sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Geografia - O Brasil

O Brasil

Regiões brasileiras

As regiões do Brasil são as grandes divisões do território do país, observando as características físicas ou naturais, do relevo, do clima, da vegetação, da hidrografia, assim como das atividades econômicas.
Considerando que o território brasileiro possui dimensões continentais, com 8.515.767.049 km², o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) dividiu o país em cinco grandes regiões.
As regiões brasileiras são:

Mapa das regiões brasileiras
A partir de agora, estudaremos as regiões brasileiras, começando pela Região Norte.

Região Norte do Brasil

A Região Norte ocupa uma área de 3.853.676.948 km², sendo a maior das regiões brasileiras. Faz fronteira com a Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e a Guiana Francesa.
Na Região Norte, localiza-se a Floresta Amazônica, a maior floresta tropical do mundo, o rio Amazonas, o maior rio do mundo em extensão, a Bacia Amazônica, a maior bacia hidrográfica do mundo e o Pico da Neblina, o ponto mais alto do Brasil, com 2.993,78 metros de altitude, situado no Parque Nacional do Pico da Neblina, na serra Imeri, no município de Santa Isabel do Rio Negro, no estado do Amazonas. ​

Localização da região Norte

Imagem da Floresta Amazônica

Estados

Os sete estados que compõem a Região Norte e suas capitais são:
Amazonas (AM) - Manaus
Pará (PA) - Belém
Acre (AC) - Rio Branco
Rondônia (RO) - Porto Velho
Roraima (RR) - Boa Vista
Amapá (AP) - Macapá
Tocantins (TO) - Palmas​

Região Norte do Brasil e seus estados

Clima e vegetação da Região Norte do Brasil

O clima predominante na maior parte da Região Norte do Brasil é o equatorial úmido, apresentando elevadas temperaturas, com médias acima de 25°C, chuvas abundantes durante todo o ano, superiores a 2.000 a 3.000 mm anuais, variando conforme os movimentos das massas de ar.
Em todo estado do Tocantins e no sudeste do Pará, predomina o clima tropical, com duas estações bem definidas, uma chuvosa e uma seca. No noroeste do Pará e leste de Roraima, predomina o clima equatorial semiúmido, com curtos períodos de seca e temperaturas elevadas durante todo o ano.
A vegetação da região norte está intimamente ligada ao clima, ao solo e ao relevo. Além da floresta, que ocupa a maior parte da região, aparecem campos úteis para a criação de gado. A floresta amazônica, que ocupa 40% do território brasileiro, apresenta três degraus de vegetação, tendo como base os níveis de altitude.

Esquema explicativo sobre vegetação na Região Norte do Brasil
  • Mata de terra firme: parte da floresta que se localiza em terrenos mais elevados, que não são atingidos pelas inundações dos rios. Nessa região se encontra o mogno, o cedro, o angelim, a andiroba, o guaraná, o caucho (planta que fornece o látex) e a castanheira, árvore nativa que pode atingir 30 metros de altura.

Mata de terra firme
  • Mata de várzea: parte da floresta sujeita a inundações periódicas. Situa-se entre a mata de terra firme e a do igapó, apresentando grande diversidade de espécies, predominando árvores que fornecem o látex, a maniçoba, a maçaranduba etc.

Mata de Várzea
  • Mata de igapó: parte da floresta que se localiza em terrenos baixos, próximo dos rios, ocupando o solo permanentemente alagado, onde predomina a vitória régia, a piaçava etc.

Mata de Igapó

Relevo da Região Norte do Brasil

Na Região Norte, prevalecem três áreas de relevo:
  • Planície Amazônica, que acompanha a grande bacia fluvial, com altitudes que variam de 100 a 200 metros acima do nível do mar.

Planície Amazônica
  • Região de planaltos, entre 200 a 800 metros de altitude, em áreas de chapadas e serras, entre elas a serra dos Carajás, serra Pelada, serra de Tumucumaque, a serra do Acarai e a serra do Cachimbo no estado do Pará; a serra Dourada, a chapada das Mangabeiras, no Tocantins e a chapada dos Parecis em Rondônia.

Serra do Cachimbo – região de planaltos
  • Regiões de maiores altitudes, acima de 800 metros, entre elas a serra do Parima e do Pacaraima, no estado de Roraima, na fronteira com a Venezuela e a serra do Imeri, no estado do Amazonas, onde se localiza o Pico da Neblina e o pico 31 de maio.

Serra do Imeri - Regiões de maiores altitudes

Hidrografia da Região Norte do Brasil

Na Região Norte do Brasil, há duas grandes bacias, a Bacia Amazônica e a Bacia do Tocantins.
A Bacia Amazônica, maior do mundo, é formada pelo rio Amazonas e seus mais de mil afluentes. Com 3.869,953 km de extensão, em território brasileiro, possui 22.000 km de rios navegáveis.

Bacia Amazônica
A Bacia do Tocantins, a maior bacia hidrográfica totalmente brasileira, é formada pelo rio Tocantins e seus afluentes. O rio Tocantins nasce no estado de Goiás, atravessa os estados de Tocantins, do Maranhão e do Pará, até desaguar no Golfo Amazônico, próximo à cidade de Belém. Na época das cheias, apresenta grande parte de seus rios navegáveis.
A hidrelétrica de Tucuruí, localizada no estado do Pará, é a maior usina hidrelétrica totalmente brasileira.

