sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Geografia - A população e sua dinâmica espacial

A população e sua dinâmica espacial

demografia é a ciência que estuda a dinâmica populacional, sua distribuição, crescimento, qualidade, etc.
A geografia utiliza esta ciência como base de análise da sociedade e do espaço que ela ocupa. Por isso, é preciso conhecermos alguns conceitos básicos, a fim de interpretar corretamente esta análise.

Populoso x povoado

População absoluta é o número total de habitantes de um país. Diz-se de uma região que ela é ou não populosa, isto é, se o número de pessoas, comparativo a outras regiões, é grande ou não.
População relativa é a relação entre o número de habitantes de uma área de referência, podendo ser uma cidade, um estado ou um país. É o mesmo que densidade demográfica, isto é, o número de habitantes por quilômetro quadrado (km²). Diz-se de uma população postada em uma determinada área se ela é ou não povoada. Por exemplo, podemos dizer que a Região Sudeste é mais povoada que a Norte, pois há mais pessoas por quilômetro quadrado na primeira do que na segunda.
Esses dois conceitos (populoso e povoado) não têm uma relação direta. Um país pode ser considerado populoso e não ser considerado povoado (é o caso do Brasil); por outro lado, um país pode ser considerado povoado, mas não populoso (Bélgica). Embora o prefixo super esteja ligado também à quantidade, superpopulação ou superpovoamento não estão ligados a números, e sim às condições socioeconômicas de uma região ou país.
Esse conceito, embora relativo, é simples de se interpretar quando pensamos se a população tem condições de viver dignamente em um país. As causas da superpopulação são várias: fome, miséria, desemprego, baixo padrão de vida, pobreza do solo, questões políticas, entre outras.

Índia - exemplo de superpopulação

Concentração populacional

As áreas de grande concentração populacional são ditas ecúmenas. São áreas de atração, seja por um fator físico (calor, solo rico) ou econômico (área urbana industrializada e com setor terciário desenvolvido).
As áreas consideradas anecúmenas são aquelas pouco ocupadas, de difícil sobrevivência, onde predomina o fator físico (frio demasiado, regiões desérticas, florestas, montanhas, entre outras). São também conhecidas como vazios demográficos.

Nova York - exemplo de área ecúmena

Deserto do Saara - exemplo de área anecúmena
O planeta Terra não é bem distribuído em termos de população. O litoral dos países são regiões de grande concentração populacional, salvo alguma exceção. A região mais populosa do mundo é o sudeste asiático, com mais de um terço da população total do planeta.

Praia chinesa - evidência de superpopulação
No entanto, é na Europa Ocidental que estão as grandes densidades demográficas.

População absoluta

Países mais populosos
Países menos populosos
CHINA: 1,357 bilhão (2013)
KUWAIT:  3,369 milhão (2013)
ÍNDIA: 1,252 bilhão (2013)
ESTÔNIA: 1,325 milhão (2013)
EUA: 318,9 milhão (2014)
ILHAS MAURÍCIO: 1,296 milhão (2013)
INDONESIA: 249,9 milhão (2013)
BELIZE: 331.900 (2013)
BRASIL: 200,4 milhão (2013)
POLINÉSIA:  276.831 (2013)
78% da população mundial vive em países subdesenvolvidos; 22% da população mundial vive em países ricos.

Crescimento da população mundial

Concentração populacional no Brasil e no mundo

No mundo

1º  Extremo oriente – sudeste asiático
2ª  Europa centro-ocidental
3º  Leste dos EUA

Na América

  • No continente americano, os mais populosos são: EUA, Brasil, México.
  • Na América Latina, os mais populosos são: Brasil, México, Argentina.
  • Na América do Sul, os mais populosos são: Brasil, Argentina, Colômbia

No Brasil

A população brasileira está distribuída de maneira irregular pelo território. O Brasil é um país populoso, pouco povoado, cuja população concentra-se numa faixa que vai do litoral (leste) a 700 km em direção oeste (interior). Isto se deve a questões históricas de colonização europeia.
Estados mais populosos: SP e MG
Estados menos populosos: RR e AP
Estados mais povoados: RJ e SP
Estados menos povoados: RR e TO

Crescimento populacional

A população de um país pode crescer de duas maneiras: através do crescimento vegetativo e através do fluxo migratório.
  • Crescimento vegetativo ou natural é a diferença entre taxa de natalidade e taxa de mortalidade.

