado de Goiás.
Aspectos culturais da Região Centro-Oeste (continuação)
Culinária
A Região Centro-Oeste possui uma gastronomia variada. A culinária mato-grossense tem pratos exóticos.
A maioria dos pratos típicos é à base de peixe (de água doce). É comum consumir como acompanhamento arroz, pirão e farofa de banana. Um dos pratos típicos que faz sucesso é o caldo de piranha.
Caldo de piranha
A culinária mato-grossense-do-sul tem pratos característicos da região, mas com influência das culinárias da Argentina, da Bolívia e do Paraguai, como Sopa Paraguaia, Forrundu (doce de mamão com rapadura), Pacu , Caribéu (abóbora com carne-seca), Tereré (tipo de chá semelhante ao chimarrão), Puchero (espécie de cozido proveniente da Argentina) e Locro (ensopado a base de abóbora, feijão e milho).
Locro (ensopado à base de abóbora, feijão e milho)
Goiás apresenta a culinária variada, caseira e possui traços da cozinha mineira. Um dos pratos mais populares é a galinhada, uma mistura de arroz, pequi (ou guariroba) e galinha.
Galinhada Goiana. Pedaços nobres de frango, pequi e guariroba.
Em Brasília, não existe nenhum prato realmente típico, pois a capital é uma cidade de misturas. A população é formada por pessoas de todas as regiões. Brasília possui uma cultura variada, assim como a culinária, com traços de todos os cantos do Brasil. É possível encontrar restaurantes de todos os tipos, além de muitos pratos da culinária internacional.
Restaurante Tókio, culinária japonesa em Brasília
Aspectos culturais da Região Centro-Oeste (continuação)
Artesanato
O artesanato da Região Centro-Oeste está diretamente ligado às influências indígenas e dos colonizadores da região. Encontramos objetos de madeira, artigos de prata, pedras semipreciosas, artigos de tapeçaria em geral, a olaria (um tipo de produção que utiliza barro e argila na sua produção), entre outras coisas.
Também é possível encontrar a cerâmica e tapetes feitos pelas mulheres ribeirinhas, além dos entalhes em madeira, principalmente na região do Pantanal, que representam os animais locais.
Artesanato da Região Centro-Oeste - entalhes em madeira
Artesanato da Região Centro-Oeste
Artesanato da Região Centro-Oeste
Mitos e lendas
Dentre os mitos e lendas mais conhecidos da Região Centro-Oeste, estão as lendas do Pé-de-garrafa, Romãozinho, A Criação do Mundo, Arranca-Língua, Saci-Pererê, Lobisomem, Diabinho da Garrafa, entre outras.
O pé-de-garrafa
Lenda do Romãozinho
Para saber mais sobre cada uma das lendas e mitos, clique aqui.
Aspectos culturais da Região Sudeste
Na Região Sudeste do Brasil, que é formada pelos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, existe uma diversidade cultural fortemente influenciada pelas culturas indígena, africana, europeia e asiática.
Festas, danças, gastronomia, entre outros aspectos, representam as manifestações culturais da população da Região Sudeste.
Festas
Carnaval
Festa mais popular do Brasil, é comemorado em todos os estados da Região Sudeste, onde há desfiles das escolas de samba. O desfile em São Paulo ganhou maiores proporções nos últimos anos, ocorrendo no Sambódromo do Anhembi. Bailes em clubes e blocos de rua também tem destaque nas festas dessa região.
O carnaval de São Paulo se tornou um dos mais importantes do mundo, não apenas pela ideia de festejar um feriado, mas sim pelo sentido de manter vivas as tradições de um povo e renovar as forças turísticas e históricas da cidade.
O carnaval de São Paulo no sambódromo do Anhembi
O Carnaval do Rio de Janeiro é considerado o maior carnaval do mundo. É uma manifestação cultural e festa popular mundialmente famosa, com desfiles de escola de samba, bailes de carnaval e os blocos e bandas de rua.
O carnaval do Rio de Janeiro no sambódromo "Marquês de Sapucaí"
Festas juninas
As festas dos santos populares (Santo Antônio, São João Batista, São Pedro e São Paulo), também conhecidas como festas caipiras, são festas populares brasileiras, mas especialmente comemoradas nas regiões Nordeste e Sudeste. Essas são comemoradas com a dança da quadrilha, com comidas e bebidas tradicionais da época (canjica, pipoca, bolo de fubá, arroz doce, vinho quente e quentão).
Festa junina em Minas Gerais
São ainda comemoradas: Festa do Bumba meu boi, Festa do Caiapó, Festa da Cavalhadas, Festa da Congada, Festa do Divino, Festa de Iemanjá, Festa do Peão de Boiadeiro, Folia de Reis ou Reisado, Festa de Réveillon e Festa Ticumbi.
Festa de Iemanjá
O culto à Iemanjá é realizado na noite de 31 de dezembro para 1° de janeiro. Nesse dia, os devotos vão prestar sua homenagem. Quando a noite vem chegando, milhares de fiéis dirigem-se para a praia, e todos festejam a Rainha do Mar, protetora das viagens marítimas e mãe de todos os orixás. As pessoas depositam oferendas, levando presentes, flores, comidas e bebidas.
Festa de Iemanjá no Rio de Janeiro
Festa de ano novo ou réveillon
É o momento em que um novo ano civil começa e quando um novo calendário anual é iniciado. Em muitas culturas ao redor do mundo, o evento é comemorado, geralmente com festas, principalmente na véspera da data.
Queima de fogos no réveillon do Rio de Janeiro (praia de Copacabana)
Aspectos culturais da Região Sudeste (continuação)
Dança e Música
As danças presentes na cultura da Região Sudeste são:
Bate flechas
É uma dança de cunho religioso, em louvor a São Sebastião, tipicamente capixaba. Nesta, os dançarinos homens e mulheres usam duas flechas cada para marcar ritmo juntamente com a batida dos pés.
Bate flechas - folclore do estado do Espírito Santo
Dança de São Gonçalo
De origem portuguesa, pode ser encontrada em diversos estados do Brasil, com características próprias em cada região. As moças se vestem de branco, rosa ou azul. Cada figurante conduz um arco de madeira enfeitado de papel de seda da cor do vestido. Em certos lugares, um único homem participa da dança e comanda a função, trajado de branco, o qual desempenha o papel de São Gonçalo.
Roda de São Gonçalo
Mineiro-pau
É uma dança tipicamente mineira que conta com a participação de apenas homens, os quais usam bastões de madeira, que marcam o ritmo da coreografia.
Apresentação da dança Mineiro-pau - folclore de Minas Gerais
Ticumbi
É uma versão capixaba da Congada. Só é encontrada no estado do Espírito Santo, é uma dança dramática guerreira. É praticada por negros que se vestem de branco, usam batas longas enfeitadas de fitas muito coloridas.
Apresentação de Ticumbi – dança folclórica da Região Sudeste
Outras danças da Região Sudeste: Batuque, Capoeira, Catira, Caxambu, Ciranda, Congo, Dança açoriana, Dança alemã, Dança de cana-verde, Dança do tamanduá, Dança de velhos, Fandango, Funk, Jongo, Quadrilha e Samba de lenço.