Bacia Tocantins

Ocupação da Região Norte do Brasil

A ocupação da Região Norte, iniciada ao longo dos rios, concentrou o povoamento nas margens.
A partir da década de 1960, a construção de rodovias, como a Belém-Brasília, a Transamazônica, a Cuiabá-Santarém e a Marechal Rondon, facilitou a interiorização.
A distribuição de terras para assentamento rural atraiu migrantes, que ocuparam as margens das estradas, dando início à aceleração do processo de desmatamento. 

BR-230 Rodovia Transamazônica - terceira maior rodovia do Brasil, com 4 223 km de comprimento, ligando a cidade de Cabedelo, na Paraíba, à Lábrea, no Amazonas, cortando sete estados brasileiros: Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas.
Nos anos 1980, o governo ofereceu incentivos fiscais para grandes projetos agropecuários, que devastaram extensas áreas para formação de pastagens. O manejo incorreto do solo, a ocupação indiscriminada e a poluição química dos garimpos ainda provocaram grande dano ambiental.

Imagem ilustrando os projetos agropecuários - Pará
Nesta região, também ocorrem graves conflitos de terra entre produtores rurais, pressão por desmatamento e indígenas, causando inúmeras mortes na região.

Aproximadamente 60% dos envolvidos em conflitos são indígenas, quilombolas e posseiros.

Economia da Região Norte do Brasil

A economia da Região Norte baseia-se no extrativismo vegetal (látex, açaí, madeiras, castanha) e mineral (garimpos de ouro, diamantes, cassiterita, estanho), além da exploração de minérios em grande escala, como na Serra dos Carajás, PA (ferro) e Serra do Navio, AP (manganês).

Extração do látex
O maior problema para o desenvolvimento é a falta de infraestrutura energética: a única usina é Tucuruí, no rio Tocantins (PA), leste da região. As demais usinas são pequenas - como Balbina, no rio Uatumã (AM), e Samuel, no rio Madeira (RO) - e atendem parcialmente à parte oeste da região. O abastecimento depende de geradores movidos a óleo diesel, combustível de alto custo.

Usina hidrelétrica de Tucuruí
Na época das cheias, só alguns trechos das estradas são trafegáveis, e há apenas duas ferrovias, ambas para escoar minérios: a Estrada de Ferro Carajás, de Marabá (PA) a São Luís (MA), leva o ferro de Carajás para os portos de Itaqui e Ponta da Madeira, e a Estrada de Ferro do Amapá transporta o manganês extraído na Serra do navio até o porto de Santana, em Macapá (AP).

Estrada de Ferro Carajás

Trem de passageiros da Estrada de Ferro Carajás
Para estimular o crescimento da região, foram construídos os portos de Belém e Manaus, além de outros em cidades menores; o Acre foi comprado em negociações com a Bolívia; foram instaladas pequenas indústrias de bens de consumo; as cidades de Manaus e Belém se modernizaram, com a construção de teatros, bibliotecas públicas, palacetes, jardins públicos, energia elétrica, serviço de bonde, etc.
A primeira reserva extrativista de seringueiros e castanheiros foi criada em 1990, em Xapuri, no estado do Acre, após o assassinato, em 1988, do seringueiro e líder sindical Chico Mendes. A cidade de Marabá, no Pará, é o maior centro exportador de castanha-do-pará. A Brazil nut (nome da castanha no mercado internacional) é exportada para os Estados Unidos, Japão e países da Europa.
A região norte possui imensos recursos minerais. A cassiterita (da qual se extrai o alumínio) é explorada desde 1958 em Rondônia. A bacia do rio Negro e Solimões é rica em petróleo e gás natural, com destaque para a província petrolífera de Urucu, a 650 quilômetros de Manaus. O complexo de produção se estende por mais de 70 poços.

Província Petrolífera de Urucu
A região norte do Brasil era pouco industrializada, até meados de 1960, quando a cidade de Manaus recebeu incentivos fiscais para a instalação de indústrias. O Distrito Industrial foi planejado e recebeu várias empresas nacionais e estrangeiras, principalmente de origem japonesa (Sanyo, Sony, Toshiba, Yamaha, Honda, etc), além de empresas norte-americanas, alemãs, francesas e outras, principalmente do setor de eletroeletrônicos, que se beneficiaram com as facilidades de importação de peças e componentes.
Com a criação da Zona Franca de Manaus / Polo Industrial de Manaus, outros setores da economia local e regional foram beneficiados, como o comércio, a prestação de serviços em geral, transportes urbanos, além do setor de turismo e hotelaria. Nos últimos anos, o pólo recebeu um novo impulso com os incentivos fiscais para a implantação da tecnologia de TV digital no Brasil.

Vista aérea do Polo Industrial de Manaus
A Zona Franca de Manaus / Polo Industrial de Manaus é administrada e fiscalizada pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA). Para que novas empresas possam se instalar no polo, é necessário apresentar projeto ao órgão.

Imagem da Sede da SUFRAMA em Manaus
A principal crítica ao polo e à zona franca é que sua localização, carente de infraestrutura logística e de transporte, acaba anulando os efeitos das isenções fiscais, aumentando o preço dos produtos lá produzidos, diminuindo assim sua competitividade.

Região Nordeste do Brasil

A Região Nordeste possui uma área de 1.554.291.607 km², o equivalente a 18,27% do território brasileiro.
Possuía grande extensão de Mata Atlântica e foi a primeira a ser explorada economicamente pelo colonizador português, que plantava, além de outras culturas, a cana-de-açúcar e o cacau, o que contribuiu para o desmatamento da região.

Canavial na Região Nordeste
A Região Nordeste é formada por nove estados litorâneos, incluindo a Reserva Biológica do Atol das Rocas, que pertence ao estado do Rio Grande do Norte, e o arquipélago de Fernando de Noronha, paraíso ecológico e turístico que pertence ao estado de Pernambuco. Possui a maior costa litorânea do país. A cidade de Teresina, capital do Piauí, é a única capital da região que não está situada no litoral.

