sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Geografia - Tempo x Clima (3)

Massas de ar

A massa de ar é o fator que mais dinamiza o clima de uma região. Quanto à temperatura, as massas de ar podem ser quentes ou frias e, quanto à umidade, continentais ou marítimas.
Frentes são as zonas de contato entre as massas de ar com características diferentes.

Imagem demonstrando as massas de ar
Quanto às temperaturas, dividem-se em:
  • Quentes (equatoriais e tropicais);
  • Frias  (polares).
Quanto à origem, são especificas:
  • Continentais;
  • Marítimas (recebem o nome de oceanos).

Massas de ar no Brasil

Por sua dimensão continental, todas as massas responsáveis pelas condições climáticas na América do Sul atuam no Brasil, direta ou indiretamente. As massas que mais nos interessam são:
  • Equatorial Atlântica (m Ea) = quente e úmida
  • Equatorial Continental (m Ec) = quente e úmida
  • Tropical Atlântica (m Ta) = quente e úmida
  • Tropical Continental  (m Tc) = quente e seca
  • Polar Atlântica (m Pa) = fria e úmida

Massas de ar que atuam no Brasil

Climas do Brasil

A diversidade climática

O Brasil possui uma grande variedade de climas, devido ao seu território extenso (8,5 milhões de km2), à diversidade de formas de relevo, à altitude e dinâmica das correntes e massas de ar.
Cerca de 90% do território brasileiro localiza-se entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, motivo pelo qual usamos o termo "país tropical".
Atravessado na região norte pela Linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio, a maior parte do Brasil situa-se em zonas de latitudes baixas, nas quais prevalecem os climas quentes e úmidos, com temperaturas médias em torno de 20 ºC.

Os tipos de clima

A classificação de um clima depende de diversos fatores, como a temperatura, a umidade, as massas de ar, a pressão atmosférica, as correntes marítimas e ventos, entre outros. A classificação mais utilizada para os diferentes tipos de clima do Brasil assemelha-se à criada por Arthur Strahler, se baseando na origem, natureza e movimentação das correntes e massas de ar.
Sabe-se que as massas de ar que interferem mais diretamente são a equatorial (continental e atlântica), a tropical (continental e atlântica) e a polar atlântica.
Dessa forma, são verificados no país desde climas superúmidos quentes, provenientes das massas equatoriais, como é o caso de grande parte da região Amazônica, até climas semiáridos muito fortes, próprios do sertão nordestino. Temos então, como principais tipos climáticos brasileiros:
  • Subtropical
  • Semiárido
  • Equatorial úmido
  • Equatorial semiúmido
  • Tropical
  • Tropical de altitude
Veremos a seguir informações sobre cada um deles.

Tipos de clima no Brasil

Clima subtropical

As regiões que possuem clima subtropical apresentam grande variação de temperatura entre verão e inverno, não possuem uma estação seca e as chuvas são bem distribuídas durante o ano.
É um clima característico das áreas geográficas a sul do Trópico de Capricórnio e a norte do Trópico de Câncer, com temperaturas médias anuais nunca superiores a 20ºC. A temperatura mínima do mês mais frio nunca é menor que 0ºC.

Clima semiárido

O clima semiárido, presente nas regiões Nordeste e Sudeste, apresenta longos períodos secos e chuvas ocasionais concentradas em poucos meses do ano. As temperaturas são altas o ano todo, ficando em torno de 26 ºC. A vegetação típica desse tipo de clima é a caatinga.

Clima equatorial úmido

Este tipo de clima apresenta temperaturas altas o ano todo. As médias pluviométricas são altas, sendo as chuvas bem distribuídas nos 12 meses, e a estação seca é curta. Aliando esses fatores ao fenômeno da evapotranspiração, garante-se a umidade constante na região. É o clima predominante no complexo regional Amazônico.