No que respeita à música, a expressão musical mais conhecida da Região Sudeste compreende: Bossa Nova, Choro, Funk, Lundu, Pagode e Samba.
Vinicius de Moraes – compositor brasileiro – um dos representantes da Região Sudeste no gênero musical "Bossa Nova"
Aspectos culturais da Região Sudeste (continuação)
Culinária
A culinária da Região Sudeste é bastante rica. Tanto as culturas de doces como comidas salgadas são bastante variadas e apreciadas no país inteiro.
O Rio de Janeiro tem como prato marcante a feijoada. O prato é um símbolo nacional, mas é bastante consumido no estado, o que o leva a ter uma forma própria de desenvolvê-la. A receita carioca inclui carnes salgadas (como carne-de-sol), folhas de louro, várias partes de porco, cebola e uma laranja (para ajudar a deixar a feijoada menos salgada).
Feijoada, Rio de Janeiro
São Paulo, por ser um grande polo industrial e abrigar diversas culturas, possui gosto variado na culinária regional. Por ser uma típica "cidade grande", tem grande quantidade de redes de "fast-food", que são muito usadas pelos habitantes.
Típico na cozinha paulista estão três pratos principais: galinha d'Angola à paulista, empadinhas de Cananeia e o cuscuz paulista, sendo esse último o de maior visibilidade nacional. O ponto forte da parte gastronômica em São Paulo é resultado da influência italiana: pizzas e massas são um gosto bastante comum no estado.
Cuscuz paulista
O Espírito Santo se destaca com a moqueca, apontada como o prato símbolo da cozinha capixaba. Pode ser feita com siri, peixes, camarão e ainda outros frutos do mar. O prato é herança da culinária indígena e faz muito sucesso entre os habitantes do estado.
Moqueca do Espírito Santo
Entretanto, da Região Sudeste o estado que apresenta maior tradição culinária é o de Minas Gerais. A culinária mineira é nacionalmente famosa, tendo várias comidas típicas e que caíram no gosto popular. O pão de queijo mineiro, por exemplo, é apreciado em todo o Brasil. Além desse, o tutu de feijão, feijão tropeiro (outro prato de expressividade nacional), galinha ao molho pardo, leitoa à pururuca, frango com quiabo e muitos outros. Além dos pratos, o queijo mineiro é muito apreciado no Brasil, servindo de referência quando se trata desse derivado do leite.
Pão de queijo mineiro
Aspectos culturais da Região Sudeste (continuação)
Mitos e lendas
Apesar de conter vários mitos e lendas que são comuns em outras regiões brasileiras, como as lendas da mula-sem-cabeça, lobisomem, boitatá, curupira, saci-pererê e a Iara, a cultura popular também tem mitos regionais.
Um ponto a ser destacado é que há uma forte influência da cultura afra no folclore dessa região. Isso se deve ao fato de que, na época da escravidão, os centros comerciais e as grandes plantações das fazendas que os negros trabalhavam se situavam nesse local. Os seus costumes e ritos acabaram sendo incorporados pela cultura popular.
As lendas do cavalo invisível, lenda de Chico Rei ou a chamada missa dos mortos são lendas da Região Sudeste.
Chico Rei: segundo esta tradição, Chico era o rei de uma tribo no reino do Congo, trazido como escravo para o Brasil. Conseguiu comprar sua alforria e de outros conterrâneos com seu trabalho e tornou-se "rei" em Ouro Preto.
Cavalo invisível: lenda de caráter religiosoonde, para os descrentes, narra que tarde da noite passa galopando um cavalo em disparada perto da janela do quarto onde dorme o descrente. Embora muitos por anos venham a narrar esse fenômeno, por mais rápido que o alguém tenha aberto a janela, ou saltado para a rua, nunca ninguém o viu o tão misterioso cavalo, somente rastros misteriosos deixados no solo. Contam os mais sábios que nunca ninguém viu o cavalo pelo motivo dele ser invisível, sendo ele um recado de Deus para respeitar os sofrimentos do seu filho Jesus Cristo.
Lenda do Cavalo invisível
Lenda do Chibamba: fantasma que faz parte do ciclo das assombrações criadas para assustar crianças, para fazer parte dos seus pesadelos noturnos. Seu provável local de origem é o sul de Minas Gerais. Amedronta as crianças que choram, as teimosas e as malcriadas, e também aquelas que insistem em não querer ir dormir cedo. É uma espécie de bicho papão mineiro, cujo papel é adormecer as crianças pelo medo.
Mãe do Ouro - um dos mais tradicionais mitos mineiros conta de uma bola de fogo que mostraria onde há jazidas de ouro e que, nela, vem uma mulher muito linda, loura, com um vestido de seda branco que voa pelos ares, refletindo a luz do sol. Diz a lenda que, sempre que ajudava alguém em apuros a encontrar ouro, a mãe do ouro impunha como única condição que ele não contasse a ninguém a localização da mina, sob pena de uma terrível maldição.
Lenda Mãe do Ouro
Missa dos mortos: por volta de 1900, o zelador e sacristão da Igreja de Nossa Senhora das Mercês de Cima, em Ouro Preto, foi acordado no meio de uma noite fria e chuvosa por um alvoroço de passos e vozes na capela, situada ao lado de um cemitério. Pensando tratar-se de ladrões, correu para verificar, e encontrou no templo a realização de uma missa repleta de fiéis esqueletos, conduzida por um sacerdote também de outro mundo.
Lenda Missa dos mortos
Para saber mais sobre mitos e lendas, clique aqui.
Aspectos culturais da Região Sudeste (continuação)
Religião
Por influência principalmente portuguesa, a maior parte da população da Região Sudeste é católica. A religião está presente nas marcas culturais da Região Sudeste.
A Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo, por exemplo, é a segunda maior basílica do mundo; a maior é a Basílica de São Pedro, no Vaticano. Nossa Senhora Aparecida é a padroeira do Brasil e, assim, no dia dedicado a ela, 12 de outubro, milhares de devotos se dirigem ao templo católico.
Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo
No estado do Rio de Janeiro, destaca-se o Cristo Redentor, estátua que retrata Jesus Cristo, localizada no bairro de Santa Teresa, na cidade do Rio de Janeiro. A estátua foi inaugurada no dia 12 de outubro de 1931, dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Em 2007, foi considerado uma das sete maravilhas do mundo moderno. O Cristo Redentor é cartaz turístico do Brasil no mundo.
Cristo Redentor - Rio de Janeiro
Em Minas Gerais o destaque é a Igreja de São Francisco de Assis, considerada uma das sete maravilhas de origem portuguesa no mundo. O famoso escultor conhecido como Aleijadinho trabalhou quase três décadas na sua arquitetura.
Igreja de São Francisco de Assis - Ouro Preto- MG
O Convento da Penha, no Espírito Santo é um dos santuários mais antigos do Brasil e é considerado patrimônio histórico e cultural. É a maior atração turística do estado.
Convento da Penha, em Vitória, no Espírito Santo
Aspectos culturais da Região Sul
A Região Sul do Brasil é composta pelos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Apresenta grande pluralidade cultural, fortemente influenciada pela cultura dos imigrantes europeus.