Localização da Região Nordeste

Estados

Os nove estados da Região Nordeste e suas capitais são:
As cidades históricas da Região Nordeste, com seus monumentos e edifícios que remontam da época colonial, favorecem o turismo. São Luís é a única cidade brasileira fundada pelos franceses, foi dominada pelos holandeses, mas tem prédios com características portuguesas. João Pessoa foi considerada a segunda cidade mais arborizada do mundo. Recife guarda particularidades por ter sido a sede do governo holandês no Brasil, e da colonização portuguesa. Salvador, com suas construções coloniais, é destacada como o centro da cultura africana no Brasil.

Festa do Senhor do Bonfim, em Salvador: festa popular, onde se misturam as heranças culturais dos escravos trazidos para o Brasil e as tradições religiosas dos colonizadores portugueses.
O nordeste se destaca também pelo rico artesanato, pelas festas folclóricas, pela comida típica, etc. A Região Nordeste é constituída por extenso planalto, antigo e aplainado pela erosão, formando as chapadas sedimentares de Diamantina, Araripe e Ibiapaba, e outros planaltos cristalinos das serras da Borborema e Baturité.

Visão panorâmica da Chapada da Diamantina

Região Nordeste do Brasil (continuação)

A diversidade das características físicas, que condicionam a ocupação e a economia da Região Nordeste, a subdivide em quatro sub-regiões:
  • Meio-Norte
  • Sertão
  • Agreste
  • Zona da Mata
Acompanhe no mapa a localização e logo a seguir as informações sobre cada uma delas.

Mapa das sub-regiões nordestinas: 
1
 Meio-Norte, 2 Sertão, 3 Agreste, 4 Zona da Mata

Zona da Mata

Faixa litorânea de até 200 km de largura, do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia, com clima tropical úmido, chuvas concentradas no outono e inverno, exceto no sul da Bahia, onde se distribuem ao logo do ano. O solo, escuro e fértil, é o massapé, formado por gnaisses e calcários. A vegetação natural, praticamente extinta, é a Mata Atlântica, substituída pela cana-de-açúcar no início da colonização. Metrópoles regionais: Salvador e Recife.

Mata Atlântica em Olinda, Pernambuco

Agreste

Área de transição entre a úmida Zona da Mata (brejos) e o Sertão semiárido. Os terrenos mais férteis são ocupados por minifúndios, com culturas de subsistência e pecuária leiteira. 

Agreste

Sertão

Na maior parte das depressões interplanálticas semiáridas do interior, chega até o litoral no Rio Grande do Norte e Ceará. Metrópole regional: Fortaleza, de maior crescimento no Nordeste.

Cidade de Fortaleza - Ceará
O clima é semiárido, as chuvas escassas e mal distribuídas. Os solos rasos e pedregosos dificultam a agricultura.

Solo característico do sertão nordestino
A vegetação típica é a caatinga. Nas partes mais úmidas, há bosques de palmeiras, especialmente a carnaubeira (a "árvore da providência", pois todas as suas partes são aproveitadas).

Carnaúba, a "árvore da providência"
O maior rio é o São Francisco, única fonte perene de água para as populações ribeirinhas, com várias usinas, como a da represa de Sobradinho, em Juazeiro (BA), e a hidrelétrica de Paulo Afonso.

Rio São Francisco, na Bahia
A economia baseia-se em latifúndios de baixa produtividade, com pecuária extensiva e culturas de algodão seridó. Apresentando más condições de vida, é a região de onde sai o maior número de migrantes.

Algodão seridó – cultura de algodão em Seridó (região que compreende os estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba de acordo com classificação do IBGE).

Meio-Norte

Região de transição entre o sertão semiárido e a região amazônica, com clima mais úmido e vegetação exuberante à medida que avança para oeste. Seu principal rio é o Parnaíba, na divisa entre Maranhão e Piauí, represado pela hidrelétrica de Boa Esperança.

Hidrelétrica de Boa Esperança
A vegetação natural é a Mata dos Cocais, com a palmeira babaçu para extração de óleo para utilização em cosméticos, sabões, margarinas, lubrificantes.

Palmeira babaçu
A economia é agrícola, com plantações de milho e arroz nos vales úmidos do Maranhão. A industrialização só começou nos anos 1980, com a instalação da Alumar e da Usimar, extensão dos projetos minerais na Amazônia e construção dos portos de Itaqui e Ponta do Madeira, em São Luís (MA), que exportam o minério de ferro de Carajás.

Cultivo do milho no Maranhão

Economia da Região Nordeste do Brasil

A economia da Região Nordeste do Brasil baseia-se na agroindústria do açúcar e do cacau, praticada em grandes latifúndios, extrativismo vegetal e mineral, na indústria e comércio, nas atividades turísticas, entre outras.
No litoral e na plataforma continental, há exploração de petróleo, que é processado na refinaria Landulfo Alves (Landulpho Alves), em Salvador, e no polo petroquímico de Camaçari (BA).
A Região Nordeste possui a terceira maior economia do país, atrás das regiões sudeste e sul, respectivamente. É na Região Nordeste que vive mais de um quarto da população brasileira.