Clima equatorial semiúmido

Em uma pequena porção setentrional do país, existe o clima equatorial semiúmido, que também é quente, mas menos chuvoso. Isso ocorre devido ao relevo acidentado (o planalto residual norte-amazônico) e às correntes de ar que levam as massas equatoriais para o sul, entre os meses de setembro a novembro. Este tipo de clima diferencia-se do equatorial úmido por essa média pluviométrica mais baixa e pela presença de duas estações definidas: a chuvosa, com maior duração, e a seca.

Clima tropical

Presente na maior parte do território brasileiro, este tipo de clima caracteriza-se pelas temperaturas altas. As temperaturas médias de 18 °C ou superiores são registradas em todos os meses do ano. O clima tropical apresenta uma clara distinção entre a temporada seca (inverno) e a chuvosa (verão). O índice pluviométrico é mais elevado nas áreas litorâneas.

Clima tropical de altitude

Apresenta médias de temperaturas mais baixas que o clima tropical, ficando entre 15º e 22º C. Este clima é predominante nas partes altas do Planalto Atlântico do Sudeste, estendendo-se pelo centro de São Paulo, centro-sul de Minas Gerais e pelas regiões serranas do Rio de Janeiro e Espírito Santo. As chuvas se concentram no verão, sendo o índice de pluviosidade influenciado pela proximidade do oceano.
A seguir veremos as características climáticas de cada região brasileira.

Clima da Região Norte

A maior parte da região apresenta clima equatorial. Caracteriza-se pelo clima quente, com temperaturas médias anuais variando entre 24º e 26 ºC.
Na foz do rio Amazonas, no litoral do Pará e no setor ocidental da região, o total pluviométrico anual geralmente excede os 3.000 mm.
De Roraima até o leste do Pará as chuvas ocorrem com menor frequência, ficando em torno de 1.500 a 1.700 mm anuais.
O período chuvoso da região ocorre nos meses de verão/outono, com exceção de Roraima e parte do Amazonas, onde as chuvas ocorrem mais no inverno.

Clima da Região Nordeste

É uma região de caracterização climática complexa. O clima equatorial úmido está presente em uma pequena parte do estado do Maranhão, na divisa com o Pará; o clima litorâneo úmido ocorre no litoral da Bahia ao do Rio Grande do Norte; o clima tropical está presente nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí; e o clima tropical semiárido ocorre em todo o sertão nordestino.
Quanto ao regime térmico, na região nordeste as temperaturas são elevadas, com médias anuais entre 20º e 28 ºC, sendo que já foram registradas máximas em torno de 40 ºC no Piauí e no sul do Maranhão.
Os meses de inverno apresentam mínimas entre 12º e 16 ºC no litoral, e inferiores nos planaltos, sendo que já foi registrado 1 ºC na Chapada da Diamantina. As chuvas são fonte de preocupação na região, variando de 2.000 mm até valores inferiores a 500 mm anuais.
A precipitação média anual é inferior a 1.000 mm. Além disso, no sertão nordestino o período chuvoso normalmente dura apenas dois meses no ano, podendo eventualmente até não existir, causando as secas.

Clima da Região Centro-Oeste

O clima da região é tropical semiúmido, com frequentes chuvas de verão. Nos extremos norte e sul da região, a temperatura média anual é de 22 ºC e nas chapadas varia de 20º a 22 ºC.
Na primavera/verão, são comuns temperaturas elevadas, sendo que a média do mês mais quente varia de 24º a 26 ºC.
A média das máximas do mês mais quente oscila entre 30º e 36 ºC. No inverno, em virtude da invasão polar, é comum a ocorrência de temperaturas mais baixas. No mês mais frio, a temperatura média oscila entre 15º e 24ºC, enquanto a média das mínimas fica entre 8º a 18ºC.
A pluviosidade média é de 2.000 a 3.000 mm anuais ao norte de Mato Grosso, enquanto no Pantanal mato-grossense é de 1.250 mm. Apesar disso, a região centro-oeste é bem provida de chuvas, sendo que mais de 70% do total de chuvas ocorrem de novembro a março, o que torna o inverno bastante seco.