A Região Sul apresenta elementos culturais dos índios (primeiros ocupantes do território), espanhóis e portugueses (colonizadores), e negros (escravos). Posteriormente, os imigrantes alemães, italianos, açorianos, eslavos, japoneses, entre outros, contribuíram para a diversidade cultural do sul do Brasil.
Festas e eventos
A Semana Farroupilha no Rio Grande do Sul é um evento festivo da cultura gaúcha, que se comemora de 14 a 20 de setembro com desfiles em homenagem a líderes da Revolução Farroupilha.
O evento lembra o começo da Revolução Farroupilha, mais longa revolução do Brasil. Nesta semana festiva ocorrem eventos em parques, onde os gaúchos celebram com shows se caracterizando com seus trajes típicos, as mulheres de vestido de prenda e os homens de bombacha, lenço, guaiaca, chapéu, entre outros.
Desfile da Semana Farroupilha
Gaúchos vestem roupas típicas e se reúnem para celebrar a Semana Farroupilha
A festa de Nossa Senhora dos Navegantes, realizada no estado do Rio Grande do Sul, no dia 2 de fevereiro, é uma tradição trazida pelos portugueses. A festa consiste em uma procissão por terra e água, onde a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes é levada para o Santuário.
Festa de Nossa Senhora dos Navegantes
Algumas cidades do Rio Grande do Sul celebram as tradições dos antepassados em festas típicas, como a Festa da Uva, em Caxias do Sul (RS).
Desfile - Festa da Uva - Caxias do Sul – RS
Os Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) são sociedades civis e sem fins lucrativos, que buscam divulgar as tradições e o folclore da cultura gaúcha, tal como foi codificada e registrada por folcloristas reconhecidos pelo movimento. Tem como objetivo à integração social dos seus participantes, os tradicionalistas, ao resgate e à preservação dos costumes dos gaúchos através da dança, do churrasco e de esportes. Existem muitos Centros de Tradições Gaúchas no Brasil, mas principalmente no estado do Rio Grande do Sul.
CTG 35 em Porto Alegre/RS, o primeiro CTG do Rio Grande do Sul
Em Santa Catarina, assim como em algumas cidades do Rio Grande do Sul, a festa de destaque é Oktoberfest. Festa de tradições germânicas, originalmente celebradas em Munique, que acontece no mês de outubro. Em SC destaca-se a festa da cidade de Blumenau, e no RS nas cidades de Santa Cruz do Sul e Santa Rosa. A Oktoberfest de Blumenau, em Santa Catarina, é considerada a maior festa alemã das Américas, apresenta um festival de cerveja, com shows, desfiles, danças típicas e gastronomia variada.
Desfile Oktoberfest Blumenau/SC
A Marejada é uma festa ocorrida na cidade de Itajaí, em Santa Catarina. A festa é marcada pela apresentação de produtos do mar através da culinária, das exposições e do folclore português. O nome é relacionado ao apelido que os pescadores deram ao sobe e desce das marés.
Apresentação de grupo de dança durante a festa da Marejada
O Festival de Cinema de Gramado ocorre na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul. Esse festival foi criado a partir da ocorrência de uma Mostra de Cinema. A primeira edição ocorreu em 1973 e participa no incentivo ao cinema brasileiro. Os atores e produções premiados no evento recebem o Kikito de ouro, uma estatueta que significa o deus do bom humor.
Festival de Cinema de Gramado
As festas populares do Paraná têm como característica principal uma forte relação com os diversos povos colonizadores do Estado. Entre as principais festas estão: as Cavalhadas, de Guarapuava; a Congada, no município da Lapa; a Folia de Reis, em diversas cidades do norte e noroeste paranaense; e o Fandango de origem espanhola (também com influências portuguesas), de Paranaguá.
Grupo de dança de fandango de Paranaguá
Dentre as festas de cunho religioso, o Paraná apresenta a Festa do Divino e de Nossa Senhora do Rocio, em homenagem à padroeira do Paraná.
Festa da Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Paraná
Aspectos culturais da Região Sul (continuação)
Arquitetura
A Região Sul apresenta uma grande quantidade de casas com arquitetura tipicamente europeia.
No Paraná, as edificações mais antigas sofreram forte influência europeia, misturando estilos, desde o eclético, neoclássico, colonial, oriental e bizantino até a arquitetura moderna.
Blumenau (SC), arquitetura enxaimel, traço visível da colonização alemã na Região Sul
Arquitetura europeia em Gramado/RS
Arquitetura estilo colonial no Paraná
Castelo do Batel - Curitiba - estilo eclético, é uma réplica dos castelos do Vale do Loire, na França
Aspectos culturais da Região Sul (continuação)
Pratos típicos
A culinária do Paraná foi influenciada pelos diversos imigrantes que habitaram e vivem na região.
Os índios brasileiros que viviam no Paraná introduziram o consumo de pinhão nas refeições e o consumo da erva-mate. Além disso, a cultura indígena acrescentou frutas e raízes na culinária do estado.
Pinhão
Um dos principais pratos típicos dessa região é o barreado, consumido em várias cidades. Esse prato, feito com carne, toucinho e temperos, recebe esse nome que surgiu com a expressão "barrear a panela", evitando que o vapor saia e o cozido fique frio rapidamente. O barreado sofreu influências de Portugal e significa fartura e alegria.
Panela de "barreado", prato típico do Paraná
A culinária de Santa Catarina, por possuir uma região litorânea ampla, apresenta diversos pratos típicos baseados no consumo de frutos do mar. Além disso, seus pratos são influenciados pela colonização dos portugueses que consumiam esse tipo de alimento e preparavam caldos e ensopados. Os peixes também são bastante consumidos pelos moradores e os frutos do mar mais admirados e consumidos são a lagosta, o camarão, as ostras e os mariscos.
Frutos do mar, influência (luso-açorianos)
Já a influência dos alemães, que chegaram à região, foi a de introduzir outros ingredientes, como a carne de porco na cerveja e carne de marreco. Outros alimentos influenciados por imigrantes foram as sopas de batata, tortas, salames, pães e vinhos.
Joelho de porco, influência alemã
Os principais pratos típicos do Rio Grande do Sul sofreram influência dos italianos, espanhóis, portugueses e alemães. Os principais são: polenta, galeto, carnes defumadas, linguiças, pães, bolos, entre outros. No entanto, o prato mais conhecido é o churrasco gaúcho, feito originalmente em fogo de chão.
Tradicional churrasco gaúcho
Outro prato característico do estado é o arroz carreteiro, feito com carne de charque. Começou a ser consumido nas carreatas feitas pelos gaúchos pelos pampas, a fim de conhecer partes do Rio Grande do Sul ainda sem habitantes. Apesar das carreatas não ocorrerem mais, o prato ainda é muito consumido na região e no país.
Arroz carreteiro, feito com carne de charque
O chimarrão é um dos símbolos dos gaúchos. É consumido pelas pessoas diariamente em diversos lugares. É o chá da erva-mate quente que é colocado na cuia. Ela é dividida entre amigos e familiares. Possui significados como reconciliação e hospitalidade.
Chimarrão - um dos símbolos do RS
Aspectos culturais da Região Sul (continuação)
Artesanato
O artesanato da Região Sul é bastante diversificado e sofreu influência de diversas etnias. No Paraná, alguns objetos que possuem grande aceitação preservam as características e tipicidade dessas etnias, a exemplo das pêssankas (ucranianas), e do origami, kirigami, oshibana e ikebana (japoneses). Destacam-se ainda o artesanato em madeira, a tecelagem em cerâmica e em fibras naturais.