Refinaria Landulfo Alves

Agricultura

Na Região Nordeste se desenvolve a agricultura da cana-de-açúcar, para a produção de açúcar e etanol, na Zona da Mata, região que se estende numa faixa litorânea, que vai do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia, com destaque para os estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba. A região já foi a mais importante área produtora de cana-de-açúcar do mundo e a principal região econômica do Brasil nos séculos XVI e parte do século XVII.
A cultura do milho, feijão, café, mandioca, coco, castanha de caju, banana, sisal e algave predomina em diversos estados. No Meio Norte (Nordeste Ocidental), onde estão os estados do Maranhão e Piauí, é cortado por vários rios, ao longo dos quais se formam grandes planícies fluviais, aproveitadas principalmente para a cultura do arroz.

Plantação de algave (espécie de sisal)
Com a correção do solo do cerrado no sul do Maranhão e sudeste do Piauí, se desenvolve a cultura da soja. A Bahia é o segundo produtor nacional de laranja e algodão do país. Destaca-se também na produção de soja. A cultura do algodão é também desenvolvida no Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e na Paraíba, que produz um algodão naturalmente colorido.

Algodão naturalmente colorido, considerado a fibra têxtil mais inovadora do país,
objeto de diversos estudos acadêmicos e da admiração de estilistas.
A fruticultura irrigada, beneficiada pelo clima tropical, é desenvolvida no Vale do Rio Açu, no Rio Grande do Norte, com grande produção de melão, melancia, etc. No Vale Médio do rio São Francisco, no Sertão, principalmente nas cidades de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), são produzidas uva, manga, melão, abacaxi, mamão, entre outras frutas, que são vendidas para o mercado interno e exportadas, através do aeroporto internacional de Petrolina, para diversos países.

Frutas produzidas nos perímetros irrigados dos Vales do São Francisco e do Parnaíba

Extrativismo vegetal e mineral

Além dos já citados destaques na extração/produção de petróleo, gás natural e babaçu, a Região Nordeste também se destaca:
  • Na extração de sal marinho: o Rio Grande do Norte produz 95% do sal marinho consumido no Brasil.

Indústria de sal marinho
  • Produção de gesso: o Pernambuco é responsável por 95% do total do gesso brasileiro.

O Estado do Pernambuco produz anualmente 2,5 milhões de toneladas de gesso
O nordeste possui também jazidas de granito, pedras preciosas e semipreciosas. A mina de Itataia, em Santa Quitéria, no Ceará, possui uma das maiores reservas de urânio do mundo.

Acesso a mina de Itataia, no Ceará (reservas de urânio do Brasil)

Economia da Região Nordeste do Brasil (continuação)

Indústria

A Região Nordeste vive um franco processo de industrialização. O Complexo Industrial Portuário de Suape, localizado na cidade de Ipojuca, em Pernambuco, a 40 km ao sul da cidade do Recife, é um dos principais polos de investimentos do país.
São mais de 120 empresas instaladas, entre elas a Refinaria Abreu e Lima, o Estaleiro Atlântico Sul, a Petrobras Distribuidora S/A, a Shell do Brasil S/A, a Arcor do Brasil Ltda, a Bunge Alimentos, entre outras.

Complexo Industrial Portuário de Suape
Em Pernambuco, localizado na Mata Norte do estado, há um Polo Automotivo.

Polo Automotivo Fiat Chrysler, em Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco
O Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, tem mais de 90 empresas químicas e petroquímicas instaladas. Fortaleza constitui um centro industrial nos setores têxtil, alimentar, de calçados e de confecção de roupas. Ao redor do Recife, na Região Metropolitana, estão instaladas indústrias mecânicas, de papel, de produtos alimentícios, de cimento, têxtil, de material elétrico e outras.
A Rota do Vinho, no Vale do Rio São Francisco, com sete vinícolas instaladas nas cidades de Petrolina, Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande, todas em Pernambuco e Juazeiro, na Bahia, concentra um polo industrial e turístico, com toda a infraestrutura para os visitantes.

Rota do Vinho, no Vale do Rio São Francisco - parreiras junto ao sertão de Pernambuco

Economia da Região Nordeste do Brasil (continuação)

Turismo

A atividade turística do nordeste é um fator importante para a economia da região.
A região concentra grandes áreas repletas de belezas naturais, como o extenso litoral, com praias de águas quentes e cristalinas que estão entre as mais bonitas do país, o arquipélago de Fernando de Noronha (PE), um paraíso ecológico, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, os Canyons do São Francisco, entre outros.

Fernando de Noronha

Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses - Maranhão

Canyons do São Francisco - Alagoas
Na Região Nordeste estão localizadas cidades históricas, patrimônios da humanidade, como os centros históricos de Olinda (PE), São Luís (MA) e Salvador (BA).
A cidade de João Pessoa guarda construções barrocas do século XVI. O centro histórico do Recife concentra um grande número de construções históricas. O teatro de Nova Jerusalém (PE), o maior teatro ao ar livre do mundo, já levou para a região mais de três milhões de pessoas.

Centro Histórico de Olinda - Pernambuco – Brasil

Palco central - Teatro de Nova Jerusalém (PE)

Região Centro-Oeste do Brasil

A Região Centro-Oeste do Brasil possui uma área de 1.606.399.509 km², que corresponde a 18,86% do território nacional.
Apesar de ser a segunda maior região do país em extensão territorial, é a segunda menos populosa.
Entre as cinco regiões do Brasil, esta é a única não banhada pelo mar.

Localização geográfica da Região Centro-Oeste
A Região Centro-Oeste faz fronteira com dois países sul americanos: Bolívia e Paraguai.

Localização geográfica da Região Centro-Oeste e fronteiras com outros países
Sua posição central é a única que permite ligação de fronteira com todas as outras regiões brasileiras. Abriga a capital do país, Brasília, centro das decisões políticas. Possui a maior planície úmida do mundo, o pantanal mato-grossense.