Exemplo crescimento vegetativo no Brasil
  • Fluxo migratório é uma referência genérica ao movimento de entrada (imigração) e saída de pessoas (emigração).

Mapa de fluxo migratório no Brasil a partir de 1950

Teorias demográficas

Teoria Malthusiana ou Malthusianismo

Thomas Malthus afirmava (1798) que o aumento da produção de alimentos seria menor do que o crescimento do número de habitantes no mundo. Sendo assim, logo não haveria mais alimentos para as pessoas. A humanidade estaria desse modo, condenada a passar por problemas como subnutrição, fome, doenças, epidemias, entre outros fatores. Para ele, os pobres são responsáveis pela miséria.
Malthus defendia o "controle moral" para resolver esse problema. Defendia que as pessoas deveriam diminuir o número de nascimentos e controlar o crescimento total de habitantes. Além disso, ele defendia a ideia de que a população pobre era a grande responsável pelo excesso de gente no mundo, sendo necessário que cada pessoa tivesse somente o número de filhos que pudesse criar.

Thomas Malthus, economista inglês do século XIX

Neomalthusianismo

Surgiu no pós-guerra. Os teóricos defendem que, quanto maior o número de habitantes de um país, menor a renda per capita e a disponibilidade de capital a ser distribuída. O crescimento populacional é responsável pela miséria.

Teoria reformista

Baseada em teóricos que são totalmente contrários às ideias defendidas por Thomas Malthus e pelos Neomalthusianos, eles são os reformistas ou marxistas. Esses teóricos construíram suas ideias a partir do que dizia o economista e sociólogo alemão Karl Marx.
As taxas elevadas de natalidade são consequências do subdesenvolvimento e não a causa dele. Esses problemas, na verdade, seriam causados pela má distribuição de renda e do acesso aos bens de consumo. Em outras palavras, para os reformistas, a questão é a desigualdade econômica, e não a falta de recursos.
Para promover o fim da fome e da miséria ou para evitar que elas ocorram, de acordo com essa teoria, basta que se distribua de uma forma mais democrática a renda, através de reformas sociais que melhorem as condições de vida das populações mais pobres. Deste modo, se essas pessoas apresentarem melhores condições de vida, melhor educação, saúde e outras coisas, terão melhores condições para abandonarem a miséria.

Karl Marx, pensador alemão que afirmava que o problema está na desigualdade social

Crescimento da população brasileira

O crescimento da população brasileira, nas últimas décadas, está ligado principalmente ao crescimento vegetativo (ou natural). A queda nesse crescimento apresenta outras justificativas que merecem atenção.
  • maior custo para criar filhos;
  • acesso a métodos anticoncepcionais;
  • trabalho feminino extradomiciliar;
  • acesso a tratamento médico;
  • saneamento básico.

Taxa bruta de natalidade IBGE
Observa-se também a queda na taxa de mortalidade, como mostra o gráfico abaixo.
O declínio da mortalidade deve-se, em grande parte, à diminuição da mortalidade infantil, isto é, dos óbitos de crianças com menos de um ano de idade. Em 1970, a taxa era de cem mortes em cada mil nascimentos vivos; em 1980, caiu para setenta por mil; em 1991, para 45 por mil; e no ano de 2000, para 35 por mil.
Em relação aos países desenvolvidos, este índice ainda é elevado. Por isso, programas de combate à mortalidade vêm sendo implementados tanto pelo governo quanto por entidades privadas. Entre tais programas, o do aleitamento materno tem alcançado significativo avanço: de 1991 a 2000, o tempo médio de amamentação materna passou de 4,5 para 7 meses. Isso contribuiu para a redução da desnutrição de crianças e, consequentemente, para a queda da mortalidade infantil. A mortalidade infantil revela as disparidades regionais do Brasil.
Devido às condições sociais e econômicas mais difíceis em países pobres, a mortalidade e a fecundidade ainda são taxas preocupantes.
A taxa de mortalidade infantil no Brasil está baixando, conforme indicadores. A queda da mortalidade infantil indica aumento no percentual de adultos e melhorias na expectativa de vida, que em 1950 era de mais ou menos 46 anos e, em 2018, chegou a 76 anos (IBGE).