Pêssankas (ucranianas) produzidas no Paraná
Em Santa Catarina, o artesanato apresenta forte influência dos colonizadores alemães e italianos. Destacam-se as técnicas de pintura e a fabricação de porcelana, entalhes em madeira, esculturas e trabalhos em cerâmica.
Artesã - entalhes em madeira/SC
O artesanato característico do Rio Grande do Sul é representado pela cultura e hábitos do pampa. Entre os materiais empregados no trabalho artesanal está o couro bovino como o principal componente de produtos artesanais, como bainhas de faca, boleadeiras, arreios, botas, guaiacas, malas de garupa, assim como móveis caseiros, como o lastro trançado em couro das camas e os assentos e encostos das cadeiras.
Destaca-se ainda a lã de ovelha, que como matéria prima é a mais representativa do artesanato sul-rio-grandense de inverno, sendo a base para confecções de cobertores, agasalhos, tapeçaria e decoração de ambientes. Também podemos destacar a cuia do chimarrão, bebida típica, elaborada a partir da fruta do porongueiro, o porongo.
Produtos artesanais gaúchos
Aspectos culturais da Região Sul (continuação)
Mitos e lendas
Um dos principais personagens do folclore brasileiro e da Região Sul é o saci. Surgiu entre tribos indígenas que ficavam na Região Sul do Brasil, por volta do século XVIII.
No sul, ele é representado como um menino moreno e com rabo que apronta peripécias na floresta. Ele utiliza uma carapuça vermelha e tem apenas uma perna. Além disso, é representado fumando cachimbo e, segundo a lenda, para capturá-lo é necessário pegar a carapuça para escondê-la.
Saci, personagem do folclore da Região Sul
Outra lenda da região é a do Boitatá, um monstro em formato de cobra. Segundo contam, ele se escondeu de um dilúvio em um buraco e por isso seus olhos ficaram maiores. Em algumas histórias, as pessoas acreditam que ele possui bolas de fogo no lugar onde ficam os olhos. Já em Santa Catarina, acreditam que ele coma os olhos dos animais que mata, e por isso tem essa visão flamejante. Durante o dia ele fica cego e enxerga apenas à noite, quando sai para caçar. Seu nome, na linguagem indígena, significa "coisa de fogo".
Representação do Boitatá
O Curupira é outro personagem difundido no folclore do sul. Ele é representado por um menino com cabelo esvoaçante que possui os pés para trás. Ele é responsável por proteger a floresta e os animais. A lenda diz ainda que ele anda montado em um porco do mato e que possui a capacidade de iludir quem o caça. Os pés virados iludem o caçador, que se perde na floresta ao tentar caçá-lo. Quem acredita na história, evita caçar bichos às sextas-feiras com lua cheia, nos domingos e nos dias santos.
Representação do Curupira, personagem do folclore da Região Sul
Negrinho do Pastoreio é uma lenda afro-cristã muito contada no final do século XIX pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão, e muito popular na Região Sul do Brasil. A lenda conta a história de um garoto escravo que passa por maus tratos e morre em um formigueiro. Conta a lenda que, quando as pessoas perdem algo, acendem uma vela para o Negrinho do pastoreio, acreditando que o garoto vai ajudar a achar o objeto perdido.
Representação do Negrinho do pastoreio, personagem do folclore da Região Sul
Para saber mais sobre cada uma das lendas e mitos, clique aqui.
Problemas e questões ambientais
Nosso planeta é afetado por vários problemas e questões ambientais, muitos deles provocados pela própria ação do homem. Estes problemas afetam diretamente o meio ambiente (fauna, flora, solo, águas, ar, etc).
Principais problemas ambientais:
- Poluição do ar por gases poluentes, gerados principalmente pela queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, gasolina e diesel) e indústrias.
Poluição do ar
- Poluição de rios, lagos, mares e oceanos provocados por despejos de esgotos e lixo, acidentes ambientais (vazamento de petróleo), etc.
Poluição de rios e lagos com descarte de esgoto
Vazamento de petróleo – poluição nos mares e oceanos
- Poluição do solo provocada por contaminação (agrotóxicos, fertilizantes e produtos químicos) e descarte incorreto de lixo;
Poluição do solo através do descarte irregular de lixo
- Queimadas em matas e florestas como forma de ampliar áreas para pasto ou agricultura;
Queimadas irregulares em regiões de matas e florestas - danos ao meio ambiente
- Desmatamento com o corte ilegal de árvores para comercialização de madeira;
Desmatamento e corte ilegal de árvores
- Esgotamento do solo (perda da fertilidade para a agricultura), provocado por seu uso incorreto;
O uso incorreto do solo causa o esgotamento e impede novas práticas na agricultura
- Diminuição e extinção de espécies animais, provocados pela caça predatória e destruição de ecossistemas;
A prática ilegal da caça causa a extinção de espécies animais e a destruição de ecossistemas
- Falta de água para o consumo humano, causado pelo uso irracional (desperdício), contaminação e poluição dos recursos hídricos;
Desperdício de água
Desperdício de água
- Acidentes nucleares que causam contaminação do solo por centenas de anos. Podemos citar como exemplos os acidentes nucleares de Chernobyl (1986) e na Usina Nuclear de Fukushima no Japão (2011);
Usina Nuclear de Fukushima no Japão
- Aquecimento global, causado pela grande quantidade de emissão de gases do efeito estufa;
Crise climática – termômetro de rua marcando 47°C na região da Central do Brasil, no Rio de Janeiro
- Diminuição da camada de ozônio, provocada pela emissão de determinados gases (CFC, por exemplo) no meio ambiente.
Buraco na camada de ozônio (área azul forte) (Foto: NASA)
Efeito estufa
O efeito estufa é uma estrutura natural do planeta Terra para permitir a manutenção da temperatura numa média de 15ºC, ideal para o equilíbrio de grande parte das formas de vida em nosso planeta.
Sem o efeito estufa natural, o planeta Terra poderia ficar muito frio, não permitindo o desenvolvimento de grande parte das espécies animais e vegetais. Isso aconteceria porque a radiação solar refletida pela Terra se perderia completamente.
Entretanto, em tempos de avanço quase que incontrolável da industrialização, ações do homem como a emissão de gases poluentes têm acelerado esse processo, fazendo com que a temperatura do planeta torne-se cada vez mais quente a cada ano que passa.
Esquema explicativo do Efeito Estufa
Os principais gases poluentes causadores deste efeito são:
- Dióxido de carbono (CO2), que é produzido pela queima de combustíveis fósseis,
- Óxido nitroso (N2O),
- Metano (CH4) e o cloro-flúor-carboneto (CFC).
A grande quantidade de gases emitidos por indústrias e carros (os gases do efeito estufa) forma uma camada sobre grandes cidades, impossibilitando que o calor se dissipe por completo, fazendo o papel literal de uma estufa sobre aquela região.