Pantanal mato-grossense

Estados

Os três estados da Região Centro-Oeste e suas capitais são:
e o Distrito Federal (DF) - Brasília.

História da Região Centro-Oeste do Brasil

Durante os séculos XVI, XVII e XVIII, com o objetivo de descobrir ouro e pedras preciosas, os bandeirantes, partindo da vila de São Paulo, deram início à ocupação da Região Centro-Oeste, que antes era uma área praticamente esquecida pelos colonizadores.
As cidades de Cuiabá, Rosário do Oeste, Diamantino e Paconé no Mato Grosso, e Goiás, Luziânia, Rio Verde e Jaraguá no estado de Goiás, surgiram com a mineração.

Pontos históricos no centro de Cuiabá: Praça 15 de Novembro, Museu Histórico do Mato Grosso, Palácio da Instrução e Catedral
Fortificações militares deram origem à cidade de Corumbá no Mato Grosso do Sul e Cárceres no estado de Mato Grosso.

Forte de Corumbá, às margens do rio Paraguai
Em 1890, o militar Marechal Cândido Rondon, nascido em Mato Grosso, de origem indígena, comandou a construção de uma linha telegráfica entre Cuiabá e a região do Rio Araguaia, que posteriormente foi estendida até Goiás.
Em 1914, foi inaugurada a Ferrovia Novoeste, que saindo de Bauru (SP) chega até Corumbá no Mato Grosso do Sul.
 
Mapa da linha férrea Ferrovia Novoeste, ligando São Paulo a Corumbá
Goiânia, a capital de Goiás, projetada e construída para abrigar uma população de 50 mil pessoas, foi fundada no ano de 1937. Para estimular o crescimento da Região Centro-Oeste, em 1940, o governo federal criou duas áreas de colonização: a Colônia Dourados, ao sul de Campo Grande, e a Colônia de Goiás, ao norte de Goiânia.

Registro fotográfico dos primeiros colonos em Dourados
A inauguração de Brasília, a capital do país, no ano de 1960, pelo presidente Juscelino Kubitschek, atraiu para a região migrantes de todo o Brasil.

Registro fotográfico da inauguração de Brasília/DF

Relevo da Região Centro-Oeste do Brasil

O relevo desta região se caracteriza pela predominância do extenso Planalto Central, chegando a atingir altitudes superiores a 1000 metros.
Compreende todo o estado de Goiás e o Distrito Federal, recebendo o nome local de Planalto Goiano, seguindo para o oeste até a planície do Araguaia e ao sul até o Planalto Sedimentar da Bacia do Rio Paraná.
É formado por terrenos antigos e fortemente aplainados pela erosão, que deu origem a grandes chapadas, como a dos Parecis, dos Guimarães e dos Veadeiros.

Chapada dos Veadeiros (GO)
A parte oeste do Mato Grosso do Sul e sudeste do Mato Grosso é ocupada pela depressão do pantanal Mato-Grossense, cortada pelo rio Paraguai, cujas cheias inundam a depressão. O Planalto Meridional se estende nos estados de Mato Grosso do Sul e Goiás, apresentando um solo fértil formado pela terra roxa.

Relevo do Centro-Oeste brasileiro

Região Centro-Oeste do Brasil (continuação)

Clima

O clima na Região Centro-Oeste é o tropical semiúmido, com a presença de duas estações bem definidas: um verão úmido, com chuvas entre os meses de março a outubro, e um clima seco durante o inverno, entre os meses de abril a setembro, as temperaturas variam em torno de 25° e 19° graus.
Em Brasília e cidades vizinhas, o clima seco faz a umidade do ar cair para 12% nos meses de agosto. Nas regiões mais elevadas do Planalto Central predomina o clima tropical de altitude, onde nos meses mais frios pode ocorrer a precipitação de geada.

Vegetação

A vegetação é de cerrado, nos planaltos, e complexa, no Pantanal. A vegetação de cerrado é composta de árvores tortuosas, entre as quais nascem gramíneas apropriadas para o pasto do gado.

Vegetação de cerrado
O cerrado possui espécies típicas como o ipê, o pau serra, a lixeira e o pequi, cujo fruto é muito consumido na região.

Pequi - Árvore característica da Região Centro-Oeste
A constante exploração das formações vegetais, principalmente para fabricação de carvão vegetal, usado nas indústrias da região e parte do sudeste, devastou grande parte do cerrado. A Região Centro-Oeste ainda mantém preservada grande área de floresta amazônica, no norte de Mato Grosso.
O Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense, criado em 1981, tem 95% de seus 1.350 km² em áreas alagáveis. Localizado no chamado Complexo do Pantanal, o parque abriga paisagens de campos e florestas.

Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense
Outros parques da região: Chapada dos Guimarães em Mato Grosso, Chapada dos Veadeiros e Emas em Goiás, e Serra da Bodoquena em Mato Grosso do Sul.

Serra da Bodoquena (Mato Grosso do Sul)

Hidrografia da Região Centro-Oeste do Brasil

A Região Centro-Oeste é banhada por vários rios que fazem parte da Bacia Amazônica, da Bacia do Paraná e da Bacia do Rio Paraguai.
Os rios Jurema, Arinos e o Xingu banham o norte do Estado de Mato Grosso, vindos da Bacia Amazônica.

Principais rios que banham a Região Centro-Oeste
Os rios que formam a bacia hidrográfica do Paraná são os rios Paraná e o Parnaíba. São rios de planalto que se apresentam com grandes quedas d'água. Para tornar o rio navegável, foram construídas eclusas junto às barragens das hidrelétricas de Barra Bonita, Jupiá, Três Irmãos e outras.