Evolução do crescimento vegetativo no Brasil

Migrações populacionais

As migrações populacionais remontam aos tempos pré-históricos. O homem parece estar constantemente à procura de novos horizontes. No passado, milhões e milhões de europeus e asiáticos migraram para todas as partes do mundo, conquistando e povoando continentes como a América, a Oceania e a África.
As razões que justificam as migrações são inúmeras (político-ideológicas, étnico-raciais, profissionais, econômicas, catástrofes naturais, entre outras), ainda que as razões econômicas sejam predominantes.
A grande maioria das pessoas migra em busca de melhores condições de vida. Todo ato migratório apresenta causas repulsivas (o indivíduo é forçado a migrar) e/ou atrativas (o indivíduo é atraído por determinado lugar ou país).

Movimentos migratórios ocorrem por inúmeras razões
Considera-se emigração como a saída de uma área para outra; imigração é a entrada de pessoas em uma área. As migrações podem ser internas, quando ocorrem dentro do país, e externas, quando ocorrem de um país para outro. Ainda podem ser permanentes ou temporárias.

Tipos de migrações

Nomadismo

Movimento demográfico que consiste na troca constante de área de moradia. O nomadismo pode ser encontrado nos povos de cultura atrasada que vivem da coleta (caça, pesca e coleta vegetal) e pelo pastoreio nômade. Os ciganos são um exemplo bem característico desse movimento.

Nomadismo

Transumância

É um movimento rítmico de ir e vir constante. É portanto um movimento populacional, de uma região para outra, geralmente determinado por motivos climáticos. É bem característico dos esquimós, que no verão partem para regiões de Tundra e, no inverno, retornam para a Taiga. No nordeste do Brasil, o movimento demográfico pode ser considerado com transumância: durante a seca fogem dessa área, retornando com as chuvas.

Migração do povo nordestino

Pendulares ou diárias

São movimentos diários da periferia para a cidade e vice-versa. Os indivíduos trabalham durante o dia na cidade e retornam, no fim do dia, para o local de sua residência. Esses movimentos são característicos da urbanização, pois obrigam os trabalhadores a residirem cada vez mais longe da cidade. São as migrações cotidianas.

Movimento migratório diário

Campo - Cidade

São deslocamentos das populações rurais para a cidade. Há, portanto, uma troca de atividades rurais para atividades urbanas (indústria, comércio e serviços). A saída o campo justifica-se, em parte, por um fenômeno de pressão demográfica, pois se no período anterior à Segunda Guerra Mundial a mortalidade era alta, a sua queda no pós-Guerra promove desequilíbrio entre a população, nas atividades econômicas e na sua manutenção.

A migração do campo para a cidade - êxodo rural

Cidade - Campo

Quando há troca de pessoas da zona urbana para a zona rural, ocorre o processo chamado de ruralização.

Ruralização – troca da cidade para o campo

Campo - Campo

Esse tio de migração foi muito significativo no Brasil entre as décadas de 70 e 90, principalmente quando a população do Rio Grande do Sul migrou para o centro-oeste e norte do Brasil.

Porto dos Gaúchos é um município brasileiro do estado de Mato Grosso. A denominação ocorreu em função de que os formadores do núcleo que originou o atual município provinham do Estado do Rio Grande do Sul.