Isto é o que ocorre em todo o planeta, os gases emitidos pelo mundo acumulam-se na atmosfera, constituindo uma barreira que impede que o excesso de raios solares seja refletido de volta para o espaço em forma de radiação infravermelha. Como uma estufa, essa camada de gases retém o calor na atmosfera, fazendo com que o planeta fique cada vez mais quente.
Poluentes e o efeito estufa
Em razão das ações do homem, a concentração desses gases na atmosfera tem aumentado gradativamente ao longo dos anos. Cientistas afirmam que o século XX foi o mais quente dos últimos 500 anos. Países como Estados Unidos e China são alguns dos maiores emissores dos gases do efeito estufa, por serem nações extremamente industrializadas e consumidoras de combustível.
Emissão de gases poluentes
Consequências do efeito estufa
Com o aumento elevado da temperatura do nosso planeta, inúmeros problemas podem vir a acontecer, como o desaparecimento de diversas espécies da fauna e flora.
O derretimento das calotas polares, a maior reserva de água doce do mundo, é outro grande problema. Com isso, teremos o aumento no nível do mar e o desaparecimento de várias ilhas e regiões litorâneas, acarretando uma total reconfiguração dos continentes como conhecemos hoje em dia.
Catástrofes naturais como maremotos, tufões, enchentes e furacões se tornarão mais suscetíveis a ocorrer, podendo afetar a produção agrícola em todo o planeta, prejudicando diretamente o abastecimento de comida para a população.
O derretimento das geleiras é uma das consequências do aquecimento global
Medidas para amenizar o problema
Diversos países, organizações não governamentais e entidades do governo, já conscientes sobre os problemas causados pelo efeito estufa, dialogam sobre quais medidas tomar para minimizar esse processo.
No ano de 1997 foi assinado o Protocolo de Kyoto, que prevê a redução da emissão de gases poluentes. No entanto, países como Estados Unidos e China, altamente industrializados, dificultam esse processo ao afirmar que a redução na emissão desses gases prejudicaria o avanço em suas indústrias.
O Brasil ocupa lugar de destaque no ranking dos maiores emissores de gases do efeito estufa do planeta. No entanto, nos últimos anos adotou uma campanha de sustentabilidade para que esses efeitos sejam minimizados, sem afetar o progresso do país.
Mapa explicativo dos países que mais emitem gases poluentes
Para mais informações, leia nosso artigo sobre o efeito estufa.
Buraco na camada de ozônio
O que é a camada de ozônio e qual sua importância?
A camada de ozônio é uma área da estratosfera que possui uma alta concentração de ozônio. Esta camada funciona como uma espécie de "escudo protetor" para o planeta Terra, pois absorve aproximadamente 98% da radiação ultravioleta de alta frequência emitida pelo Sol.
Sem esta camada protetora, a vida humana em nosso planeta seria praticamente impossível de existir.
Ilustração da camada de ozônio
O buraco na camada de ozônio
No ano de 1983, pesquisadores fizeram uma descoberta que causou muita preocupação: a existência de um buraco na camada de ozônio na área da estratosfera, sobre o território da Antártica. Este buraco apresentava grandes proporções, pois tinha aproximadamente 10 milhões de quilômetros quadrados.
Ainda na década de 1980, outros buracos de menor proporção foram descobertos em vários pontos da estratosfera. Com o passar do tempo, estes buracos foram crescendo (principalmente o que fica sobre a Antártica), sendo que em setembro de 1992 chegou a totalizar 24,9 milhões de quilômetros quadrados.
Evolução do buraco na camada de ozônio nos anos 80 e início dos anos 90
Buraco na camada de ozônio entre anos de 1979 a 2010 - Imagem cedida pela NASA mostra comparações da camada de ozônio em 17 de setembro de 1979, 7 de outubro de 1989, 9 de outubro de 2006 e 1 de outubro de 2010 (Foto: AP Photo/NASA)
Causas
A principal causa do buraco na camada de ozônio é a reação química dos CFCs (clorofluorcarbonos) com o ozônio. Estes CFCs estão presentes sobretudo em aerossóis, ar-condicionado, gás de geladeira, espumas plásticas e solventes. Os CFCs entram em processo de decomposição na estratosfera, através da atuação dos raios ultravioletas, quebrando as ligações do ozônio e destruindo suas moléculas.
O uso do gás clorofluorcarbono (CFC) é um dos responsáveis pelo buraco na camada de ozônio.
Consequências
A existência de buracos na camada de ozônio é causa de grandes preocupações, pois a radiação não é absorvida, chegando ao solo, podendo causar câncer de pele nas pessoas, uma vez que os raios ultravioletas alteram o DNA das células.
Evitar o sol nas horas em que esteja muito forte, assim como a utilização de filtros solares, são as únicas maneiras de se prevenir e de se proteger a pele.
O buraco na camada de ozônio também tem relação com o aumento do aquecimento global.
Proteção da camada de ozônio
Na década de 1990, alarmados com a seriedade do problema ambiental que crescia a cada dia, órgãos internacionais, governos e instituições ligadas ao meio ambiente procuraram adotar medidas práticas para evitar o avanço do buraco na camada de ozônio. OS CFCs foram proibidos em vários países e seu uso interrompido aos poucos em outros. Desta forma, ocorreu uma diminuição no crescimento dos buracos. Em setembro de 2011, o tamanho era de 26 milhões de quilômetros quadrados. Ainda é um problema, porém o ritmo de crescimento diminuiu extremamente.
O consumo de conteúdos que geram a destruição na camada de ozônio também diminuiu consideravelmente no mundo todo. Em 1992, era de cerca de 690 mil toneladas, passando para aproximadamente 45 mil toneladas no ano de 2011. Com a intensificação da fiscalização e conscientização dos consumidores, espera-se que este número diminua ainda mais.
De acordo com cientistas, a camada de ozônio deve se normalizar em quatro ou cinco décadas (por volta de 2050), fato este ligado diretamente à redução no uso dos CFCs.
Ilustração da camada de ozônio
Curiosidade: No dia 16 de setembro é comemorado o Dia Internacional de Preservação da Camada de Ozônio.
Água e seus problemas ambientais
A água, além de existir em grande volume, é um recurso natural renovável, não se acaba.
Em seu ciclo constante, a água das chuvas penetra no solo, forma lençóis subterrâneos, segue para os rios, evapora e cai novamente em forma de chuva.
Ciclo hidrológico ou ciclo da água no planeta
A civilização, no entanto, altera o processo de reabastecimento natural, lançam poluentes, contaminando rios e mares, e desequilibra o ciclo da água. Considerando-se, além disso, que a distribuição das águas é irregular e que o consumo de água tem aumentado, entende-se por que a falta de água é hoje uma das grandes preocupações mundiais.
Os problemas relacionados com a quantidade de água disponível nas áreas continentais decorrem de projetos de irrigação e fornecimento de água para centros urbanos, que drenam quantidades enormes de água dos rios, riachos e lençóis subterrâneos, em volumes que excedem em muito o reabastecimento natural, alterando as reservas de água doce.
Desvio ilegal de água compromete o abastecimento
Além disso, a drenagem excessiva de lençóis subterrâneos pode provocar o assentamento irreversível do solo, ou seja, o abaixamento da área, conforme a água é retirada. No litoral, a reserva de água doce de um lençol subterrâneo é substituída por água salgada, imprópria para o consumo humano.