Funcionamento de uma eclusa

Enchimento da eclusa de Barra Bonita (SP)

Visão aérea da eclusa de Barra Bonita (SP) represando as águas da bacia do rio Paraná
As regiões de planície do Pantanal são drenadas pelo rio Paraguai, que tem a maior bacia hidrográfica da Região Centro-Oeste. O rio Paraguai, junto com os afluentes, o Miranda, Taquari, Cuiabá e Aquidauana, que ocupam a região do pantanal, nos períodos chuvosos transbordam e ocupam vários quilômetros de suas margens.

Bacia hidrográfica do Paraná com a localização do rio Paraguai. O rio Paraguai é um rio da América do Sul que banha quatro países. Nasce na Chapada dos Parecis, no estado brasileiro de Mato Grosso e banha também o estado de Mato Grosso do Sul, sendo afluente do rio Paraná. O rio faz parte da fronteira Brasil-Paraguai e da fronteira Argentina-Paraguai.

Economia da Região Centro-Oeste do Brasil

Baseada inicialmente nos garimpos de ouro e diamantes, foi substituída pela pecuária extensiva, praticada em grandes latifúndios.
Com a construção de grandes rodovias ligando o centro-oeste às demais regiões do país e com a navegabilidade dos rios, a região passou a fornecer produtos para abastecer as indústrias, principalmente do sudeste do país e também para exportação.
Na Região Centro-Oeste, a agricultura comercial é praticada em larga escala, onde se destacam o milho, arroz, feijão, café, algodão, o trigo e a soja, que é um dos principais produtos da região.

Colheita de trigo, destaque na produção da Região Centro-Oeste
Na pecuária, destaca-se a criação de gado, de corte e de leite, a criação de equinos e suínos.

A criação de gado é principal atividade da Região Centro-Oeste
O Distrito Agroindustrial de Anápolis, em Goiás, o maior do estado, por oferecer total infraestrutura, atraiu vários investimentos para a região. Estão instaladas indústrias farmacêuticas de pequeno e grande porte, indústria de fertilizantes, madeireiras, indústria automobilística e de maquinário agrícola, entre outras.

Distrito Agroindustrial de Anápolis (Goiás)
No Maciço do Urucum, nas proximidades de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, destaca-se a atividade mineradora de ferro e do minério de manganês, uma das maiores do mundo.

Foto panorâmica do Maciço do Urucum - ponto mais alto do Mato Grosso do Sul

Atividade mineradora (ferro e manganês) no Maciço do Urucum - Mato Grosso do Sul

Região Sudeste do Brasil

A Região Sudeste do Brasil corresponde a 10,85% do território nacional.
É a região mais populosa e economicamente mais desenvolvida do país, com grande concentração industrial, financeira e comercial.
Veja a seguir a localização da região no Brasil e os estados que a compõem.

Localização geográfica da Região Sudeste

Estados

Os estados do sudeste do Brasil são quatro:

Relevo

O relevo da Região Sudeste apresenta contrastes entre as superfícies elevadas, que variam de 500 a 1200m, destacando-se as serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço, a Serra Geral e as amplas baixadas litorâneas do Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Destaque para o relevo do Rio de Janeiro, com serra e baixadas litorâneas

Clima e vegetação

O clima predominante no litoral é o tropical atlântico e nos planaltos o clima é o tropical de altitude, com temperaturas apresentando grandes variações. A vegetação de mata atlântica e cerrado foi devastada ao longo do tempo pela urbanização, com a extração da madeira, desenvolvimento das culturas de laranja, cana-de-açúcar e soja.

Vegetação de mata atlântica ainda presente na Região Sudeste

História e economia da Região Sudeste

Com o declínio da cana-de-açúcar no nordeste e com a descoberta de ouro e pedras preciosas na região de Minas Gerais, no fim do século XVII, na década de 1690, ocorreu uma forte migração para a Região Sudeste.

Ciclo da mineração

Os colonizadores, que antes se concentravam no litoral, partiram para o interior, constituindo núcleos urbanos, que se desenvolveram em torno das áreas da mineração, que depois se transformaram em cidades. Entre elas, destacam-se Ouro Preto, São João del Rei, Mariana e Sabará, todas em Minas Gerais.

Cidade de Ouro Preto (MG)

São João del Rei (MG)
A capital Salvador foi transferida para o Rio de Janeiro, por se localizar próxima da mineração. Por volta de 1760, com a decadência do "ciclo do ouro" em razão dos elevados impostos pagos ao colonizador, da falta de técnicas para minas profundas e com o esgotamento das jazidas minerais, a população migrou para os atuais estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Cena do filme "Viramundo" de 1965, retratando a migração para São Paulo

Ciclo do Café

Buscando outras atividades lucrativas e com solo propício, a cafeicultura foi a solução do problema, tendo rápido desenvolvimento. O sucesso do café na Região Sudeste foi tanto que se tornou necessário buscar mão de obra no exterior, principalmente na Itália.

Porto de Santos (SP) durante o ciclo do café, na década de 1840
Ferrovias e rodovias foram construídas para escoar os produtos das fazendas de café e de outras agriculturas. Muitas cidades surgiram ao redor dessa região. A crise na economia mundial em 1920 reduziu a exportação do café para os Estados Unidos e para Europa. Com a segunda guerra mundial, veio a falta de produtos e a necessidade de fabricá-los.

História e economia da Região Sudeste (continuação)

Industrialização

Com número elevado de mão de obra e dinheiro em caixa, devido ao lucro da cafeicultura, a Região Sudeste logo se tornou a área mais industrializada e de maior concentração de população do país.