Entrada da cidade de Porto dos Gaúchos, no estado de Mato Grosso

Cidade - Cidade

É um movimento muito significativo no Brasil. Há um grande numero de pessoas que migram de pequenas e médias cidades para as grandes. Muitas dessas pessoas já realizaram o êxodo rural. Atualmente, muitos brasileiros migram das metrópoles para as cidades menores em busca de qualidade de vida.

Cidade de Quinze de Novembro (RS)

Movimentos migratórios no Brasil

Externos

Até 1934, foi liberada a entrada de estrangeiros no Brasil. A partir dessa data, ficou estabelecido que só poderiam imigrar 2% de cada nacionalidade dos estrangeiros que haviam migrado entre 1884 e 1934.
Os fatores que mais favoreceram a entrada de imigrantes no Brasil foram:
  • A dificuldade de encontrar escravos após a extinção do tráfico, depois de 1850;
  • O ciclo do café, que exigia mão de obra numerosa;
  • Abundância de terras.
Para a maior parte dos imigrantes, a adaptação foi muito difícil, pois alem das diferenças climáticas, da língua e dos costumes, não havia no país uma política firme que assegurasse garantias as pessoas que aqui chegavam. As regiões sul e sudeste foram as que receberam maior contingente de imigrantes, principalmente por causa do ciclo do café e povoamento da região sul.

Imigração no Brasil por nacionalidade

Imigrantes italianos na região de Caxias do Sul (RS) em 1911

Internos

Em nossa história, os principais movimentos migratórios foram:
  • Migração de nordestinos da Zona da Mata para o sertão, séculos XVI e XVII (gado);
  • Migração de nordestinos e paulistas para Minas Gerais, século XVII (ouro);
  • Migração de mineiros para São Paulo, século XIX (café);
  • Migração de nordestinos para a Amazônia, devido ao ciclo da borracha;
  • Migração de nordestinos para Goiás, na década de 1950 (construção de Brasília);
  • Migrações de paulistas para Rondônia e Mato Grosso, na década de 1970.
http://www.geografiaparatodos.com.br/capitulo_9_migracoes_no_brasil_files/image002.gif
Movimentos migratórios
Os movimentos migratórios mais intensos nas décadas de 1980 e 1990 foram nas regiões:
  • Centro-oeste: Brasília e arredores; áreas do interior do MT, MS e GO, onde ocorre a expansão da pecuária e da agricultura comercial.
  • Norte: zonas de extrativismo mineral em RO, AP e PA; zonas madeireiras no PA e AM; áreas agrícolas em RO e AC.
  • Sudeste: migrações das capitais para o interior dos estados de SP, RJ e MG.
  • Sul: até o final da década de 1980, os movimentos emigratórios para o centro-Oeste e norte foram muito significativos. Na década de 1990, houve forte migração intraestadual, principalmente das metrópoles para o interior.
  • Nordeste: tradicionalmente, o nordeste era uma área de evasão populacional, principalmente do sertão para a Zona da Mata ou outras regiões do país, como sudeste e centro-oeste. Atualmente, há uma atração devido os incentivos fiscais dos estados às empresas de fora, mão de obra barata e turismo.

Estrutura da população

Avalia-se a estrutura da população através da sua distribuição etária, condição socioeconômica e sua posição no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Em relação aos critérios de avaliação dos países, desde 1950 até o final da década de 1980, a classificação comum era aquela que enquadrava os países da seguinte forma:
  • 1º mundo: países capitalistas desenvolvidos;
  • 2º mundo: países socialistas de economia planificada;
  • 3º mundo: países subdesenvolvidos.
Acontecimentos na geopolítica internacional, como a queda do Muro de Berlim, fim da Guerra Fria, ressurgimento da Europa como potência econômica e o fim da experiência socialista soviética, marcam uma nova disposição da ordem mundial, em que se menciona o mundo multipolar e a globalização da economia.
A partir daí, tornou-se necessário um novo entendimento para classificar os países. A ONU passou a utilizar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que tem por objetivo avaliar a qualidade de vida através de alguns critérios:
  • Expectativa de vida;
  • Renda per capita;
  • Grau de instrução.
O IDH avalia e aplica uma nota que varia de 0 a 1. Quanto mais próximo do 1, melhor o IDH de uma país, ou de uma região. Veremos mais informações sobre o IDH nos próximos tópicos.