Clima da Região Sudeste

Nesta região, as características climáticas mais fortes são de clima tropical. No litoral, predomina o clima tropical atlântico e, nos planaltos, o tropical de altitude, com geadas ocasionais.
Existe ainda uma grande diversificação no que diz respeito à temperatura. No limite de São Paulo e Paraná, a temperatura média anual situa-se entre 20 ºC, enquanto ao norte de Minas Gerais a média é 24 ºC, e nas áreas mais elevadas das serras do Espinhaço, Mantiqueira e do Mar, a média pode ser inferior a 18 ºC, devido ao efeito conjugado da latitude com a frequência das correntes polares.
No verão, são comuns médias das máximas de 30 a 32 ºC. No inverno, a média das temperaturas mínimas varia de 6º a 20 ºC, com mínimas absolutas de -4 a 8 ºC. Em relação à pluviosidade, a altura anual da precipitação nessas áreas é superior a 1.500 mm, chegando a 2.340 mm no alto do Itatiaia e 3.600 mm na serra do Mar, em São Paulo.
Os menores índices pluviométricos anuais são registrados nos vales dos rios Jequitinhonha e Doce, em torno de 900 mm.

Clima da Região Sul

Com exceção do norte do Paraná, onde predomina o clima tropical, nesta região o clima predominante é o subtropical, responsável pelas temperaturas mais baixas do Brasil.
Na região central do Paraná e no planalto serrano de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, o inverno costuma registrar temperaturas abaixo de zero, com o surgimento de geada e até de neve em alguns municípios.
A temperatura média anual situa-se entre 14 e 22 ºC, sendo que nos locais com altitudes acima de 1.100 m, cai para aproximadamente 10 ºC. A média das máximas mantém-se em torno de 24 a 27 ºC nas superfícies mais elevadas do planalto e, nas áreas mais baixas, entre 30 e 32 ºC. No inverno, a temperatura média oscila entre 10 e 15 ºC na maior parte da região.
A média das máximas também é baixa, em torno de 20 a 24 ºC nos grandes vales e no litoral, e 16 a 20 ºC no planalto. A média das mínimas varia de 6 a 12 ºC, sendo comum o termômetro atingir temperaturas próximas de 0 ºC até índices negativos, devido à invasão das massas polares.
Em relação à pluviosidade, a média anual oscila entre 1.250 e 2.000 mm, exceto no litoral do Paraná e oeste de Santa Catarina, onde os valores são superiores a 2.000 mm, e no norte do Paraná, com valores inferiores a 1.250 mm.

Umidade

Umidade é a presença de vapor d’água que ocorre na atmosfera, proveniente da evapotranspiração que se processa tanto nas superfícies liquidas como nos vegetais.
Medimos a umidade do ar com higrômetros/ higrógrafos.

Higrógrafo utilizado para registrar a umidade relativa do ar

Umidade absoluta

É a quantidade de vapor de água existente na atmosfera num dado momento.

Umidade relativa

É a relação entre a umidade absoluta do ar e o seu ponto de saturação (é o limite pelo qual a atmosfera pode aumentar a quantidade de vapor d’água. Quando este é atingido, dizemos que o ar está saturado; quanto maior a temperatura, maior a quantidade de vapor de água que o ar poderá conter, e, consequentemente, maior será o ponto de saturação). É medida em porcentagem.

A neblina é o efeito mais visível da umidade do ar

Precipitações

As precipitações podem ser superficiais ou atmosféricas não superficiais.
A precipitação superficial ocorre quando a condensação acontece junto da superfície. A precipitação atmosférica não superficial ocorre quando a condensação acontece longe da superfície. O nevoeiro, o orvalho e a geada representam a precipitação superficial. A neve, o granizo e a chuva representam a precipitação não superficial.

Neve

Precipitação de cristais de gelo que tiveram sua origem na cristalização da umidade atmosférica a 0° C ou a temperaturas inferiores a esta. O acúmulo da neve nas regiões frias (polares e altas montanhas) é responsável pela formação das geleiras.

Neve: é um fenômeno metrológico que consiste na queda de cristais de gelo

Granizo

É constituído por gelo. É formado pelas correntes convectivas (movimento vertical do ar), que realizam a condução das gotas de água para as camadas mais elevadas e mais frias, onde se dá o congelamento. Pode provocar sérios danos, principalmente na agricultura.