Nos países pobres, o desmatamento nas áreas de bacias hidrográficas, as pastagens e as práticas de cultivo em zonas íngremes e de altos índices pluviométricos reduzem a capacidade do solo de absorver a água da chuva, aumentando o risco de enchentes, elevando o nível dos rios e reduzindo as reservas de água disponíveis durante as estações mais secas.
Impermeabilização do solo: ocorre devido ao asfaltamento e construções. Grande causadora de enchentes, causadas pelo aumento do escoamento superficial. Também contribui para a diminuição da recarga dos aquíferos através da diminuição da infiltração.
Conflitos pelo domínio de recursos hídricos vêm se manifestando com gravidade nos últimos tempos. O mais notório é a disputa entre Síria e Israel, pelo controle do rio Jordão.
Rio Jordão, um dos mais importantes recursos hídricos do Oriente Médio
Chuva ácida
A chuva ácida é gerada pela produção de gases lançados na atmosfera. Há agentes naturais que fazem isso, como por exemplo os vulcões. A atividade humana, entretanto, é a principal causadora do fenômeno.
Indústrias, usinas termoelétricas e veículos de transporte (que utilizam combustíveis fósseis) produzem subprodutos que se agregam ao oxigênio da atmosfera e que, ao serem dissolvidos na chuva, caem no solo sob a forma de chuva ácida.
Esquema ilustrando a chuva ácida
Devemos lembrar, entretanto, que os poluentes carregados pelos ventos podem viajar milhares de quilômetros, gerando chuvas ácidas em locais muito distantes das fontes poluidoras. A chuva ácida, ao atingir o solo, empobrece a vegetação natural e as plantações. Também afeta a fauna e a flora de rios e lagoas, prejudicando a pesca.
Contaminação da água
Algumas medidas podem diminuir a formação de chuva ácida: economia de energia, utilização de transporte coletivo, criação e uso de fontes de energia menos poluentes, utilização de combustíveis com baixo teor de enxofre, entre outros.
Microclimas
Existem regiões da Terra que possuem um clima peculiar, restrito e isolado da região ao seu redor. São os microclimas.
Um exemplo simples é uma floresta equatorial: a temperatura externa chega a ser até 5° C maior que a temperatura interna.
A floresta equatorial é um tipo de formação florestal localizada nas regiões equatoriais, na zona intertropical, ou seja, próxima à linha do Equador.
- Ilha de Calor: ocorrem nos centros urbanos, onde predominam o asfalto, o concreto, a poluição do ar, e, principalmente, a barreira criada pelos prédios altos, que impedem a dissipação do calor absorvido porque não há uma movimentação eólica suficiente. Em relação às áreas verdes dos bairros circundantes, a temperatura pode ser até 6° C mais alta.
Os centros urbanos tornam-se ilhas de calor
- El Niño: consiste no aquecimento das águas do oceano Pacífico, no período compreendido entre a primavera e o verão, com intervalos variados (o que faz o El Ninõ um fenômeno recorrente, e não esporádico).
Aquecida, parte da água evapora, ganha altitude e, levada por ventos de oeste, volta a cair em forma de chuva no oeste da América do Sul, particularmente no Peru e no Equador. Ao associar-se com as massas de ar da Antártida, provoca chuvas intensas no sul e sudeste do Brasil. Em contrapartida, a pluviosidade diminui no leste da Amazônia e a seca se agrava no Nordeste brasileiro. Dependendo da intensidade do El Niño, o fenômeno pode atingir partes mais longínquas, como a Europa Central (verões mais quentes) e sul do Canadá (inverno pouco frio);
Fenômeno El Niño
- La Niña: apresenta o oposto do evento El Niño. Ao invés de se aquecerem, as águas do Pacífico se resfriam além do normal. Ocorre escassez de chuvas no Brasil e pluviosidade farta no Nordeste. Os ventos aumentam, elevando o nível das águas na costa da Indonésia e rebaixando-as na América do Sul.
Enchente no Nordeste do Brasil, efeito do fenômeno La Niña
Questões ambientais de caráter mundial
A quantidade exata de água do planeta é de 1.332 quilômetros cúbicos, de acordo com o Instituto de Pesquisa Geológica dos EUA.
Em torno de 72% do nosso planeta estão cobertos por água, porém 97,5 % dessa água toda é salgada, oriunda dos mares e oceanos - água que não é potável.
Nem toda água doce do planeta está disponível para o consumo humano
Os oceanos possuem uma camada de 24 mil quilômetros ao redor da Terra, com uma média de profundidade de 3,2 quilômetros. Parece ser muita água, mas na verdade não é. Especialistas comparam a situação com uma maçã - se o nosso planeta fosse uma maçã, a água seria equivalente à casca da fruta.
A água potável corresponde a toda água disponível na natureza destinada ao consumo e possui características e substâncias que não oferecem riscos para os seres vivos que a consomem, como animais e homens. A água, em condições normais de temperatura e pressão, predominante em estado líquido, incolor, inodora e insípida, é indispensável a toda e qualquer forma de vida.
A água é essencial para a nossa sobrevivência, portanto sua proteção é fundamental.
A água potável do planeta está separada da seguinte forma:
- 70% estão congelados;
- 1% está acessível para consumo imediato;
- 6 países (Brasil, Canadá, Rússia, Indonésia, China e Colômbia) possuem 50% de todas as reservas de água fresca do planeta;
- Um terço da população vive em países que consomem mais água do que o país oferece.
Essa água está disponível para toda a população, seja rural ou urbana. No ambiente rural, não há o tratamento antecipado desse recurso. No entanto, nos centros urbanos quase sempre se faz necessário realizar uma verificação da qualidade e grau de contaminação, uma vez que nas proximidades das cidades os córregos e rios são extremamente poluídos.
Esquema de uma estação de tratamento de água
A agricultura é o setor que mais utiliza os recursos hídricos, principalmente para a irrigação. Cerca de 70% da utilização mundial destina-se ao setor agrícola. Isso decorre de maneira ainda equivocada de manejo de recursos. Poucos países investem em modelos de irrigação adequados aos novos tempos de economia da água. Apenas a Europa consome mais água no setor industrial.
Irrigação é responsável por 72% do consumo de água no Brasil
Conforme o Banco Mundial, cerca de 80 países vão entrar em conflito por causa dos recursos hídricos. Rios que atravessam países representam fontes essenciais de abastecimento. Em algumas áreas do planeta, os conflitos já existem e se misturam com outros motivos, tais como problemas de ordem político-religiosa, étnica, energia, entre outros.
Mapa mundial da água
A África é o continente que apresenta o maior problema em relação à disponibilidade de água no mundo. Atualmente, menos de 50% da população do continente conta com acesso à água potável.
No mundo subdesenvolvido, cerca de 50% da população consome água poluída; em todo planeta, pelo menos 2,2 milhões de pessoas morrem em decorrência de água contaminada e sem tratamento. Segundo estimativas, existem atualmente cerca de 1,1 bilhão de pessoas que praticamente não tem acesso à água potável, bem comum a todo ser humano.
Escassez de água na África e a falta de acesso à água potável
A poluição é um dos maiores problemas da água potável, uma vez que diariamente os mananciais do mundo recebem dois milhões de toneladas de diversos tipos de resíduos.