IDH no mundo

Estrutura etária

A estrutura etária de uma população costuma ser dividida em três faixas:
  • Jovens, que são do nascimento até 19 anos;
  • Adultos, dos 20 anos até 59 anos;
  • Idosos, que vai dos 60 anos em diante.
A estrutura etária de uma população não se divide apenas nas três faixas (jovens, adultos, idosos), pode-se também dividir a população através de um gráfico denominado pirâmide etária. Esse gráfico não informa apenas sobre a faixa etária, mas também sobre a proporção dos sexos em cada idade.

Ilustração modelo de pirâmide etária

Países subdesenvolvidos

A pirâmide apresenta uma base larga em função da alta densidade de natalidade. O estreitamento é rápido em decorrência da mortalidade. A altura da pirâmide e a largura da extremidade superior indica que poucas pessoas chegam à velhice (o que é explicado pelo baixo padrão de vida).
O contorno nos mostra ainda que há predominância de jovens. A explosão demográfica é um fenômeno comum aos países cujas estruturas etárias podem ser representadas pela figura deste modelo. Exemplos: Indonésia, Etiópia, etc.

Exemplo de pirâmide para países subdesenvolvidos

Países de população envelhecida

A base bem mais estreita, comparada com outras figuras, indica um crescimento reduzido ou negativo há muito tempo (países da evolução industrial antiga). A extremidade oposta a base indica a percentagem bastante alta de idosos (indicativo de excelente padrão de vida). Exemplos: europeus, japoneses, etc.

Exemplo de pirâmide para países de população envelhecida

Países em fase de envelhecimento

Pode-se apresentar a estrutura etária dos países que realizaram industrialização após os europeus. Predominam os adultos, portanto, os ativos. Em alguns países, embora o aumento do padrão de vida não tenha sido significativo para a maioria da população, a classe média, por questões econômicas, tem optado por uma menor quantidade de filhos para tentar manter a qualidade de vida.

Exemplo de pirâmide para países em fase de envelhecimento
A pirâmide etária do Brasil tem sua base larga e vai estreitando-se até atingir o topo. Isso significa que o numero de idosos é relativamente pequeno. O gráfico do Brasil demonstra que, mesmo com todo o crescimento, continuamos a ser um país jovem, pois no caso dos países mais desenvolvidos, a base da pirâmide costuma ser menos larga e o topo mais amplo.

Pirâmide etária do Brasil – dados do censo IBGE 2010

Estrutura da população (continuação)

PEA (População Economicamente Ativa)

É a população que exerce atividade remunerada nas formas da lei.
Nos países desenvolvidos, os ativos são predominantemente a população adulta, enquanto nos subdesenvolvidos tanto os jovens quanto os idosos trabalham juntamente com os adultos.

Exemplo de tabela PEA por países (dados de 2002)

Economia informal

De acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), economia informal consiste no conjunto de atividades organizadas em bases não capitalistas, é toda atividade que não cumpre as formalidades de registro e pagamento de impostos.
Abrange o trabalho realizado por conta própria e as pequenas empresas nas quais não existe separação entre o capital do negócio e o patrimônio da família. Na grande maioria das vezes, os empregados não são protegidos pelas leis nem pelos direitos sociais.

Exemplo de economia informal

Indicadores sociais

Os indicadores sociais são dados estatísticos sobre os vários aspectos da vida de um povo que, em conjunto, retratam o estado social da nação e permitem conhecer o seu nível de desenvolvimento social.
Os indicadores sociais compõem um sistema e, para que tenham sentido, é necessário que sejam observados uns em relação aos outros, como elementos de um mesmo conjunto.
A partir destes indicadores sociais, pode ser avaliada a renda per capita, analfabetismo (grau de instrução), condições alimentares e condições médicas-sanitárias de uma região ou país.