A formação do granizo ocorre quando fortes correntes de ar carregam minúsculas gotículas de água em altitudes acima do ponto de congelamento no interior das nuvens

Geada

É uma camada de gelo em que o orvalho se transforma quando a temperatura da superfície atinge zero grau.

Geada no Jardim Botânico de Curitiba; o fenômeno é comum na capital mais fria do Brasil

Orvalho

São as gotas de água sobre plantas ou objetos que se condensam na superfície com o resfriamento do ar durante a noite.

Orvalho - precipitação atmosférica em que o vapor de água se condensa e se deposita durante a noite e pela manhã, sob a forma de gotículas muito finas, sobre a vegetação de certos corpos expostos ao ar livre

Precipitações (continuação)

Nevoeiro e neblina

É a suspensão de minúsculas gotículas de água ou cristais e gelo numa camada de ar próxima à superfície da Terra.
Por convenção internacional, usa-se o termo nevoeiro quando a visibilidade horizontal no solo é inferior a 1 km; quando a visibilidade horizontal do solo é superior a 1 km, a suspensão é denominada neblina.
O nevoeiro é uma nuvem com base em contato com o solo. O nevoeiro pode formar-se quando o ar torna-se saturado através do resfriamento radiativo, resfriamento advectivo, resfriamento por expansão (adiabático) ou por adição de vapor d’água.

Nevoeiro em Campinas - SP

Neblina - visibilidade reduzida

Nuvens

A umidade, que é o vapor de água presente na atmosfera, gera diversos fenômenos, os quais somos capazes de ver e reconhecer: as nuvens e as precipitações.
As nuvens se formam através da água que evapora e, assim, esse vapor de água encontra regiões mais frias na atmosfera e se condensa.
Há diversos tipos de nuvens. Através delas podemos identificar as condições atmosféricas de determinada região. Entre os tipos mais comuns estão: cirroscúmulosestratos e nimbos.

Cirros/cirrus

Apresentam um aspecto fibroso, com brilho sedoso, e formado por cristais de gelo que se assemelham a estar convergindo para o horizonte.

Nuvens Cirrus

Cúmulos

São semelhantes a focos de algodão. É formada por grandes gotas de água e granizo. Pode provocar temporais, estando associada a tempestades fortes com raios e trovões, além de chuvas de granizo.

Nuvens Cúmulus

Estratos

Provocam chuviscos e têm a forma de camadas horizontais.

Nuvens estratos

Nimbos

Provocam chuvas e possuem cor escura.

Forma típica de uma nuvem nimbo, com a forma de bigorna em seu topo

Chuva

A chuva é o resultado do contato de uma nuvem saturada de vapor de água com uma camada de ar frio. É a mais comum das precipitações e a mais benéfica para a humanidade e para os demais seres vivos. Podemos classificar a chuva da seguinte forma.

Chuvas de convecção

São frequentes em zonas equatoriais, onde as massas ascendentes se originam de forte aquecimento do ar.
À medida que as mesmas se elevam, entram em contato com zonas de baixa temperatura, determinam forte condensação e intensa precipitação. Também são chamadas de chuvas de verão. Geralmente intensa, rápida, acompanhada de trovões e às vezes de granizo.

Chuvas frontais

Ocorrem em áreas de baixas pressões e estão sempre ligadas ao encontro de massas de ar com características diferentes (quando sobe a massa de temperatura mais alta, há formação de sistemas frontais). É menos intensa e mais duradoura.

Chuvas de relevo

Ocorrem quando a presença de um obstáculo força a ascensão de massas de ar, obrigando-as a atingir camadas mais frias. Também são chamadas de orográficas.
Essas chuvas acontecem normalmente em áreas montanhosas, normalmente nas encostas voltadas para o mar. Ocorrem quando os ventos úmidos se elevam e se resfriam pelo encontro de tal área montanhosa.

Esquema dos tipos de chuva


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