Poluição da água
Nessa questão, quem mais sofre tais reflexos são as camadas excluídas que vivem em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.
Entre outras consequências, a má qualidade da água causa doenças na população. Hoje em dia, por exemplo, 8,5 milhões de crianças morrem por ano no mundo com diarreia, causada pelo contato direto com água contaminada por esgoto. A maior parte dessas mortes acontece na África Subsaariana e na Ásia do Sul, onde 65% da população não possui acesso ao saneamento básico.
Escassez de água na África e a falta de acesso à água potável
Dicas de economia de água
É urgente a necessidade de soluções para a falta de acesso à água própria para consumo no mundo. Faça a sua parte!
- Reduza o tempo no chuveiro. Ao invés de tomar um banho de 10 minutos, diminua para 5 minutos. Assim, economizará de 30 a 80 litros de água por cada banho. Além disso, se o chuveiro for elétrico, economizará energia elétrica, que também pesa no bolso.
- Não jogue lixo no vaso sanitário, pois isso contribui para aumentar o gasto de água.
- Quando precisar lavar um carro, use um balde. Lavar o carro com uma mangueira pode gastar mais de 500 litros de água em 30 minutos.
- Encha a pia para esfregar os pratos e talheres. A economia será de 10 litros de água por dia.
- Para descongelar carne e outros alimentos, não use a torneira. O ideal é deixá-los degelar dentro da geladeira.
- Ao lavar vegetais e frutas, use uma bacia e uma escova vegetal para remover a sujeira.
- Não use a mangueira do jardim para varrer folhas e outros resíduos das calçadas. O correto é usar uma vassoura.
- Máquinas de lavar roupas e louças devem ser usadas totalmente cheias. Com isso, a frequência de uso é menor e há menos desperdício de água e energia.
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Declaração Universal dos Direitos da Água
22 de março – Dia Mundial da Água
O Dia Mundial da Água foi instituído pela ONU e visa à conscientização da população a respeito dessa valiosa substância.
No dia 22 de março de 1992, a ONU – Organização das Nações Unidas instituiu o Dia Mundial da Água e divulgou a Declaração Universal dos Direitos da Água, que é ordenada em dez artigos. Veja alguns trechos dessa declaração:
Declaração Universal dos Direitos da Água
1- A água faz parte do patrimônio do planeta;
2- A água é a seiva do nosso planeta;
3- Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados;
4- O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos;
5- A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores;
6- A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo;
7- A água não deve ser desperdiçada nem poluída, nem envenenada;
8- A utilização da água implica respeito à lei;
9- A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social;
10- O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
2- A água é a seiva do nosso planeta;
3- Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados;
4- O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos;
5- A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores;
6- A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo;
7- A água não deve ser desperdiçada nem poluída, nem envenenada;
8- A utilização da água implica respeito à lei;
9- A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social;
10- O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
Antártida e as questões ambientais
Por menor que seja a interferência dos seres humanos no ambiente, sempre existe um impacto provocado pela ocupação da Antártida, seja para pesquisa, seja para turismo.
Fazer com que essa alteração seja a menor possível é a preocupação dos pesquisadores e dos países que fazem parte do Tratado da Antártida, assinado em 1959, instituindo regras para ocupação do continente.
O Tratado, que proíbe qualquer atividade de natureza militar, entrou em vigor em 1961, ratificado por 12 países, incluindo o Brasil. Atualmente são 47 os países signatários (28 membros consultivos e 19 não consultivos).
Localização da Antártida no globo terrestre
Turismo na Antártida
Emblema do Tratado da Antártida
Assim como o Protocolo de Madri, relacionado com questões ambientais, o tratado relativo à Antártida estabelece normas para a realização de pesquisas científicas e expedições turísticas na região. Atualmente, cerca de 29 nações possuem estações de pesquisa estabelecidas na Antártica.
Os países que possuem bases científicas na Antártica são: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Bélgica, Bulgária, Chile, China, Coreia do Sul, Equador, Espanha, Estados Unidos, Federação Russa, Finlândia, França, Índia, Itália, Japão, Nova Zelândia, Noruega, Peru, Polônia, Reino Unido, República Checa, Romênia, Suécia, Ucrânia e Uruguai.
Mapa das bases científicas da Antártica
No que diz respeito às questões ambientais, os norte-americanos possuem um refúgio que funciona como estação, no qual se verifica poluição marinha. A estação chilena conta com uma pista de pouso para aviões e uma vila próxima, que também provoca um impacto ambiental maior.
Na baia do Almirantado, onde se localizava a Estação Comandante Ferraz, do Brasil, destruída em um incêndio em fevereiro de 2012, o desequilíbrio ambiental observado era bem menor, porém os restos de uma base britânica abandonada ainda causam problemas.
Estação Comandante Ferraz, do Brasil, presente há mais de 20 anos na Baía do Almirantado, Antártica
Na madrugada do dia 25 de fevereiro de 2012, ocorreu um incêndio gerado por uma explosão sem causa estimada na Praça das Máquinas, onde ficam os geradores de energia da estação. Por ser anexo ao restante das instalações, o fogo se alastrou, destruindo grande parte da Estação Comandante Ferraz, fazendo duas vítimas fatais.
Fotografia do incêndio que destruiu parte da estação em 2012
Com o crescimento das atividades turísticas na região antártica, a maior preocupação dos especialistas está concentrada na área litorânea, onde existe mais movimento. De acordo com a International Association of Antartic Tour Operator (IAATO), a ilha Rei George é a mais procurada pelos turistas naquela área do planeta.
Localização da ilha Rei George na Antártida
Há projetos de educação ambiental, mas apenas algumas embarcações turísticas possuem cientistas a bordo.
Turismo na Antártida
Até o ano de 2048, nenhum país poderá explorar os recursos minerais do continente antártico. O Protocolo de Madri (Tratado da Antártida) inclui uma cláusula que proíbe essa exploração por 50 anos. O que acontecerá depois disso não se sabe. Entretanto, é notável o desejo de muitas nações para que este tempo passe rápido, para exploração de petróleo e gás.
Aprendendo a explorar o meio ambiente
Os problemas ambientais brasileiros, principalmente a destruição de nossas reservas florestais, há muito tempo são motivos de grande preocupação.
Se conhecermos a estrutura e o funcionamento de um ambiente, podemos adotar diversas medidas de proteção ou de recuperação de áreas.
Atualmente, os governos e membros da sociedade civil dos mais variados países vêm se organizando sob forma de entidades e associações, a fim de de definir procedimentos que incentivem a preservação da natureza e divulguem as questões relacionadas com o meio ambiente.
O trabalho desenvolvido por essas organizações exige a colaboração de especialistas de várias áreas, entre as quais as ciências naturais, políticas e sociais.
Seus objetivos podem ser variados, tais como realizar pesquisas, promover estudos e aplicação de leis de proteção ambiental, elaborar e aplicar projetos de educação neste setor, ou dirigir-se a um campo mais específico, como por exemplo lutar pela preservação de uma espécie ameaçada de extinção.