Centro de São Paulo (vista aérea) - maior concentração de população do país

Região Sudeste - a mais industrializada do país
A construção da Rodovia Anchieta e a existência da Estrada de Ferro Santos - Jundiaí, que já em 1938 ligava São Paulo ao Porto de Santos, agilizou as importações e exportações.

Rodovia Anchieta, inaugurada em 1947

Rodovia Anchieta, dias atuais
Atualmente, o Porto de Santos é o maior porto do país.

Imagem aérea do Porto de Santos
Ao longo dessas importantes vias, surgiu o chamado o ABCD paulista. A sigla vem das quatro cidades que originalmente formavam a região, sendo: Santo André (A), São Bernardo do Campo (B),  São Caetano do Sul (C)  e Diadema (D). Atualmente é chamado de Região do Grande ABC.

Mapa dos municípios da Região do Grande ABC
As indústrias instaladas nas três maiores cidades do país, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, são bastante diversificadas. Como em várias outras cidades da Região Sudeste, fabricam alimentos, aviões, equipamentos elétricos, eletrônicos, navios, automóveis, etc.

 Indústrias automobilísticas na Região Sudeste do Brasil
http://www.brasilescola.com/upload/e/a%20economia%20do%20espirito%20santo.jpg
O Estado do Espírito Santo é o segundo maior produtor nacional de petróleo

Região Sul do Brasil

A Região Sul do Brasil possui uma área de 576.774.310 km², o que corresponde a 6,76% do território nacional. É a menor das regiões brasileiras.
É a única das regiões que está fora da zona intertropical. A Região Sul faz fronteira com o Uruguai, Argentina e Paraguai.

Mapa do Rio Grande do Sul e fronteira com outros países
O povoamento da Região Sul foi marcado pela presença de imigrantes europeus, entre eles italianos, alemães, poloneses e ucranianos, que deixaram marcas de suas culturas, notadamente na arquitetura, na culinária e nas danças da região.

Imigrantes italianos na região de Caxias do Sul (serra gaúcha) em 1911

Estados

Os três estados da Região Sul e suas capitais são:

Mapa da Região Sul do Brasil
A indústria do vinho possui uma importante fonte de renda para a região da serra gaúcha.

Vinhedos na serra gaúcha
Gramado e Canela, na Serra Gaúcha, com baixas temperaturas, são grandes centros turísticos.

Gramado (RS) e o frio intenso da serra gaúcha
A Região Sul concentra uma área industrial importante, que se estende de Curitiba até Blumenau em Santa Catarina, e outra área que se prolonga de Porto Alegre para o norte, tendo como centro a cidade de Caxias do Sul.

Indústrias na Região Sul (Paraná)

Indústria têxtil na Região Sul
O estado de Santa Catarina é o maior produtor nacional de ostras e mexilhões cultivados em grandes parques aquícolas (espaço físico contínuo em meio aquático, delimitado).

Parque aquícola em Santa Catarina
As Cataratas do Iguaçu, formadas pelo rio do mesmo nome, com 275 quedas d'água, localizada no Parque Nacional do Iguaçu, no estado do Paraná, é considerada Patrimônio Natural da Humanidade.

Cataratas do Iguaçu, fronteira Brasil - Argentina

Panorama aéreo das cataratas do Iguaçu, fronteira Brasil - Argentina
A Ferrovia Curitiba - Paranaguá, localizada na Serra do Mar, construída em 1808 numa área de mata atlântica, é um dos mais importantes percursos turísticos da região.

Ferrovia Curitiba – Paranaguá

Ferrovia Curitiba - Paranaguá começou a ser construída em 1880. A passagem por esse trecho provoca a sensação de estar voando, pois o abismo é bem alto (Curitiba 900 metros ao nível do mar).

História da Região Sul do Brasil

Até meados do século XVIII, povoavam o território da atual Região Sul os portugueses e os luso-brasileiros.
Foi por volta de 1750, com as missões jesuítas, que começaram a se formar as cidades de São Borja, Santo Ângelo, São Miguel das Missões e São Nicolau, São Luís do Gonzaga, entre outras.

São Miguel das Missões (RS)
A necessidade de abastecimento de couro e carne para a região das Minas Gerais incentivou o deslocamento de paulistas em busca do gado selvagem que vivia solto nos estados do sul.
No início do século XIX, as áreas campestres da atual Região Sul estavam ocupadas por criadores de gado, migrantes de origem paulista e imigrantes açorianos (das ilhas de Açores, a oeste de Portugal) que, atraídos pela concessão de terras, entraram nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Arquitetura típica açoriana (Florianópolis - SC)

Arquitetura típica açoriana em um dos primeiros povoados açorianos no Rio Grande do Sul - Santo Amaro (RS)

Relevo e clima da Região Sul do Brasil

O clima na Região Sul é subtropical, exceto no norte do Paraná (tropical), caracterizando-se pela diversidade de temperaturas - mais baixas com a presença de neve, nos planaltos, e mais elevadas, nos Pampas e litoral.
O relevo da Região Sul é dividido em três partes:

Planície platina ou pampa

Formada por terrenos sedimentares e ondulados (coxilhas), no interior, e lagoas e restingas, no litoral.

Planície Platina ou Pampa

Planalto atlântico

Terrenos cristalinos próximos ao litoral, que se estendem do Paraná ao norte do Rio Grande do Sul.

Parque dos Aparados da Serra (RS), planalto atlântico

Planalto meridional

De formação vulcânica com rochas basálticas, situa-se no interior. Subdivide-se em depressão periférica (estreita faixa de arenitos a oeste do Planalto Atlântico) e planalto arenito-basáltico, que se estende até o rio Paraná, formando degraus cujas bordas são as chamadas cuestas.