Ilustração de gráfico para indicadores sociais
Através destes indicadores, pode-se ainda indicar os países como sendo: ricos (desenvolvidos), em desenvolvimento (economia emergente) ou pobres (subdesenvolvidos). Para que isso ocorra, organismos internacionais analisam os países segundo:
• Expectativa de vida (média de anos de vida de uma pessoa em determinado país).
• Taxa de mortalidade (corresponde ao número de pessoas que morreram durante o ano).
• Taxa de mortalidade infantil (corresponde ao número de crianças que morrem antes de completar 1 ano).
• Taxa de analfabetismo (corresponde ao percentual de pessoas que não sabem ler e nem escrever).
• Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, baseada na paridade de poder de compra dos habitantes.
• Saúde (referente à qualidade da saúde da população).
• Alimentação (referente à alimentação mínima que uma pessoa necessita, cerca de 2.500 calorias, e se essa alimentação é equilibrada).
• Condições médico-sanitárias (acesso a esgoto, água tratada, pavimentação, entre outros).
• Qualidade de vida e acesso ao consumo (correspondem ao número de carros, de computadores, televisores, celulares, acesso à internet, etc).

IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)

IDH foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) com o objetivo de medir o grau econômico e, principalmente, como as pessoas estão vivendo nos países de todo o mundo.
O IDH avalia os países em uma escala de 0 a 1. O índice 1 não foi alcançado por nenhum país do mundo, e dificilmente será, pois tal índice iria significar que determinado país apresenta uma realidade praticamente perfeita, com elevada renda per capita, expectativa de vida de 90 anos e assim por diante.
Igualmente é importante ressaltar que não existe nenhum país do mundo com índice 0, pois se isso acontecesse seria o mesmo que apresentar, por exemplo, taxas de analfabetismo de 100% e todos os outros indicadores em níveis catastróficos. Os 10 países que ocupam o topo no quesito "muito alto desenvolvimento humano" na tabela que apresenta o ranking IDH Global de 2018 são:
Ranking IDH Global
País
Nota
1
Noruega
0,953
2
Suiça
0,944
3
Austrália
0,939
4
Irlanda
0,938
5
Alemanha
0,936
6
Islândia
0,935
7
Hong Kong
0,933
8
Suécia
0,933
9
Singapura
0,932
10
Holanda
0,931
De acordo com este relatório, o Brasil figura no quesito "alto desenvolvimento humano", ocupando a posição 79º no ranking IDH Global, com nota 0,759.

Mapa ilustrando a visualização IDH Global

Que tipo de informação os indicadores podem dar sobre o Brasil?

A comparação entre as regiões norte, nordeste, sudeste, sul e centro-oeste é muito importante para que tenhamos condições de conhecer melhor uma região ou o país. Quando comparados os indicadores sociais do nordeste com os do sudeste (por exemplo, número de pessoas que têm em casa esgoto ligado à rede geral, água tratada e coleta de lixo), fica evidente que no nordeste as famílias vivem em piores condições de vida do que no sudeste.
Ao mesmo tempo, estes indicadores possibilitam que tenhamos condições de avaliar com mais cuidado as ações dos governos no que se refere à administração da vida das pessoas. Um governo conseguiu melhorar os índices de educação em várias regiões, outro pode ter incentivado a criação de novas indústrias - os números mostram o que realmente foi realizado.

Quem são os responsáveis pela produção das informações que integram o sistema de indicadores sociais?

Na grande maioria dos países, são os órgãos oficiais do governo. No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é o órgão oficial responsável pela produção das estatísticas que compõem o sistema de indicadores sociais. As principais fontes de dados são as pesquisas do próprio Instituto, como as pesquisas censitárias (censo demográfico e contagem populacional) e por amostragem de domicílios (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, PNAD).


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Commented