Além disso, é fundamental que cada segmento da sociedade, e em particular cada cidadão, tenha conhecimentos dos problemas ambientais e participe das suas soluções. O interesse por essas questões vem crescendo diariamente em todas as partes do mundo. Diversos representantes da sociedade estão compreendendo que é preciso um esforço conjunto para preservar o ambiente na Terra e garantir a melhoria da qualidade de vida das populações.
Os principais problemas
Primeiramente, é importante lembrar que a reciclagem dos materiais no ambiente é um processo demorado. Quando a retirada de um determinado elemento do solo é mais rápida do que sua reposição, há um esgotamento, que se manifesta por meio de uma queda na produtividade. Os agricultores sabem que as plantas precisam de nutrientes variados, que se encontram no solo graças à atividade de certos micro-organismos.
Se forem feitas culturas sucessivas, esses nutrientes acabam se esgotando e a produção começa a cair. Haverá então duas alternativas: acrescentar artificialmente os nutrientes retirados, ou deixar que a recomposição se faça normalmente, esperando um certo tempo até o solo se recuperar.
Os recursos naturais não-renováveis, uma vez esgotados, não se refazem e, portanto, sua utilização deve ser feita com muito cuidado. Sabendo que um dia eles irão faltar, o homem precisa pensar antecipadamente numa maneira de substituí-los por outros capazes de desempenhar funções semelhantes.
Como os recursos renováveis exigem um certo tempo para recomposição, a humanidade não disporá de estoques se o consumo não for controlado e a população humana crescer além de determinado limite. Utilizar racionalmente os recursos naturais significa ampliar a capacidade produtiva do ambiente em favor do homem, sem, no entanto, degradar a natureza.
Aprendendo a explorar o meio ambiente (continuação)
Além da retirada de materiais, a degradação de um ambiente também pode ocorrer por outros fatores.
Se forem introduzidas substâncias em excesso no ambiente, mesmo que não sejam estranhas, mas que acarretem uma sobrecarga nos ciclos, o resultado será a poluição. Um ambiente torna-se poluído quando sofre mudanças suficientemente grandes para prejudicar os seres que ali vivem em equilíbrio.
O homem, como qualquer ser vivo, elimina seus resíduos no lugar em que está. Em condições e quantidades naturais, esse material seria reciclado e utilizado pelos demais componentes do ambiente. Acontece porém que, devido às atividades industriais, o homem introduz no meio uma grande quantidade de substâncias estranhas.
Por isso, o ambiente fica sobrecarregado e a reciclagem de materiais alterada. Essas substâncias nocivas, descarregadas no ar, no solo e na água, se espalham pelos mais variados recantos da Terra, prejudicando o próprio homem.
A concentração de gases lançados pelos carros e pelas fábricas pode provocar doenças respiratórias; os esgotos não convenientemente tratados contaminam as águas que, ao serem ingeridas ou usadas na irrigação, podem causar infecções e favorecer o desenvolvimento de parasitoses. Substâncias químicas utilizadas na fabricação de inúmeros produtos, como inseticidas, herbicidas e adubos, são lançadas continuamente no solo, na água e no ar; podem ser absorvidas pelas plantas e introduzir-se igualmente nos organismos dos animais e do homem. Muitas dessas substâncias são tóxicas, e seu acúmulo provoca uma série de distúrbios, doenças e até a morte.
É necessário, portanto, tratar adequadamente os resíduos, para que não prejudiquem o ambiente e possam ser reutilizados pela natureza. Estações de tratamento de água e esgoto, instalações de filtros industriais, usinas de reaproveitamento do lixo são alguns exemplos de medidas que o homem pode e deve utilizar.
Aprendendo a explorar o meio ambiente (continuação)
Recursos renováveis x não renováveis
Há muito tempo o homem percebeu que poderia recorrer à natureza para resolver seus problemas de fome, frio e proteção. Assim, no decorrer da história, desenvolveu mecanismos para melhor utilizar os recursos nela encontrados. As técnicas de plantio, colheita, extração e transformação dos recursos naturais foram aprimoradas cada vez mais.
As madeiras, as plantas produtoras de fibras, os vegetais usados na alimentação, a água, etc. são recursos renováveis, ou seja, que podem ser repostos continuamente. Outros, porém, existem em quantidades finitas e necessitam de um tempo para serem formadas novamente, como o carvão mineral, o petróleo e os minérios.
O carvão mineral originou-se há milhões de anos, de restos de vegetais que foram se acumulando em lugares com pouco oxigênio, como o fundo de lagos e pântanos. É usado como matéria-prima na fabricação do aço e em processos especiais de combustão.
O petróleo formou-se a partir de minúsculos animais e vegetais aquáticos misturados a sedimentos que foram se depositando no fundo dos mares. As substâncias que compunham seus corpos foram lentamente transformadas, num processo desenvolvido durante milhões de anos. A energia contida nesses seres não foi perdida durante a transformação e o petróleo resultante é, por isso, um material com alto potencial energético. Dele se extraem vários subprodutos, como gasolina, querosene, graxa, parafina, asfalto e gás combustível. Pode também ser utilizado na fabricação de produtos como o plástico e as fibras sintéticas.
Os minérios são encontrados em depósitos naturais ou jazidas, nos mais variados ambientes da Terra. Através de técnicas especiais, são extraídos e empregados como matéria-prima em processos industriais, agrícolas e artesanais.
Preservando o Ambiente
Algumas áreas, importantes pela diversidade de seus componentes ou pela fragilidade de seu equilíbrio, devem ser mantidas intocadas ou com o mínimo de interferência. Funcionando como reservas de animais e vegetais, elas devem servir à pesquisa e aos estudos ecológicos. Dessa forma o homem pode aumentar seus conhecimentos a respeito dos ambientes. Outras áreas, já alteradas pelo uso intensivo e mal orientado, podem ser recuperadas por processos de repovoamento e de medidas eficientes de utilização, servindo como locais de produção, de lazer ou mesmo de estudo e pesquisa.
Na maioria dos países, inclusive o Brasil, a preocupação com a preservação e com a recuperação de áreas tem levado à criação de parques, reservas, estações ecológicas e áreas de proteção ambiental, sujeitos a regulamentos e administração especiais. Isso revela já algum interesse pela conservação do meio e constitui uma oportunidade para a população observar e estudar os fenômenos ambientais. Conhecendo os processos que ocorrem na natureza, os indivíduos podem mudar seu comportamento e procurar formas mais adequadas de atuar sobre ela. A participação popular também tem sido responsável por denúncias de irregularidades e pela exigência da aplicação de medidas efetivas de proteção ambiental.
Muitos desastres ecológicos e grandes prejuízos econômicos poderiam ser evitados se houvesse pesquisa e acompanhamento adequados durante a execução de projetos. A divulgação de notícias sobre questões ambientais e o aparecimento de publicações especializadas vêm aumentando, graças ao interesse e à receptividade da população.
A responsabilidade pela preservação do ambiente e da qualidade de vida não pode ser deixada apenas ao encargo de governos e especialistas, mas tem de ser assumida por todos aqueles que ainda acreditam na capacidade de o homem encontrar soluções para seus problemas. Por meio da pesquisa, da troca de informações, discussões e reflexão, o homem formará uma nova mentalidade; será, então, capaz de trabalhar efetivamente na busca de soluções para os problemas atuais e de medidas preventivas para o futuro.
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