Planalto Meridional

Relevo da Região Sul
O relevo da Região Sul apresenta áreas de serra, destacando-se a Serra do Mar, Central e Serra do Sudeste.

Paraty - Parque Estadual da Serra do Mar

Vegetação da Região Sul do Brasil

A vegetação da região Sul é variada, com matas de araucária (pinhais) nos planaltos, e os campos nos pampas.
A mata dos pinhais ou de araucária cobria vastas áreas da região sudeste e era formada também por outras espécies como imbuia, cedro, canela, gameleira, angico, tamboril etc.
Com o desmatamento para construção de casas, fabricação de móveis e para dar lugar à prática da agricultura, o pouco que sobrou foi transformado em áreas de preservação ambiental.

Mata dos pinhais
A mata atlântica, com grande cobertura vegetal primitiva, cobre grande parte da Serra do Mar, que se estende na região. Nela, encontram-se espécies como a figueira, canela, pinho-bravo, embaúba, pau-óleo, ipê amarelo, ipê da serra, carvalho etc., que é um importante bioma local.

Mata atlântica
A região é ocupada também por uma grande extensão de campos. Os campos dos planaltos, que vão do Paraná até o norte do Rio Grande do sul, e os campos da Campanha Gaúcha ou Pampa, que aparecem com uma camada de erva rasteira.

Campos dos planaltos do Paraná

Campanha gaúcha, Caçapava do Sul/RS
O solo de trechos da Campanha Gaúcha, que vem sendo utilizado para criação de gado desde o século XVIII, sofre com a erosão e a degradação, especificamente no município de Alegrete, com 200 hectares degradados, formando hoje o Areal de São João, considerado o maior da região, além de outros areais que se formam nos municípios de São Francisco de Assis, Cacequi, Itaqui, e Quarai.

Localização de Alegrete

Areal de Alegrete/RS
Na região do litoral se destacam a vegetação de mangues, praias e restingas.

A restinga faz parte da vegetação da Região Sul (vegetação do litoral de SC)

Economia da Região Sul do Brasil

Pecuária

Na Região Sul, a pecuária é desenvolvida de forma extensiva e intensiva, com técnicas modernas, ocupando um importante papel para a economia da região.
A criação de gado bovino de corte tem como objetivo abastecer o mercado interno e à exportação. É desenvolvida em grande escala a produção de gado leiteiro, um dos melhores rebanhos do Brasil, beneficiando as indústrias de laticínios.

Criação de gado na Região Sul
A região é uma das maiores produtoras e exportadoras de suínos e também frangos, com destaque para a cidade de Chapecó, em Santa Catarina, município considerado a capital da agroindústria, onde estão localizadas grandes unidades industriais processadoras e exportadoras de carne de suínos e aves.

Região sul representa aproximadamente 70% da produção de carne suína do Brasil

Agricultura

A Região Sul desenvolvia a agricultura colonial, destinada ao mercado interno. Depois dos anos 70, visando à exportação, grandes mudanças foram acontecendo: estradas asfaltadas, portos e equipamentos modernizados, expansão da eletrificação rural e os equipamentos de transportes ampliados.
A expansão da lavoura comercial de soja não impediu que a Região Sul continuasse a desenvolver outras agriculturas de grande importância: a erva mate, o trigo, o milho, o café, o arroz, o feijão, alho, cebola, tomate, etc.

Plantação de erva-mate no RS
No Rio Grande do Sul, os imigrantes italianos dedicaram-se principalmente à plantação e industrialização da uva. Hoje, muitas destas regiões se transformaram em cidades importantes como Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Garibaldi.

Entrada da cidade de Bento Gonçalves/RS
Em Santa Catarina, os italianos se dedicavam a várias culturas, formando cidades importantes, como Nova Trento e Nova Veneza.

Pórtico de entrada  da cidade de Nova Veneza/SC
No Paraná, destaca-se a capital, Curitiba, como "Cidade Modelo" do Brasil.

Jardim Botânico – Curitiba/PR

Extrativismo

O extrativismo na Região Sul explora a madeira de pinho, no Paraná, e o carvão mineral, no sul de Santa Catarina.

Extração do carvão mineral em Santa Catarina

Industrialização

Grandes indústrias estão instaladas na Região Sul do Brasil, entre elas a Vivo e a Renault no Paraná; a Bunge Alimentos, a Sadia, a Brasil Foodes, a Weg e a Hering, em Santa Catarina e a Refap e a Renner no Rio Grande do Sul.

Refinaria Alberto Pasqualini - Canoas/RS
No Rio Grande do Sul, o parque industrial se estende entre os municípios de Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo, que é uma das principais áreas de produção de couro e calçados do país.

O RS é o maior exportador de calçados do Brasil
No parque industrial de Caxias do Sul, estão instaladas indústrias químicas e de material transporte, tratores e carrocerias para ônibus.

Fábrica de tratores em Dois Irmãos/RS

Fábrica de carrocerias para ônibus fabricadas no RS
A produção de vinhos da região começou com a chegada dos imigrantes italianos, que se estabeleceram na Serra Gaúcha. Grandes vinícolas estão instaladas na região, que é responsável por 85% da produção nacional, com destaque para a Serra Gaúcha.

Rota das vinícolas na Serra Gaúcha
A grande expansão da lavoura, a sua mecanização, na produção de arroz, milho, soja, trigo, tomate, cebola, feijão, fumo, alho, erva mate, entre outras, fez surgir grandes empresas produtoras de equipamentos e insumos para uso na agricultura.


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